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Como se esquivar a adulteração de cocktails e conhecer os segredos dos bartenders

As bebidas alcoólicas fazem parte da nossa cultura, quase tanto quanto o gosto por reduzir custos; detetar álcool barato é difícil, mas sempre há alguns truques que lhe dão uma ideia do que está reservado para seu estômago

Ricard Peña

Varias botellas de bebidas alcohólicas para preparar cócteles PIXABAY

Longe ficam as vodkas ou o rum barato que tantos beberam na juventude. Uma economia underground para aquelas pessoas que não podem ou querem investir um extra em qualidade para poder festejar. Para muitos, a simples lembrança destes aromas provoca náuseas, mas em vários casos é difícil identificar a adulteração quando se mistura com refrescos, xaropes ou sumos típicos de cocktails e combinados de bares, tascas ou antros escondidos das cidades.

Por isso, é importante conhecer como funciona o mundo cada vez mais popular dos cocktails e saber em que ou em quem se pode confiar.

Pistas do que nos espera

As bebidas alcoólicas requerem um bom grau de experiência para poder começar a distinguí-las na boca, uma oportunidade que alguns interessados podem explorar para rentabilizar as bebidas do seu local. Ainda assim, existem sinais que permitem intuir se o que se está a servir no bar merece o preço que tem. "Face a dúvida, o contexto deve dar a informação. Um local descuidado ou centrado na música e a festa, preferirá usar álcool mais barato e uma preparação simples, é normal. Não podes esperar o mesmo numa festa de bairro que num restaurante de qualidade", explica à Consumidor Global José María Gotarda, barman com mais de 40 anos de experiência e presidente da Associação de Bartenders de Cataluña.

Gotarda também afirma que se se procura qualidade, o barman deve poder explicar os motivos. o que te oferecem? Explicam-te em que consiste o cocktail? Essas coisas dão confiança no lugar e nos seus produtos. Outra questão é que, como de costume, o cocktail prepara-se no bar, à vista do consumidor. Ainda que segundo o bar ou o responsável por preparar a bebida, podem fazê-lo a partir daprópria cozinha. Nestes casos, qualquer cliente sempre terá o direito de perguntar pela garrafa ou a variedade selecionada para o combinado, algo que, no geral, deveria ser respeitado pelo barman ou responsável pelo estabelecimento. E claro, quando se pode saber se se pagou demasiado por um álcool ou outro é na manhã seguinte, segundo a força da ressaca que o cliente possa ter.

Um preço justo

O preço também é uma pista que permite suspeitar da qualidade de uma bebida. Nas palavras de Juanjo Fernández, presidente da Associação Galega de Barmen: "O que se paga é, por um lado, a bebida, por outro o trabalho do barman e por último, a localização do bar". Isto baseia-se em que por um mesmo combinado não se paga o mesmo em Barcelona ou Madrid face a cidades como Málaga ou Santander. Para isso, é recomendável conhecer os preços regulares da zona, e se notar uma diferença substancial e mais baixa, dá para suspeitar deque algo não está certo nos bastidores.

O custo médio deve rondar, tendo em conta os fatores mencionados, entre os oito e os 12 euros. De um mojito por cinco euros, não se espera demasiado, por muito boa oferta que possa parecer no início. E o mesmo com a outra face da moeda, já que ainda que existam cocktails de 18 euros, deve-se poder apreciar as mudanças que tenham incrementado este valor. Se ao pagar uma quantidade semelhante, não se reconhece um trabalho ou se informa da qualidade dos ingredientes, é provável que a adulterção esteja presente.

Uma nova onda de qualidade

No entanto, se em algo concordam os dois profissionais do mundo da cocktails é no novo puxão que o setor está a sentir em Espanha . "Cada vez é mais fácil encontrar bons lugares e bons bartenders que façam coisas espectaculares em Espanha. Em Madrid e Barcelona abriram, há alguns anos locais de alto standing com umas criações que não se encontram em qualquer lugar", explica Gotarda. O mundo do cocktail de autor não é novo, mas está a viver uma nova época dourada graças à fusão entre o conceito gastronómico da cozinha moderna e as técnicas clássicas de preparação de combinados.

Além disso, Fernández também faz finca-pé nesta nova onda. "Já se pode encontrar cokctails para todos os públicos. Tem mudado muito, há locais de noite que têm mudado a forma de trabalhar e do próprio conceito cocktail", afirma. Ainda que nas discotecas ou lugares de lazer opte-se mais pela bebida simples, muitos bares e restaurantes já introduziram na sua carta uma boa lista de cocktails de qualidade.