Cansado das cestas de Natal?: "Estamos na era das experiências"

O desejo de desfrutar após as restrições, o descontentamento com os presentes habituais e a necessidade de reter o funcionário aumenta a procura por bónus e caixas de experiências

Um consumidor desfruta de pára-quedismo, uma das experiências mais procuradas / PEXELS
Um consumidor desfruta de pára-quedismo, uma das experiências mais procuradas / PEXELS

Chega o Natal e com ela muitos funcionários receberão uma cesta de empresa, uma tradição que, ainda que já seja habitual em Espanha, tenho muitos detractores: há trabalhadores que não estão satisfeitos com o seu presente. Assim o revelam do site de presentes de experiência Aladinia, segundo o qual oito em cada dez trabalhadores não estão contentes com o seu presente. Face a  esta situação, cada vez são mais as companhias que procuram presentes especiais, como os bónus ou as caixas de experiência.

Os utilizadores da Aladinia, na verdade, ao serem questionados pelo seu presente preferido se recebessem um cheque de 100 euros, assinalam experiências como uma escapadadela num hotel com spa para dois (45%), um spa com massagem e jantar romântico (28%), conduzir um Ferrari num circuito de competição (10%), um pack de aventura que inclua bungee jumping e rafting (10%), ser piloto de avioneta por um dia (4%) ou um curso de cozinha com jantar original incluído (3%).

"Todos temos já muitas coisas materiais"

"Na Aladinia.com já notámos no ano passado, e a tendência continua, um aumento espetacular das empresas que solicitam presentes para os seus fucionários estes bónus para que os empreguem na experiência que queiram, seja um dia de aventura, uma sessão de spa, ou um jantar romântico", declara Joaquim Esteve, fundador do site.

Una mujer disfruta de un spa gracias a un bono o caja de experiencias / PEXELS
Uma mulher desfruta de um spa graças a um nónus ou caixa de experiências / PEXELS

Por sua vez, ainda que considerem que "haverá pessoas que gostem mais da cesta e outros que prefiram uma experiência", da Emocionday admitem que "talvez utilizamos muito agora os bónus e experiências porque todos temos de tudo, muitas coisas materiais". "É uma forma de presentear com algo diferente, é muito especial presentear algo assim e que to presenteiem", expressa Ana Coll Vázquez, sócia cofundadora desta plataforma.

Aumento da procura desde julho

Coll concoda em que a procura destes produtos tem aumentado. "Sobretudo após termos estado confinados. Notámos uma subida importante desde julho de 2021. Agora estamos mais ou menos como há dois anos, e talvez haja um pouco mais de interesse do consumidor", valoriza. Este dito interesse situa-se nesta época nas experiências na neve, como "passear de trenó  ou conduzir uma moto de neve, mas também se presenteiam bónus para massagens, spa e circuitos termais, porque apetecem quando faz frio. E também oferecemos spas de cerveja", explica Coll.

Além destas atividades, na Emocionday dão a possibilidade ao consumidor de conduzir um Ferrari, experiência que vai "desde os 49 euros e pode chegar a superar os 3.000 euros", ou se atirar de paraquedas , outra opção cujo sucesso ao longo do ano "é incrível". "Surpreende-me que haja tanta gente que o queira fazer. É bastante caro mas a pessoas dizem que vale a pena", reconhece a cofundadora desta página, que também recomenda o túnel de vento "para os menos atrevidos" ou o passeio em balão, "que também não é barato,vai  desde 150 euros, mas é super agradável".

Un paseo en globo / PEXELS
Um passeio de balão / PEXELS

As empresas procuram reter os seus trabalhadores

Da Bigbox também têm observado como "a procura geral de experiências não tem feito senão crescer de forma muito acelerada nos últimos meses", o que associam "ao desejo por viajar e viver experiências após a pandemia". "Depois da pandemia, os utilizadores querem viver experiências que se convertam em lembranças inesquecíveis. O consumidor deu-se conta de que chegou o momento de acumular menos e viver mais", aponta Gastón Parisier, director da Bigbox.

Parisier, que aposta em "propor as experiências como alternativas às cestas, viajar, sair e descobrir" sustenta que as companhias, com estes presentes, tratam de "reter e motivar as suas equipas mais que nunca num mundo no qual a retenção de talento é um dos maiores desafios". "Por isso vemos um incremento no seu orçamento para presentes", afirma. Se for o caso, Bigbox duplicou a venda de experiências a corporações "40 % face a 2019" e cresceu "250% no ano passado", segundo especifica o seu diretor. "O gerente de recursos humanos hoje considera mais valioso presentear experiências para viver que coisas materiais, sobretudo no caso dos millenials. Estamos a entrar em era das experiências como nunca antes", conclui.

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