0 comentários
Estas são as alternativas gastronómicas que lutam para lhe fazer sombra ao 'delivery'
O conceito 'DIY gastronómico' instaura-se em algumas cidades de Espanha para comer em casa de forma saudável e sem muito esforço
Na hora de pedir comida ao domicílio, plataformas como Glovo, Deliveroo, Uber Eats ou Just Eat converteram-se em apps imprescendíveis, sobretudo a partir da pandemia. Mas, ao mesmo tempo, surgem outras variedades gastronómicas que simplificam a cozinha em casa, como os meal kits (kits de comida). Trata-se de uma oferta de pratos no conceito DIY (Do it yourself ou Fá-lo tu mesmo), cujas receitas e ingredientes frescos se enviam ao cliente para que ele mesmo os possa cozinhar.
Desta forma, o utilizador pode poupar tempo na elaboração dos menus semanais, controlar a sua alimentação e conhecer o valor nutricional da cada porção, sem necessidade de desperdiciar nada. Por isso, o uso destas plataformas de restauração ao domicílio disparou como resultado da crise de saúde desencadeada pelo Covid-19. Assim, esta ideia inovadora junta-se a outras opções para comer em casa, como os tápers ao domicílio ou convidar um chef, sem necessidade de recorrer às já conhecidas aplicações de delivery e certos fast food.
'Kits' com tudo o necessário
O projeto que propõem companhias como foodStories, Food in the Box ou Let's Cook Now baseia-se num kit de comida com ingredientes frescos e quantidades preparadas para poder cozinhar em casa a receita escolhida. Assim, o cliente pode conhecer e elaborar o produto em primeira mão e evitar certos intermediários no dito processo. Esta proposta procura a inovação e a simplicidade, com menus saudáveis criados por nutricionistas, influencers e reconhecidos cozinheiros, como o chef Bosquet, Paola Freire Gómez-Chao (da Foodtropia) ou Isa Gil (da Deliciaskitchen).
Ao realizar o pedido é pedida a matéria prima, com as quantidades e valores nutricionais especificados, do prato eleito e especificam-se os simples passos a seguir. Desta forma, o próprio cliente controla todo o processo de preparação e elaboração. "Os produtos que recebem foram compraram nessa mesma manhã a produtores de proximidade, com o qual promovemos o consumo e as economias locais" detalha à Consumidor Global Emilio Viguera, diretor geral de foodStories. Além disso, este serviço promove a redução de resíduos plásticos e o desperdicio de comida.
Tápers para toda a semana
No entanto, opções como a da foodStories requerem um esforço por parte do cliente para além de realizar o pedido e comer, como ocorre com o delivery. "Os packs de comida têm um componente de jogo, mais que outra coisa e trata-se de cozinhar algo que nunca se cozinhou", declara Efrén Álvarez coCEO da Wetaca. Esta modalidade, segundo Álvarez, está a funcionar nos Estados Unidos, ainda que "custou muito". No entanto, noutros mercados como o espanhol, com a cultura de tradição culinaria que há, "não sei se terá tanto futuro", esclarece.
Por isso, outra solução e alternativa ao delivery são os tápers ao domicílio. Wetaca, Fitness Power Food, Samboo, Fit Diet Box, No Cocino Más, Tup Tup, e outras tantas, oferecem menus semanais já preparados e prontos para o seu consumo. Os seus clientes são desde trabalhadores que não têm tempo para cozinhar, até utilizadores preocupados com a seu dieta e cuidado pessoal. As porções, que oscilam entre os 380 e os 500 gramas, têm um preço médio de seis euros por prato. O prato mais caro pode chegar a custar 10 euros e o mais barato uns três. Oferecem-se packs variados para toda a semana ou todo o mês e o objetivo principal destes menus não só é deixar de cozinhar durante a semana, mas também estabelecer uma dieta para perder peso, aumentar a massa muscular ou um seguir uma alimentação vegan.
'Streams' de cozinha e restaurantes em casa
Com o auge das transmissões ao vivo, conhecidos youtubers de canais culinarios comoLa Cocina del Pirata ou Superpilopi passaram a fazer sessões em streaming no Twitch , a plataforma preferida dos gamers, convertendo-se assim noutra solução para menos cozinhas. "Devido à atual incerteza no setor da hotelaria, procuram-se alternativas com mais afinco que nunca", sublinha neste sentido Alberto Mastromatteo, fundador e diretor da Summumm, agência gastronómica que oferece cozinheiros ao domicílio.
Assim, algumas empresas transferem a experiência gastronómica de um restaurante ao residências com o fim de seguir em frente e que os comensais desfrutem da sua oferta. Nalguns casos, não só se contrata um cozinheiro, mas também se inclui um empregado de mesa, leva-se uma louça especial e todos os ingredientes necessários para elaborar o menu no local. Este tipo de serviços pode custar entre 200 e 300 euros para duas pessoas, se só é o chef, se se trata de levar o restaurante a casa pode chegar a custar 200 euros por comensal."É normal que exista muita incerteza sobre as futuras possibilidades de negócio, mas também é verdade que, nos tempos que correm, aparecem muitas mais ideias novas para oferecer ao cliente", conclui o chef Mastromatteo de Madri.
Desbloquear para comentar