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Aristocrazy irrita os consumidores: "As suas jóias deixam-te a pele verde como a bijutaria má"

Os clientes desta empresa de joalharia de baixo custo queixam-se de que os seus produtos se partem facilmente e depois esquecem-se deles

Ana Siles

Bijutaria semelhante à bijutaria Aristocrazy / PEXELS

As jóias são uns acessórios que para muitos resultam imprescindíveis. Anéis, pingentes ou pendentes costumam ser os artigos estrelas neste sector. Encontrar uma boa relação qualidade-preço é o objectivo de muitos consumidores. Uma procura na qual as marcas low cost encontraram o seu nicho de mercado.

É o caso da Aristocrazy. A marca nasceu em 2010 convertendo-se na versão económica da marca Suárez. Desde então, são muitos os clientes que têm depositado a sua confiança nela. Agora, uma parte destes consumidores denuncia uma diminuição na qualidade das jóias. Estará a marca a enganar os seus clientes?

"Pele verde"

Esteve B. S. é um dos muitos clientes que criticam a qualidade das jóias da Aristocrazy. "São feitas com prata de lei (a prata de mais baixa qualidade) e as que vêm banhadas em ouro não têm nem 2 microns, com o qual te deixam [a pele] verde como a bijutaria má".

Paloma F. alerta que não voltará a comprar nesta marca porque "cada vez a qualidade é pior". Para a internauta os artigos desta empresa só têm desenho e recalça que são muito caros para a qualidade que oferecem. A todas estas queixas, se somam as do atendiemnto ao cliente. Marc P. afirma que ligou até dez vezes num dia útil e, no final, foi uma perda de tempo. "Se tens algum problema, não te dão soluções, dão-nos a cara", diz Paloma F.

Jóias partidas

Marc P. relata que comprou há uns meses um conjunto de pendentes e colar de ouro na Aristocrazy. "Gastei 750€ e começaram a mudar de cor, inclusive já saltaram pedaços", detalha este internatua. Algo semelhante ocorreu a Cynthia N.C. Esta jovem afirma que o seu anel se partiu "quando tinha um ano e nove meses" após que lho oferecessem.

"Não pode ser que uma jóia de 130 euros não dure nem dois anos", manifesta. No seu caso, o anel era composto por três tiras. Uma delas soltou-se "exatamente onde estava a solda". Uma quebra que a empresa nega: "Dizem-me que só cobrem se for um defeito do lote e não se se tiver partido devido ao uso".

Requisitos básicos da política de garantia

Antonio Pastor, advogado e sócio do escritório Círculo Legal Barcelona, esclarece à Consumidor Global os requisitos mínimos que deve contemplar uma garantia. As jóias, tal como outro bem, "devem ter uma garantia mínima de três anos". Uma condição com a qual cumpre Aristocrazy segundo relata no seu site.

As jóias que contenham materiais especialmente catalogados, como o ouro e a prata, "é recomendável que disponham do certificado de qualidade expedido por uma entidade especializada", esclarece o perito. Um documento importante "para, no suposto de não obedecer a dita qualidade estabelecida no certificado, poder reclamar ao vendedor e, se for o caso, fabricante, pela falta de conformidade do produto", diz o advogado.

Recorrer à Agência de Consumo

As jóias são um produto do que o consumidor espera que dure um longo tempo. Quando este desejo não se cumpre, os clientes recorrem à política de garantia. O advogado Antonio Pastor explica que, quando uma marca lava as mãos com a garantia, os clientes podem recorrer à Agência de Consumo correspondente à sua comunidade autónoma, "sem prejuízo de ir à via judicial em reclamação da aplicação da garantia", aclara.

No entanto, esta instituição está reservada aos casos em que as jóias se partem "devido a um defeito de fabrico ou a uma causa não imputável ao consumidor-destinatário do produto", explica o especialista. A Aristocrazy irrita muitos utilizadores devido à qualidade das suas jóias e ao seu serviço de apoio ao cliente. Duas razões suficientes para que os referidos clientes não queiram voltar a confiar na versão low-cost da empresa Suárez.

Este meio pôs-se em contacto com a Aristocrazy mas no momento de publicar esta reportagem não tinha recebido nenhuma resposta.