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O tamanho sim importa em Espanha: "Em Hisense apostamos pelos televisores de maior polegada"
O negócio da companhia chinesa tem crescido no último ano, apesar da crise, as tensões de 'estoque' e a fugida dos consumidores das lojas físicas
Hisense está presente a Espanha desde faz uma década. Alguns consumidores conhecem a marca por suas televisores, mas outros por seus electrodomésticos do lar, como os frigoríficos. No passado ano, a companhia --como muitas outras em seu segmento-- experimentou um aumento inesperado da demanda deste tipo de produtos. Os espanhóis encerraram-se em casa, a golpe de estado de alarme, e o salão transformou-se numa sala de cinema, um espaço arcade e num cibercafé com videollamadas ilimitadas a familiares e a amigos.
Nesse contexto,o consumidor espanhol lançou-se de cabeça a renovar o televisor principal com modelos de grandes polegadas --a partir de 55 e 65--, mas também a encher as habitações de dispositivos --de 32 polegadas em media-- para evitar confrontos entres os diferentes membros da família . "Com a pandemia, o consumo posicionou-se nos extremos. Foi-se, pelo geral, à polegada maior, mas também se fez uma aposta forte pela conectividade e o sistema operativo, dado o boom que têm experimentado as plataformas de streaming", detalha a Consumidor Global, Yannella Amendola, directora de marketing da delegação Iberia da companhia.
O tamanho e a conectividade sim importam
Em Espanha, no âmbito dos televisores, cumpre-se o que diz o refrán de Cavalo grande... ande ou não ande. Assim, a estratégia de Hisense para este 2021 passa por ampliar sua faixa laser TV. "Lançamos um televisor de 100 polegadas no final de 2020 e a ideia é seguir com essa linha de maiores polegadas dentro da categoria, bem como televisores com um sistema de som incorporado e estrear-nos em Espanha com as barras de som onde já estamos presentes em outros mercados. O som é uma parte a cada vez mais importante para o consumidor", insiste Amendola.
Pese à reduzida fidelidade do consumidor --segundo Amendola só um 20% são fiéis a um fabricante para seu televisor--, Hisense faz um balanço "positivo" do 2020. "Só em outubro crescemos um 40% neste segmento --ainda que não oferecem cifras de facturação--e isso que não temos tido toda a disponibilidade de produto para cobrir a demanda", enfatiza a directora. As tensões de estoque , de facto, ainda são um problema de 2021. "Esperamos que pouco a pouco se solucionem", confia Amendola.
Fugida do 'retail' e a cada vez mais competidores
Hisense está muito presente ao canal off-line e sua vendas concentram-se, sobretudo, nas lojas físicas. Por isso, a assinatura asiática teve que dar um volantazo a sua estratégia com a chegada da pandemia. "No segundo trimestre de 2020 experimentamos uma queda porque a baixada dos canais off-line não compensava o crescimento que estava a experimentar a venda por internet. Tivemos que fazer uma mudança muito drástica porque éramos mais fortes no retail tradicional", confessa Amendola.
De facto, a fugida de clientes que têm experimentado os estabelecimentos tem posto em xeque a muitos deles. E, a todo isso, há que somar uma baixada dos preços e uma maior concorrência. Para Hisense, os televisores mais vendidos encontram-se na faixa média, isto é, ao redor dos 500 euros. "O preço no mercado dos televisores tem baixado quase um 4% em media pelo ónus ofertiva. As marcas viram-se obrigadas a estar mais activas promocionalmente. Trabalhamos num mercado muito atomizado. Muitas marcas estão a entrar, mas também é verdade que algumas saem tão rápido como entram. Nós preferimos um crescimento progressivo, robusto e sustentável no tempo", acrescenta a directora de marketing de Hisense.
Futebol sim, mas que esperem os robôs cozinha e aspiradores
Hisense, como patrocinadora oficial da Eurocopa, tem a esperança de que este 2021 --depois de se ter adiado o torneio-- a demanda de televisores siga em auge. "Enfrentamos no ano de maneira positiva e alavancada neste evento desportivo, sobretudo nos meses de maio, junho e julho", avança Amendola.
E, além de fortalecer a posição da marca nesta faixa, Hisense espera fazer-se mais forte no campo dos frigoríficos, lavadoras, fornos e encimera, sem esquecer dos ares acondicionados, onde a marca espera uma recuperação com respeito a 2020. No entanto, Hisense ainda não tem metido o nariz no âmbito dos pequenos aparelhos electrodomésticos, como os robôs cozinha e aspiradores. "Não temos previsto lançar nada neste sentido em Espanha em 2021, mas não descartamos fazer em algum momento", conclui Amendola.
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