A má praxis de Aliexpres passa-lhe factura nas redes sociais

Os comentários dos utentes descontentamentos com a empresa chinesa são constantes pelos atrasos nos envios e pela gestão das reclamações

Web del gigante chino del comercio electrónico Aliexpress
Web del gigante chino del comercio electrónico Aliexpress

A qualidade de alguns produtos de Aliexpress é carne de memes nas redes sociais desde faz já algum tempo. Para além das chanzas e dos comentários jocosos, as queixas dos utentes em torno do serviço do gigante asiático são constantes em diversas plataformas. O desespero pelos atrasos nos prazos de entrega e as dificuldades para reclamar quando há problemas com os fabricantes são as críticas mais recorrentes.

A companhia é consciente destas situações. Por isso, nos últimos meses a assinatura tem implementado "diversas medidas" para reduzir os tempos de envio por parte dos vendedores internacionais que operam na plataforma, segundo detalha um porta-voz a Consumidor Global. No entanto, nas redes sociais quase todos os dias aparecem novos comentários de utentes descontentamentos que exigem soluções e uma melhora dos serviços.

A gestão de disputas

O site Trustpilot.com é uma página de origem dinamarquesa criada em 2007 e especializada em recolher as opiniões dos consumidores sobre diversas empresas. Em relação à e-commerce asiática, entre os comentários encontram-se queixas desta índole: "Se abres uma disputa nunca ser-te-á favorável. Aliexpress sempre olha pelo vendedor. Não há protecção para o comprador. Quando me chegou o artigo não era o que anunciavam, sina uma cópia barata e de malísima qualidade".

Segundo explica este utente, depois de abrir uma disputa --como chamam na empresa às reclamações-- chegou a um acordo para um reembolso a mudança de devolver o produto. "Comprei-o pára que mo enviassem desde Espanha (essa opção estava nesse produto), mas mo enviaram desde um armazém em Bélgica e, quando olhei o que me custava devolver ao armazém central de Chinesa , o envio resultava mais caro que o que paguei por ele", lamenta.

Aliexpress defende-se

Ante o aluvión de queixas, a assinatura defende-se ao apontar que "os vendedores estabelecem as condições da devolução" e que estas são as mesmas que se refletem na página do produto. "Durante uma disputa podem-se estabelecer possíveis soluções, que vão desde reembolsos parciais ou totais e que envolvem, ou não, a devolução do produto. Ao tratar de uma mediação, as condições originais da devolução devem ser consideradas pelas partes", asseguram.

Por outro lado, a companhia asiática assinala que numa reclamação o comprador deve estabelecer "claramente as razões pelas que está a iniciar o processo" e, ademais, deve propor uma solução inicial. "Se as duas partes não chegam a um acordo justo e a disputa se eleva a Aliexpress, a resolução definitiva se baseia na evidência contribuída pelo comprador e o vendedor". Isto é, num processo de reclamação é o próprio cliente o que tem que brigar com o fabricante --na maior parte das ocasiões, de origem chinesa-- e, em caso de não chegar a um acordo, a plataforma é a que toma a decisão definitiva.

Mais de um mês de atraso

No site dinamarquês anteriormente citada também se recolhem outros depoimentos de utentes que têm sofrido atrasos nos prazos de entrega, uma das reclamações à empresa mais comuns em Twitter..

Sobre este problema recorrente, a assinatura asiática assegura que nos últimos meses têm desenvolvido iniciativas como a abertura de uma ponte aérea entre Hong Kong e Madri com três voos semanais ou uma nova modalidade de envios chamada "entrega combinada". Da primeira destacam que tem conseguido reduzir, em media, "um 30% o tempo média de trânsito de um pedido", isto é, o que decorre entre a expedição da mercadoria e sua recepção por parte do cliente. Por outro lado, também assinalam a possibilidade de comprar através de Aliexpress Praça, onde os produtos estão localizados em Espanha e os "vendedores devem enviar os pedidos aos clientes num prazo que oscila entre um e três dias". Não obstante, esta última opção inclui preços superiores, quando um dos principais atractivos da companhia é o ajustado custo de seus produtos.

Encontrar um escorpión num produto

Por se as más experiências que compartilham muitos utentes nas redes sociais fossem pouco, no final de setembro de 2020 o envio de uma bolsa comprada em Aliexpress levantou verdadeiro revuelo mediático. Judith, uma jovem de 25 anos da localidade valenciana de Algemesí, levou-se um grande susto quando recebeu o produto em sua casa. O pacote procedia de Chinesa e dentro do mesmo tinha um escorpión com o que se topou ao abrir a cremalheira e meter a mão. O animal picou à cliente, que denunciou o sucedido ante a Polícia e, por sorte, não teve consequências para sua saúde para além do estrés gerado pela situação.

Desde a empresa reconhecem os factos e asseguram que este caso está em pleno processo legal. "Não nos podemos pronunciar ao respeito. Mas pusemos-nos em contacto com o vendedor para entender melhor a situação", sublinha um porta-voz da companhia.

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