O recebo médio da luz em fevereiro reduziu-se um 25 % com respeito a janeiro, que se disparou e rozó os 70 euros em media por consumidor por causa do impacto da onda de frio e da borrasca Filomena. Ademais, no passado mês, o preço diário do mercado mayorista, o conhecido como pool, registou, em media, os 28,49 euros por megavatio hora (MWh). Isto significa uma queda de 52,62% com respeito a janeiro, impulsionado pela histórica produção das renováveis, que cobriram o 64% da demanda eléctrica, segundo os últimos dados recolhidos pela Comissão Nacional dos Mercados e a Concorrência (CNMC).
Mais especificamente, neste período, a energia hidráulica superou sua produção num 55 % a média dos últimos cinco anos e a eólica num 27 %, aponta o Grupo ASE. Por outro lado, a produção das centrais nucleares reduziu-se pára que o sistema eléctrico absorvesse tanta energia renovável.
O empurre das energias límpias
Com respeito a fevereiro do ano passado, o crescimento da geração renovável foi um 44 % mais elevada. E, se tem-se em conta a evolução do último exercício, as renováveis têm experimentado um empurre de 18,4%. A nova potência instalada fotovoltaica e eólica cresceu um 12 % em 2020 e em 2021 poderia inclusive superar esta cifra.
O 64% de cobertura da demanda com renováveis tem chegado a um máximo histórico, que já supera o 62,5% que se atingiu em fevereiro de 2014 por uma produção hidráulica extraordinária. As centrais que utilizam o água para gerar electricidade têm registado seus melhores dados em comparação com o 2020. Graças às fortes chuvas das passadas semanas, as reservas hidroeléctricas elevaram-se até a um 84,7 % de sua capacidade. Por isso, existe "uma alta probabilidade" de que a produção desta energia supere sem problemas à média, segundo apontam os analistas do Grupo ASE.