Sair de festa ou ir a um concerto é um plano muito recorrente para muitas pessoas que procuram evadirse da rotina da semana. Com o frio do inverno, é normal ir abrigado até acima, ainda que no interior das salas seja um engorro carregar com as jaquetas. Por isso, estes locais costumam oferecer o tradicional serviço de guardarropa para evitar estar toda a noite pendente do abrigo ou a mochila.
No entanto, são vários os utentes que têm denunciado nestes dias o "abusivo" preço que tem imposto uma conhecida sala de Madri por este serviço. Nada mais e nada menos que 4 euros por prenda e 6 euros as bolsas ou mochilas. Trata-se da Riviera, que tem chegado a duplicar o dinheiro que se paga por utilizar seus perchas.
Mais caro que o resto de salas
"O ropero da Riviera é (quase) tão caro como a roupa mesma", criticava Dani Pach em Twitter ao sair de um concerto na conhecida sala madrilena. A seu comentário somaram-se mais críticas de outros assistentes. "E só em numerário", acrescentava Aitor Nova. "Entre a economia submergida de manual e a palmera paradisiaca, teia", respondia Pach em referência ao decorado da sala.
Este serviço, que não é mais que um espaço habilitado com perchas onde se podem deixar as prendas para não ter que carregar com os abrigos durante a noite, tem um preço médio de 2 euros por prenda nas discotecas da capital. Também é o caso da sala Razzmatazz em Barcelona, que poderia se considerar A Riviera da Cidade Condal.
Qual é o preço habitual do guardarropa?
Outras discotecas e clubes de Madri como Teatro Kapital e Teatro Eslava oferecem este serviço por 3 euros. É o segundo valor mais alto (após os 4 euros da Riviera) que tem encontrado esta redacção após perguntar a salas e discotecas de toda Espanha pelos roperos. Ademais, em nenhum caso fala-se de um preço diferente para as bolsas. Por outro lado, cabe recalcar que A Riviera não especifica em seu site o preço deste serviço, como sim o fazem a grande maioria de salas.
Vicente Pizcueta, porta-voz da federação nacional de empresários de lazer e espectáculos Espanha de Noite, explica que em nenhum caso o exemplo da Riviera é representativo. "A nível nacional, o preço médio do ropero segue sendo o euro, salvo excepções muito limitadas como esta", assinala.
Um serviço para evitar roubos
Pizcueta acrescenta que a cada vez são mais os locais que oferecem este serviço por temas de segurança. "Vimos de viver um bico de roubo de móveis e é uma questão preocupante para o sector. Por isso se estendeu mais este serviço que, ademais, só podem oferecer alguns estabelecimentos porque se requer do espaço e a infra-estrutura adequados para isso. Os locais mais pequenos têm-no complicado", indica.
O porta-voz de Espanha de Noite opina que a subida de preços que se podem ter dado nas salas por este serviço se deve a "um processo de ajuste" pela saída do Covid e ao "contexto inflacionista que afecta a qualquer sector". Finalmente, assinala que há que ter em conta o perfil da cada salga e diferenciar que há locais "mais luxuosos" que podem ter preços superiores. "Em nenhum caso pode-se extrapolar e generalizar a todo o sector", conclui Pizcueta.
Truques para não pagar esses preços
Ante as subidas de preços, são vários os assistentes da Riviera que têm compartilhado seus truques para evitar pagar esses preços. "Eu prefiro me atar à cintura até o anorak", caçoava Carlos Yebra. "Um truque. Levem uma mochila grande e meteis aí todos os abrigos e só pagais uma prenda", acrescentava Nuria T.
Consumidor Global tem tentado contactar com A Riviera para conhecer o motivo das subidas de preço de seu serviço de guardarropía, mas não se obteve resposta ao termo do artigo.