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Por que te afecta o atraso da Lei contra o desperdicio alimentar e como poderias poupar mais

Os experientes recordam que a distribuição poderia contribuir a reduzir este problema através das embalagens e facilitando as compras a granel

Juan Manuel Del Olmo

tomates desperdicio alimentario

No ano 2023, os lares espanhóis desperdiciaron 1.183,42 milhões de quilos/litros de alimentos, o que equivale a uma média de, aproximadamente, 28 quilos por pessoa. As cifras são frias e asépticas, mas a visão de milhares de cubos lixo cheios a transbordar de comida em bom estado (que é o que representam) resulta lacerante, sobretudo se se tem em conta que o dado supõe um ligeiro aumento com respeito ao ano anterior e que em Espanha há mais de 12 milhões de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social.

Apesar do sonrojo e das palavras solenes, as entidades especializadas na matéria consideram que nem as autoridades nem os partidos têm dedicado todos os esforços necessários, já que a futura Lei de Prevenção de Perdas e Desperdicio Alimentar se encontra ainda em trâmite parlamentar. Assim, a Federação de Consumidores e Utentes CECU denunciou no final de setembro que o texto do projecto de lei tinha ficado paralisado com a dissolução das Cortes depois da convocação das eleições do 23 de julho de 2023.

Prevenir o desperdicio alimentar

Desde CECU consideram que a prevenção deveria ser a prioridade número um para evitar o desperdicio na cada uma das fases da corrente alimentar. "E, em caso que produza-se, será necessário procurar as soluções necessárias para gerir os excedentes de acordo às prioridades estabelecidas por Europa e organismos multilaterais", alegaram.

Uma caixa cheia de comida / FREEPIK

Outro melón que tocará abordar no futuro é que "o texto carece de dotação orçamental que ajude a propiciar as condições necessárias para que todas as pessoas, empresas e administrações implicadas na cada eslabão da corrente possam cumprir os requisitos da futura lei", de modo que é possível que, quando por fim se repartam, as cartas estejam marcadas.

Comprar melhor

"Achamos que esta lei poderia ajudar às pessoas consumidoras a comprar de uma forma que evitasse o desperdicio, sobretudo sobretudo quanto à forma na que se dispõem os alimentos", explica a este meio Eduardo Montero, responsável pelo área de alimentação de CECU. "Por exemplo, com a promoção dos produtos a granel, ou com as unidades nas que vêm: muitos produtos hoje oferecem-se-nos em multi-packs que depois se nos caducan", argumenta.

O granel é, de facto, um dos grandes reivindicados, já que pode ajudar aos consumidores não só a evitar o desperdicio e o uso de plásticos, sina a poupar em sua cesta, já que adquiririam a quantidade que considerassem justa e necessária. Ademais, se faz-se bem, permitiria provar uma maior variedade de alimentos em doses mais pequenas, favorecendo uma alimentação mais variada.

Uma mulher compra a granel / FREEPIK - tonodiaz

O salvavidas do plato cozinhado

Por tipos, os lares espanhóis desperdiciaron mais produtos sem elaborar que platos cozinhados: um 76,4% frente um 23,6%. Apesar disso, o desperdicio dos platos cozinhados, que em muitos lares supõem um atalho ou inclusive um salvavidas, aumenta mais de dois pontos com respeito ao ano anterior.

Quanto ao desmembre por alimentos, os dados do ministério detalham que em 2023 se registou um melhor aproveitamento de frutas, hortaliças e massa (28.520 quilos menos de desperdicio) em frente ao leite e derivados lacticínios, legumes e carnes frescas (4.920 quilos mais de desperdicio).

Um plato cheio de massa / UNSPLASH

Quem atiram mais comida

Segundo um estudo publicado na revista Frontiers in Nutrition do que se fazia eco Consumer, entre as famílias com filhos, as que mais víveres atiram ao lixo são as que têm meninos pequenos e adolescentes; enquanto as monoparentales e as que já têm filhos maiores são as que menos.

Este perfil deveria ajudar às empresas a decifrar baixo que formatos deveriam levar seus produtos até os lineares. Com tudo, é evidente que é uma questão de planejamento e de tempo, e inclusive de certa manha: como recordam em Consumer, saber cozinhar com sobras é absolutamente chave.

Ofertas em restauração e hotelaria

Isabel Sánchez, professora da Universidade Carlemany, indica a Consumidor Global que a ausência de uma lei pode significar que tanto empresas como consumidores continuem sem adoptar "práticas eficientes para reduzir o desperdicio de alimentos". Acrescenta que em países onde já existe este tipo de legislação "há uma maior consciência sobre o valor dos alimentos e a necessidade de optimizar seu uso, o que pode gerar hábitos mais sustentáveis nos consumidores, como planificar melhor as compras ou aproveitar ofertas sem contribuir ao desperdicio".

Uma mulher realiza compra-a no supermercado / FREEPIK

Assim mesmo, considera que, quando finalmente se aprove, "o consumidor poderia poupar mediante ofertas e promoções unidas à redução do desperdicio". Trata-se, neste ponto, de fomentar as ofertas de produtos que vão a caducar proximamente, já que muitas vezes as ofertas não são o suficientemente atraentes para um alimento que está a ponto de se estragar.

Poupança de até um 50%

Neste sentido, a Organização de Consumidores e Utentes (OCU) realizou no ano 2022 um estudo financiado pelo Ministério de Consumo que refletia que os descontos nos alimentos rebajados por pronta caducidad variava entre um 20% e um 50% em função da corrente.

Os maiores chollos, de 50%, podiam-se encontrar a correntes como Carrefour, Cash Fresh, A Despensa, Ahorramas, Supeco, Froiz, Mas e Family Cash, enquanto, a nível nacional, em Alcampo e Condis a rebaja média era sozinho de 38%. Por último, em Bon Preu, Caprabo, Economy Cash, Lidl, Aldi, o Grupo Dia, Charter, Consum e Coaliment a cifra reduzia-se ao 30%.

Uma pessoa faz compra-a em Aldi para seguir uma dieta / ALDI

O papel dos revendedores

Com tudo, a grande distribuição acha que está a fazer as coisas bem: a Associação de Revendedores e Fabricantes AECOC revelou recentemente que 9 em cada 10 empresas fabricantes e revendedoras de alimentos já estão a estabelecer estratégias de diminuição do desperdicio alimentar.

A julgamento desta entidade, neste ano reduziu-se o desperdicio de alimentos de 1,77% al 0,66% do total comercializado.

"Temos que ser experientes"

"Acho que em general os consumidores são suficientemente conscientes desta e de outras muitas problemáticas. O que sucede é que temos que ser experientes em muitas temáticas, e isso nos impede poder ter boas práticas de consumo", critica Montero.

Uma mulher observa um bote num supermercado / FREEPIK - gpointstudio

"Mas vemo-lo nos dados: segundo as cifras do ministério, cerca de um 4% dos alimentos que compramos acabam no lixo", afirma. "Acho que a ninguém gosta de atirar comida, mas é evidente que se deve atender os condicionantes: como a compras, em que estado a compras, quanto tempo tens para a cozinhar ou para recuperar sobras…".

Em hotelaria, considera, também faria sentido implementar menus com menor quantidade a menor preço. "Trata-se de estabelecer uma série de práticas que abarquem à distribuição e à indústria para que se facilitem as coisas aos consumidores", remarca.