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'Overbooking' de bilhetes de avião: uma ganga ou um abuso?

As companhias aéreas têm direito a vender até um mais 5% de reservas acima do volume de assentos disponíveis em suas aeronaves mas deverão compensar a quem fiquem sem praça

Ana Siles

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Que as companhias vendem mais bilhetes que o número de praças que têm os aviões é uma realidade. É o que se conhece como overbooking. Uma situação de excessos de reservas com as que se toparam muitos passageiros.

Para alguns deles é uma oportunidade perfeita para conseguir uma recompensa por parte da aerolínea em questão. Para outros, não é mais que um abuso das empresas aéreas dispostas a sair do passo como podem.

Descontos para mudar o voo

Andrea S.G. é uma utente que tem vivido recentemente uma situação de overbooking . Segundo relata a Consumidor Global, tudo estava preparado para voar a Sevilla com Vueling quando recebeu um e-mail da companhia: "Se podes mudar de voo, tens desconto!".

Uma utente reclama seu bilhete de avião / PEXELS

"É possível que teu voo vá cheio. Por isso estamos a procurar voluntários dispostos a ser realocados em outro voo". Uma postura que Vueling lhe propunha resolver com um desconto de 100 euros na próxima reserva desta internauta.

Viagens truncadas pelo 'overbooking'

O caso de Andrea S.G. resolveu-se exitosamente. A mulher deu por boa recompensa-a da aerolínea e apresentou-se como voluntária. Uma situação muito diferente à que viveu Gonzalo Z. com Iberia.

Passageiros lêem os painéis informativos sobre a greve de controladores no Aeroporto Madri-Baralhas / EP

Este homem confessa que chegaram com duas horas de antelación ao aeroporto de Baralhas. "Ao sacar o cartão de embarque vemos que não temos assentos alocados", se queixa o utente. Depois de uma longa espera, três passageiros ficaram em terra. Não cabiam no avião da companhia.

Direito a recuperar teu dinheiro

Todos aqueles voluntários que consigam recrutar a companhia de avião para evitar o overbooking têm direito a receber o reembolso de seu bilhete. Assim o adverte a Consumidor Global a directora de Operações de Reclamador.es, Ana Rodríguez.

Interior de um dos modelos de aviões mais comuns / PEXELS

A experiente detalha que também se deve facilitar "um transporte alternativo para chegar a seu destino". "Em caso que o número de voluntários não seja suficiente, a aerolínea poderá denegar o embarque aos passageiros contra a vontade destes", enfatiza.

A radical diferença entre os voluntários e os que não o são

A grande diferença entre casos como o de Andrea S.G. e Gonzalo Z. arraiga, precisamente, na vontade. A primeira aceitou voluntariamente a mudança de voo. Motivo pelo qual não tem direito a reclamar, tal e como explica Ana Rodríguez.

Vários passageiros no momento do embarque / PEXELS

No entanto, "para demonstrar a não voluntariedad e que se possa reclamar, deve ficar por escrito o sucedido, incluída a data do incidente", recorda a experiente. Isto se pode fazer indo ao balcão da aerolínea, aos stands de Aena ou às autoridades para pedir um documento que acredite o overbooking, e apresentar uma folha de reclamações.

Indemnizações e direitos

Em casos como o de Gonzalo Z., situações de não voluntários, os passageiros têm tanto direito à assistência como à compensação. Ana Rodríguez explica que no segundo deles, as indemnizações podem chegar a ser de 600 euros se o voo supera os 3.500 km.

Vários passageiros com suas malas no aeroporto / EP

Quanto ao direito de assistência, a companhia aérea tem o dever de oferecer manutenção em função do tempo de espera de forma gratuita. Assim o recorda a experiente que acrescenta dois telefonemas telefónicos ou mensagens de fax ou correio electrónico a esta obrigação.

Chollo ou abuso?

Ao todo, as aerolíneas não podem vender mais de 5% de bilhetes acima do volume de assentos disponíveis em suas aeronaves, segundo explica Rodríguez. Tanto para os que vêem no overbooking um chollo como os que vêem um abuso, o verdadeiro é que é uma situação difícil de prever.

"Até o fechamento de porta não se sabe se têm assentos disponíveis para todos os passageiros", expõe a especialista. Aquelas pessoas que, como Gonzalo Z, vejam no overbooking uma prática abusiva, sempre é possível reclamar. Ana Rodríguez recomenda recorrer directamente a um experiente. Uma reclamação para a que será imprescindível, entre outros documentos, "o cartão de embarque e um certificado de overbooking emitido pela companhia ou Aena", limpa.