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Michael Ou'Leary (Ryanair): "As multas do Ministério de Consumo espanhol são ilegais e infundadas"

Tanta a companhia irlandesa como a Associação de Linhas Aéreas anunciam que apelarão as sanções recebidas por cobrar suplementos pela bagagem de mão

Teo Camino

michael oleary

"Estas multas ilegais e infundadas, inventadas pelo Ministério de Consumo de Espanha por razões políticas, violam claramente a legislação da UE", tem declarado o diretor geral de Ryanair, Michael Ou'Leary.

Umas declarações que chegam no mesmo dia em que Consumo tem imposto uma sancion de 107,7 milhões de euros à aerolínea irlandesa, entre outras, por cobrar suplementos pela bagagem de mão ou reservar assentos contíguos para acompanhar a pessoas dependentes.

A defesa de Ryanair

"Durante muitos anos, Ryanair tem utilizado tarifas por bagagem e por check-in nos aeroportos para modificar o comportamento dos passageiros, transformando isto em poupança de custos aos consumidores em forma de tarifas mais baixas", assegura o CEO da companhia.

Um avião de Ryanair / TEO CAMINHO

E prossegue: "As multas ilegais de hoje em Espanha infringem a legislação da UE (Regulamento 1008/2008) e serão anuladas pelos tribunais da UE, que têm defendido repetidamente o direito de todas as aerolíneas da UE a estabelecer preços e políticas sem interferências governamentais".

O argumento de Michael Ou'Leary

Ou'Leary se escuda na capacidade de sua empresa para oferecer bilhetes a preços baixos.

"Estas multas ilegais em Espanha, baseadas numa antiga lei dos anos 60, prévia à adesão de Espanha à UE, destruiriam a capacidade das aerolíneas de baixo custo de gerar poupança para os consumidores mediante tarifas mais económicas".

Interferências governamentais

"O sucesso de Ryanair e de outras aerolíneas de baixo custo em Espanha e Europa nos últimos anos deve-se completamente ao regime de Céus Abertos de Europa e à liberdade das aerolíneas para estabelecer preços e políticas sem interferências dos governos nacionais, que é precisamente o que estas multas ilegais de Espanha pretendem socavar", sentencia o diretor.

Por sua vez, a Associação de Linhas Aéreas (ASA) tem avisado nesta sexta-feira de que a sanção interposta pelo Ministério de Consumo a cinco aerolíneas "não muda nada", pelo momento, e que estas vão manter suas políticas comerciais ao solicitar medidas cautelares enquanto executa o processo judicial nos tribunais do contencioso-administrativo.

A postura de Associação de Linhas Aéreas

O presidente da patronal, Javier Gándara, tem oferecido uma roda de imprensa na que tem confirmado que todas as companhias implicadas -Ryanair, Vueling, Easyjet, Volotea e Norwegian- têm mostrado sua vontade de apresentar recurso ante esta sanção, que se eleva a 179 milhões de euros somando as penas de todas.

Um avião de Volotea e a diretora de comunicação da companhia, Sandra Rikić / FOTOMONTAJE CG

Neste contexto, Gándara tem afirmado que as companhias solicitarão medidas cautelares à Audiência Nacional, organismo que leva o processo ao tratar de um Ministério, para evitar adoptar mudanças que depois, de se dar o caso de que a sanção seja anulada, sejam irreversíveis e provoquem danos que "não se possam consertar".

Um encarecimiento das tarifas

Isto é assim porque "Espanha seria uma excepção dentro de Europa, tendo que aplicar cobranças diferentes aos do resto de países europeus e prejudicando a uns 50 milhões de passageiros que viajam a cada ano sem bagagem de cabine e com "tarifas mais baratas", segundo ASA.

De não se aprovar as medidas cautelares, as aerolíneas teriam que abonar o custo da sanção e deixar de realizar as práticas qualificadas como "abusivas".