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Produtores carregam contra a norma de bem-estar animal da UE: o frango será "um produto de luxo"

A Associação Interprofesional de Carne Avícola (Avianza) expressa sua preocupação sobre as consequências que poderia ter a revisão do regulamento

Ana Carrasco González

Una gallina en libertad

A Associação Interprofesional de Carne Avícola (Avianza) tem expressado sua preocupação sobre as consequências que poderia ter a revisão do regulamento de bem-estar animal proposta pela União Européia e tem assegurado que suporia converter ao frango em "um produto de luxo" para a maioria dos espanhóis.

De facto, a associação compartilha a estimativa de COAG de que o preço desta carne se triplicaría, podendo chegar até os 15 ou 20 euros o quilo de pechuga. O secretário geral de Avianza, Jordi Montfort, tem explicado que esta situação provocaria que o 30 % da população que está em risco de pobreza, segundo a OCDE, reduzisse esse mínimo de duas vezes por semana em media nas que tem acesso a uma proteína de alta digestibilidad, como é a proteína de origem animal, como é o caso de carne das aves.

Redução da superfície útil num 30%

Montfort tem explicado que o maior impacto do aplicativo das recomendações realizadas pela Comissão Européia seria uma redução de quase um 30 % da superfície útil actual das granjas. Desta forma, das quase 5.000 granjas disponíveis, só ficariam 3.592 úteis, pelo que, para poder compensar e abastecer o mercado do frango, ter-se-iam que construir ao redor de um 73 % mais de naves.

Gallinas ponedoras de ovos numa jaula / PIXABAY

Avianza calcula que isto suporia um investimento de 1.800 milhões de euros e que se fixasse menos população no meio rural, já que "não terá granjeros, pois não poderão produzir ao não ser rentável para eles".

Joga-se " por terra" todos os avanços

A sua vez, Montfort tem comentado que com esta revisão do regulamento se "jogam por terra" todos os avanços nas mudanças de genética que têm permitido ao sector ser "bem mais produtivo e garantir a segurança alimentar".

Desde Avianza, têm explicado que isto implicaria ter mais tempo aos animais nas granjas, pelo que se vai perder um ciclo ao ano e se vão incrementar os custos por penso, água, electricidade ou gás, além de se produzir um aumento de emissões, "com o qual não é nada sustentável nem responsável com o meio ambiente".

Não se consultou aos sectores envolvidos

Desde a organização têm declarado que actualmente a Comissão Européia está a avaliar sacar este regulamento de bem-estar animal com uma análise de impacto "no qual não se consultou aos sectores envolvidos". Avianza tem defendido que, em matéria de bem-estar animal, "os produtores são os primeiros interessados em que seus animais estejam bem o tempo todo", pois se não, "o animal não produz, isto é, não é uma produção sustentável".

Ademais, consideram que os pontos descritos neste regulamento carecem "de um rigor técnico de campo muito grande", pois "não se vêem plasmadas todas as garantias que existem em matéria de bem-estar animal hoje em dia". De facto, têm assegurado que "em Espanha se cumprem acima do regulamento vigente muitos temas de bem-estar animal analisados e, ademais, se certificam".