Os dados do primeiro mês após o Brexit demonstram que o país mais afectado pelo divórcio com a União Européia é o próprio Reino Unido. Compra-las de Espanha ao país britânico se desplomaron em janeiro até um menos 65% com respeito ao mesmo mês de 2020, segundo aponta o último Relatório Mensal de Comércio Exterior que tem publicado o Ministério de Indústria, Comércio e Turismo de Espanha nesta quarta-feira. Ao mesmo tempo, as vendas espanholas ao país de Boris Johnson caíram um 23%.
O descenso dos intercâmbios comerciais entre Espanha e Reino Unido durante o mês de janeiro põe de manifesto o caos e a incerteza empresarial que implicou o Brexit, que se fez realidade o 31 de dezembro do passado ano. Enrique feias, experiente do Real Instituto O Cano, tem apontado em Twitter que "é só um mês e não são cifras representativas, mas demonstram que o Brexit implica fortes custos de ajuste".
O desplome dos intercâmbios comerciais por segmentos
Compra-las de Espanha a Reino Unido foram em janeiro de 299,1 milhões de euros (um 65% menos que no ano anterior). Os produtos energéticos (92%), as manufaturas de consumo (86%) e o segmento de alimentação, bebidas e fumo (78%) são os segmentos que mais caíram.
No referente às vendas, a cifra ascende aos 1.188,2 milhões de euros (o citado menos 23%). Produtos energéticos e 'outras mercadorias' desceram mais de 80%. O único segmento positivo foram as exportações de carros a Reino Unido, que cresceram um 6%.
Um mau começo de ano
As menores vendas a Reino Unido não são o único dado negativo para Espanha, que viu como as exportações de automóveis a França e Portugal desceram um 11,4% durante o primeiro mês de 2021. No lado oposto, as importações espanholas caíram um 16,4%, o que tem provocado que o déficit comercial atingisse os 1.769,1 milhões de euros em janeiro, o que supõe uma queda de 49,6% com respeito ao mesmo período do ano anterior, segundo os dados do Ministério de Indústria, Comércio e Turismo publicados nesta quarta-feira.
"Depois de uma recuperação progressiva durante a segunda metade de 2020, no início deste ano tem tido uma recaída do comércio global que tem freado a tendência positiva dos últimos meses", tem apontado a secretária de Estado de Comércio, Xiana Méndez, num comunicado.