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Um novo fármaco duplica a sobrevivência em pacientes com cancro de mama

Um estudo realizado por vários hospitais espanhóis demonstra que é possível realizar tratamentos menos tóxicos e mais eficazes contra os tumores

Consumidor Global

Um médico estuda amostras de pacientes com cancro / UNSPLASH

Três relevantes hospitais espanhóis têm realizado um estudo que demonstra que um novo fármaco duplica a sobrevivência em pacientes com cancro de mama metastásico com baixa expressão da proteína HER2, que se encontra no exterior das células tumorales.

Mais especificamente, os oncólogos Aleix Prat e María Vidal, do Hospital Clínic-Idibaps; Cristina Saura, do Hospital Vall d'Hebron; e Miguel Gil, do Instituto Catalão de Oncología (ICO) têm levado a cabo este ensaio internacional.

Que faz este fármaco

Saura tem explicado numa entrevista à Corrente Ser, que o que faz este fármaco chamado trastuzumab deruxtecan "é utilizar um anticuerpo que se une a 7 ou 8 moléculas de quimioterapia. Com isto conseguimos que uma baixa expressão da proteína HER2 na membrana seja suficiente para que o anticuerpo reconheça a proteína e se liberte selectivamente nestas células".

Uma paciente com cancro bebe-se uma xícara de chá / PEXELS

Conseguiu-se demonstrar que aproximadamente o 50 % destas pacientes que até agora se consideravam com baixa expressão de HER2 têm proteína "suficiente" como pára que trastuzumab deruxtecan "possa ser activo" e actue também sobre as células cancerígenas nestes casos.

Os fármacos ADC

Trastuzumab deruxtecan pertence aos chamados fármacos ADCs (de suas siglas em inglês, Antibody-drug conjugates). É um tipo de medicamento composto por um anticuerpo que leva unidas diferentes de moléculas de cancro. Segundo comenta a oncóloga Saura, "estes fármacos vão revolucionar a oncología" e estão a utilizar-se também em hematología.

"São muito interessantes porque através de um uso de um anticuerpo o que conseguimos é seleccionar as células nas que se liberte o fármaco, fazendo que assim o tratamento se liberte de forma selectiva nas células tumorales e, por tanto, que a toxicidad do tratamento se reduza e que a eficácia possa ser mais alta, ao conseguir esta libertação seleccionada por proteínas que se expressam na membrana dos tumores", detalha.