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Um chip genético garantirá a autenticidad do mejillón galego

A investigação servirá para distinguir a origem geográfica destes produtos cultivados em Galiza de outras localizações geográficas

Isabel Martínez

Un plato de mejillón gallego UNSPLASH

Os pesquisadores de AZTI em Bizkaia, em colaboração com a Universidade de Santiago de Compostela (USC), têm desenvolvido um chip que contém a composição genética do mejillón galego, para garantir sua sustentabilidade e evitar fraudes em sua comercialização.

A investigação, enquadrada no projecto europeu Seatraces e coordenada pelo Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), servirá para distinguir a origem geográfica de mejillones cultivados em Galiza de outras localizações geográficas, tem informado o centro vizcaíno especializado no meio marinho e a alimentação.

A composição genética

Esta investigação de AZTI junto com a USC iniciou-se em 2018 e nela têm participado 19 sócios de seis países para, através de técnicas de secuenciación e análise genética, identificar 17 marcadores específicos que permitem distinguir a origem geográfica dos mejillones cultivados em Galiza, dos de outras localizações.

Conjunto de mejillones recém pescados / PEXELS

Para isso, AZTI tem analisado mais de duzentas mostras de mejillones de diferentes origens geográficas e ademais, o estudo tem determinado com alta precisão a composição genética da espécie de mejillón galego.

Contribuir à exploração sustentável

Dessa maneira, oferece aos produtores e experientes uma ferramenta genómica que permite identificar, validar e avaliar rasgos genéticos complexos nesta espécie. Os resultados podem contribuir à exploração sustentável destas espécies, evitar a fraude comercial e garantir a traçabilidade.

"Rastrear a origem geográfica desta espécie é crucial para o desenvolvimento e implementação de estratégias de manejo para mitigar a invasão e proteger a exploração sustentável de espécies nativas", tem explicado a pesquisadora de AZTI, Ane do Rio.

Galiza, responsável a mais de 97% do cultivo

A produção acuícola mundial de mejillones atingiu em 2018 as 2,11 milhões de toneladas e um valor aproximado de 4.519 milhões de dólares, segundo dados de 2020 da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Na União Européia, estes moluscos representam o 34 % da produção total de acuicultura.

Mejillones numa sartén / PEXELS

Galiza, responsável a mais de 97% do cultivo em Espanha, é o principal produtor entre os países da UE de uma das duas espécies principais, o Mytilus galloprovincialis, conhecido também como mejillón galego ou mediterráneo.

A importância da investigação

Segundo têm destacado os responsáveis pelo estudo, "garantir a procedência e traçabilidade é especialmente relevante no caso dos mejillones devido a sua importância no comércio internacional e as longas distâncias entre os lugares de produção e os de consumo".

Os resultados são importantes para compreender a dinâmica genética das populações de mejillones cultivados e avaliar a efectividade das práticas de manejo e selecção na acuicultura. Também proporcionam informação valiosa para o desenvolvimento de estratégias de conservação e melhora genética desta espécie de importância económica e ecológica.