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Roubam a um cliente de ING 11.000 euros numa ciberestafa mas o banco recusa reintegrar o dinheiro
A vítima perdeu todas suas poupanças em 25 minutos mediante técnicas de 'vishing' e 'spoofing' telefónico
Perder todas as poupanças da noite para o dia. É o pesadelo que tem tido que suportar Miguel Ángel Sánchez, um cliente de ING que tem contado em redes sociais como tem sido vítima de uma fraude tão perigosa.
Os ciberdelincuentes combinaram duas técnicas, o vishing e o spoofing telefónico, acabando com as poupanças do utente. O banco, ademais, se desentiende argumentando que a responsabilidade é do cliente por ter sido defraudado.
Perder as poupanças da noite para o dia
O cliente explica que tudo começou quando um suposto membro da equipa de segurança de ING lhe chamou para alertar de que se tinha detectado que alguém se tinha metido em suas contas desde a província de Cádiz e um iPhone 7.
Nesse telefonema já tinham alguns detalhes de sua conta bancária e lhe deram conselhos de segurança como ir a um escritório próximo de ING porque seu dinheiro podia estar em perigo. A alternativa era seguir uns passos por telefone para assegurar-se a protecção da conta, traspassando o dinheiro a uma conta segura durante a resolução da incidência.
Suplantar a ING
Nesse momento, Sánchez começou a duvidar. "Como sabemos que você é trabalhador de ING?", perguntou. A resposta foi "podem pendurar-me e ir a um escritório ou podem olhar em internet o telefone desde o que lhe estou a chamar". O utente olhou e comprovou que o número era o da sucursal de ING na rua Ou'Donell de Madri.
"Desde esse momento não duvidei", assinala o afectado. No entanto, os estafadores estavam a aplicar a técnica do spoofing telefónico, que consiste em falsificar o número de telefone do remitente no telefonema para que pareça que prove/provem da citada entidade.
"Está muito bem montado"
Não obstante, não era seu número real, se não que procedia de outro diferente que tinha falsificado a identidade fazendo pelo número do verdadeiro banco. "Há que viver a situação", defende Miguel. "Uma das coisas que propus foi transferir todo o dinheiro à conta de minha mulher. O estafador (com acento espanhol) comentou-me que seguramente as contas das pessoas às que habitualmente faço transferências podiam estar também em perigo. Está muito bem montado."
"Realizei uma série de transferências a uma suposta conta segura de ING para proteger meu dinheiro. Para realizá-las, chegaram-me SMS desde um telefone de ING, com o número de conta e um código de segurança. Em 25 minutos tínhamo-lo perdido tudo".
ING se desentiende
Após isto, o cliente devolveu o telefonema e nesse momento se esteve a falar com ING. Responderam-lhe que tinha sido vítima de uma fraude. Depois de contactar com o banco, a resposta de ING é que eles "não se responsabilizam de que alguém esteja a usar seu número de telefone para enganar aos utentes".
O banco argumenta que "constatada a falta de diligência" de seus elementos de segurança e dados pessoal, não procede abono por parte da entidade. O spoofing é uma fraude que se tem popularizado recentemente, mas é bem conhecida. A Polícia Nacional recomenda não dar dados pessoas ou bancários via telefónica ou por SMS, bem como também não facilitar senhas.
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