As famílias espanholas precisam 7 anos e meio de salário bruto para comprar uma moradia

A cidadania deve destinar no primeiro ano mais de 39% de seus rendimentos, o maior esforço que se regista desde finais de 2011, segundo o Banco de Espanha

Un hombre camina frente a un escaparate de anuncios de viviendas   Ricardo Rubio   EP
Un hombre camina frente a un escaparate de anuncios de viviendas Ricardo Rubio EP

As famílias espanholas precisam 7 anos e meio de salário bruto para adquirir uma moradia e têm que destinar para isso no primeiro ano mais de 39% de seus rendimentos brutos anuais disponíveis, o maior esforço que se regista desde finais de 2011, segundo os últimos dados que maneja o Banco de Espanha.

De facto, a falta de conhecer-se o dado de fechamento de 2023, a taxa de esforço dos lares espanhóis não tem deixado de se incrementar à medida que subiam também as taxas de juro e se encarecía o financiamento hipotecaria.

Subidas moderadas

Neste contexto inflacionista, ainda que a subida dos tipos tem trazido consigo um enfriamiento das compra e da concessão de hipotecas (mais da metade pagam-se ao contado) os preços têm resistido, isso sim, com subidas mais moderadas. Não obstante, em alguns mercados bateram-se valorize-los recorde ou está-se próximo disso.

Construcción de una vivienda con eficiencia energética / FORO PARA LA ELECTRIFICACIÓN
Construção de uma moradia / FORO PARA A ELECTRIFICACIÓN

Se a começos de ano precisavam destinar um 36% de seu salário ao pagamento de uma hipoteca no primeiro ano, esta percentagem se foi incrementando até acabar no terceiro trimestre o 39,2%.

O esforço dos lares

Com este novo incremento, o esforço dos lares não era tão alto desde fazia doze anos, quando se situou no 39,7% a fechamento de setembro. E é que desde junho de 2021 a percentagem que têm que destinar os lares não tem deixado de crescer.

Para medir o esforço dos lares o Banco de Espanha tem em conta as quotas a pagar no primeiro ano depois da aquisição de uma moradia tipo financiada com um empréstimo regular pelo 80% do valor do andar.

O maior e o mínimo esforço

De acordo com a série histórica que maneja a entidade, que arranca em 1970, o maior esforço se registou em 1990 e 1991, quando era necessário mais de 72% da renda anual disponível de um lar médio.

Panorámica de viviendas en Barcelona / EP
Panorámica de moradias em Barcelona / EP

Sem remontar-nos tanto, no terceiro trimestre de 2008, coincidindo com o estallido da borbulha imobiliária que derivou numa forte crise económica, as famílias chegaram a precisar quase o 55 % de sua renda no primeiro ano. Tudo pese a que os experientes aconselham que a renda anual destinada à aquisição de uma moradia não deveria superar o 30-35% dos rendimentos. Pelo contrário, o mínimo esforço registou-se em meados de 1999, com um 25,3%.

O número de anos segue à baixa

Actualmente, para comprar uma moradia de tamanho meio em Espanha precisam-se 7,5 anos de renda bruta, um período que leva se reduzindo desde setembro de 2022. Esta cifra contrasta, por exemplo, com o tempo que se requeria no final de 2007, o último do 'boom' imobiliário, quando se marcou um recorde histórico com 9,45 anos de salário bruto para adquirir uma moradia.

O mínimo, por sua vez, deu-se com 2,96 anos nos três primeiros meses de 1987, ano a partir do qual o Banco de Espanha tem registros deste indicador. Apesar destas quedas progressivas, o número de anos que se requerem para adquirir uma moradia segue desde mediados de 2020 acima dos 7 anos.

O preço da moradia resiste

Segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), os preços da moradia aumentaram um 4,5% no terceiro trimestre em comparação com o mesmo período de 2022, acumulando 38 trimestres consecutivos ao alça. Por sua vez, o Ministério de Moradia cifra a subida do preço da moradia no 4,2% até os 1.812,4 euros/m2.

A fechamento do terceiro trimestre o euríbor, índice ao que estão referidas a maior parte das hipotecas, subiu até o 4,149% em setembro. Em novembro marcou sua segunda queda mensal do ano até o 4,022% e em dezembro situou-se por embaixo do 3% pela primeira vez nos últimos seis meses até o 3,679%.

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