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O que é o retinol e quais são os riscos dos cosméticos ativos?

Este elemento tornou-se muito popular no mundo 'beauty' até se converter num dos produtos anti-envelhecimento com maiores garantias científicas, mas também tem as suas condicionantes

Núria Messeguer

Uma rapariga com óculos escuros e uma máscara com retinol / PEXELS

Em nome da beleza arrica-se até a própria vida. É que, qual é o preço da eterna juventude? A rainha Isabel I de Inglaterra faleceu por causa de um envenenamento gradual provocado pela maquilhagem branca, muito comum nessa época --elaborada com vinagre e chumbo--. A mistura cosmética era muito apreciada pela monarca, que untaba a cara até parecer quase uma estátua funerária, de acordo com os boatos do palácio. No entanto, esta obsessão doentia pela sua imagem não era mais que uma estratégia política para evitar que alguém a questionasse pelo facto de ser mulher. Por vaidade, por poder, por pressão ou por prazer, dissimular o passar dos anos sempre foi uma matéria importante para o comum dos mortais. Agora, para fortuna para muitos, parece que o chumbo passou de moda, mas outros ativos vieram à tona.

É o caso do ácido retinoico, a forma mais potente de vitamina A, que apresenta benefícios excepcionais na pele. Na verdade, como disse a dermatologista Dendy Engelman, uma das mais famosas dos Estados Unidos da América, "se juntas dez dermatologistas numa sala e lhes perguntas pelo ingrediente anti-envelhecimento mais eficaz do mundo, todos sem excepção apontarão a vitamina A". Mas nem tudo o que luz é ouro, já que utilizar este ativo sem critério pode levar a "irritações, secura ou escamação da pele", como alerta Maite Herrera, médica em biologia molecular e autora do blog Guia da Pele.

O que é o retinol e para que serve?

"Os retinoides são compostos que incluem a vitamina A, e outros derivados, como o ácido retinoico (vitamina A activa) e os ésteres de retinilo", explica Herrera. Na verdade, segundo esta especialista "hoje estes ctivos consideram-se como um dos tratamientos anti-envelhecimento com maior garantia".

O retinol reduz as rugas, aumenta a elasticidade da pele, atenua a pigmentación na pele, atua como antioxidante e pode também ser usado como um tratamento para combater o acne. As suas propriedades são infinitas da mesma forma que as opções nos lineares das lojas especializadas ou farmácias. Não precisa de prescrição médica para comprar alguma das suas fórmulas cosméticas e desde há um par de anos, este ctivo, converteu-se na panacea cosmética mais procurada por todo o tipo de públicos. "Perguntam-nos por retinol desde miúdas jovens que começam a criar a sua rotina cosmética a mulheres de idade avançada que o querem incluir nos seus cuidados. É uma loucura", corrobora Meri Fonollosa, maquilhadora e funcionária da Druni.

Conselhos antes de utilizá-lo

Mas ainda que a compra deste activo seja livre de qualquer consentimento médico, a sua aplicação tem condicionantes. "O retinol só pode ser usado à noite, já que deixa a pele mais sensível do que o habitual e no dia seguinte é vital utilizar creme solar se não se quer acabar com queimaduras", aponta Anna Sempere, farmacêutica e especialista no cuidado da pele. Além disso, este ativo não é necessário para quem tem menos de 25 anos, se se está grávida ou a amamentar. Segundo Sempere, no momento da aplicação deve-se evitar sempre o contacto com os olhos, pálpebras, mucosa nasal, boca ou feridas abertas. E, antes de mais nada, "não o misturar com outros ativos: se tem-se dúvidas, há que perguntar à farmacêutica".

"Deve-se começar aplicando o ativo entre uma e duas vezes por semana para acostumar a pele e, passadas umas semanas, já se pode aumentar a frequência. Ainda assim, é normal que nos primeiros dias se sinta a pele mais seca do que o normal", explica Berta García Estrada, farmacêutica especializada em cosmética e dermofarmacia.

O retinol da marca The Ordinary / PRIMOR

Bom, bonito e barato: os mais acessíveis

Para começar com este produto de uma forma gradual e acostumar assim a pele, Herrera considera que o Retinol da Ikey List ou o The Ordinary são umas boas opções. Os dois custam 9,99 euros e têm 30 mililitros, o primeiro vende-se na Sephora e Amazon, e o segundo na Primor, Druni e também na Sephora e Amazon. "São produtos muito agradáveis ao tacto e ao ter 0,3% de concentração de ativo podem provocar menos irritação", confirma a especialista.

Outras opções disponíveis nas farmácias são o da marca GH e o da A Roche Pasay que ascendem a 30 euros por cada frasco de sérum de 30 mililitros. Têm a mesma quantidade de retinol que as anteriores mas são mais caras por questões de marca. Escolher um dos produtos é questão de gostos e preferências, ainda que a farmacêutica Sempere remarque que "face a dúvida, sempre é melhor consultar com um farmacêutico de confiança.