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Rafuel sobre o 'realfooding' de Carlos Rios: "Não se deve fazer caso de quem grita muito"

Com mais de 600.000 seguidores nas redes sociais, este chef fala sem papas na língua de algumas tendências gastronómicas e alimentares

Núria Messeguer

O 'influenciador' Rafuel e por trás dele a comida 'realfooding' / CG

O influencer Rafuel atende o telefone e começa falar de Eurovisão. Ainda que hoje o assunto seja outro, e nada tenha a ver com isso, comenta que Rigoberta Bandini será a candidata escolhida para representar a Espanha no concurso. Conhecido pelas receitas que publica no Instagram, Rafa Antonín mostra-se próximo e sem papas na língua para tratar temas tão polémicos como o realfooding de Carlos Rios ou as macroquintas.

A sua jornada como influencer gastronómico começou em 2012, ainda que a intenção não era expor o seu talento culinário ao mundo, mas sim melhorar a comunicação com as suas filhas. Dez anos depois conta já com 679.000 seguidores no Instagram. Por isso, perguntámos-lhe por algumas tendências gastronómicas e que nos espera em 2022.

Rafuel contras asmodas

Ontem as bagas de Goji, hoje a espirulina e amanhã o milho azul. No mundo das redes sociais os alimentos também seguem modas e cada semana um ingrediente do prato surge como a panacéia nutricional do momento. Mas o tiktoker declina qualquer comida que se populariza num dado momento e declara-se um fiel defensor da dieta mediterrânea e de comer o que se tenha perto. "Temos que lutar contra estas modas porque vão destruir o quilómetro 0", insiste.

De facto, para Rafuel o sucesso das suas receitas está na simplicidade dos alimentos que utiliza. "Não escolho nenhum ingrediente que tenhas que ir à Índia procurar", brinca. Os seus pratos são feitos com produtos básicos que se encontram em qualquer mercado de bairro e que além disso não exigem uma cozinha muito elaborada.

Carlos Rios, tâmaras e alfarroba

As tâmaras têm sido outro dos alimentos que ganharam protagonismo durante 2021, sobretudo pelo creme de cacau de Carlos Rios. Há algum tempo, a tendência de mudar o açúcar por tâmaras com o objectivo de conseguir esse ansiado sabor doce, toou conta de muitas das receitas que se publicam nas redes.

Mas Rafuel não segue esta tendência e recusa qualquer sobremesa feita com tâmaras. "Imaginas uma Lemon Pie com tâmaras? Impossível", explica. O chocolate de algarrobas é outro dos alimentos que também não passa no corte deste influencer. Segundo ele, o dito produto é próprio dos cavalos, não das pessoas.

O movimento 'realfooding'

O instagramer considera que a pastelería é a joia da gastronomia. Na sua família os domingos sabem a doce. "O meu pai sempre comprava uma sobremesa nos feriados. É um bom costume e uma lembrança muito bonita, não a devemos perder", explica Rafuel. Na sua opinião agora tudo tem que ser saudável e sem açúcares, e prova disso é o uso das tâmaras nas sobremesas.

Rafuel não é seguidor do realfooding?, perguntamos-lhe. "Não devemos fazer caso de quem grita muito", contesta. O segredo está em comer doce, mas não com regularidade e no dia que um se dê esse capricho,"andar 10 minutos mais"

Sim à carne (mas do mercado)

Após as declarações de Alberto Garzón no diário britânico The Guardian, as macroquintas converteram-se num dos temas mais comentados e controversos destes últimos dias. Sobre este debate, Rafuel considera que há que encontrar o meio-termo.

"A carne sempre está na moda", defende o instagramer. Ainda que recuse todo o bife que provenha do supermercado. "Estamos muito acostumados a comprar carne barata e isso não se deve fazer", afirma. Rafuel é mais partidário de comprar no mercado e de ter, ao menos, mais de dois fornecedores. "E quando vejas que o balção de sempre te vende um mau produto, vais e lho dizes. Assim pôr-se-á as pilhas", conclui.