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Manuel Royo (Beko): "Podem-se poupar em luz até 25 euros ao mês com uma geladeira eficiente"
O director de marketing da assinatura de electrodomésticos Beko reconhece um 'boom' das reformas e a necessidade, ainda, de mudar alguns electrodomésticos que se integrem no desenho do lar
Manuel Royo é o director de marketing de Beko em Espanha. A assinatura de electrodomésticos já se tem colado em vários lares espanhóis. Sua fama cresceu, nacional e internacionalmente, quando decidiu vestir ao Futebol Clube Barcelona.
Ainda que um dos reclamos principais da marca são seus ajustados preços, a companhia aposta forte pela sustentabilidade, a última tecnologia e a poupança energética (e monetário).
--Quanto tempo leva Beko no mercado espanhol?
--"Beko pertence ao grupo Açelik que, a sua vez, pertence ao holding Koç, que é o maior grupo industrial em Turquia, responsável a mais de 9% do PIB do país. Beko Espanha nasce em 1995, mas com outro modelo de negócio que não tinha nada que ver com os electrodomésticos. E é a partir de 2005 quando se faz uma aposta por esse negócio. Desde então, Beko tem sofrido uma transformação importante a nível internacional e local".
--O consumidor espanhol já não se fixa tanto no preço?
--"Fixa-se menos. Agora é bem mais exigente e vem com os deveres feitos no ponto de venda. Por isso, a cada vez vendemos mais produto de valor acrescentado e oferecemos tecnologias em alguns casos únicas".
--Agora que a factura da luz está pelas nuvens… Como se nota isso no consumo de electrodomésticos?
--"Vemos uma aposta pelo investimento de electrodomésticos de maior eficiência energética. O frigorífico é o que mais consome do lar porque está 24 horas conectado, mas se apostas por um eficiente, calculamos uma poupança entre 20 e 25 euros ao mês. Ao cabo de três anos, já tens amortizado o custo da geladeira e o resto da vida útil é poupança neta".
--Como tem afectado o Covid na compra? A despesa média tem subido?
--"Sim, há auditorias do mercado que mostram que o Covid tem sido um ponto de inflexão e o consumo de electrodomésticos tem explodido, com características superiores e um maior preço médio. Mais especificamente, o preço médio no mercado pode ter crescido um 2 % ou um 3 % e, no caso de Beko, o consumidor gasta um 5 % mais em nossos produtos. Consome-se um produto de maiores prestações, valor e desenho. O consumidor está disposto a pagar um pouco mais por um produto que lhe contribua mais também".
--Como tem ido a facturação do grupo em 2021 e qual é a previsão para 2022?
--"Nos últimos anos temos crescido a duplo dígito. E para este ano esperamos um crescimento sólido também. Em consolidado, em 2021 estivemos acima dos 130 milhões. E queremos manter um crescimento positivo para este exercício que esteja perto, ou inclusive ultrapassar, o duplo dígito. Em menos de três anos queremos ultrapassar os 150 milhões de euros".
--Pela pandemia, muitos lançaram-se a reformar a cozinha… notaram-no?
--"Sim, e ainda há muita necessidade de mudar certos electrodomésticos. Tem tido um boom das reformas e nessas reformas a cada vez mais gente tem querido integrar o electrodoméstico no desenho do lar. Achamos que ainda há essa necessidade, ainda que agora com certa prudência do consumidor".
--Como lhe afecta a Beko a guerra de Ucrânia?
--"Estamos a dar cobertura a todas as necessidades que há, mas alguns provedores e fornecedores sim sofrem o conflito bélico e isso afecta a determinados tipos de materiais, como alguns componentes tecnológicos. Em Rússia temos uma planta de produção e em Ucrânia o que temos é uma subsidiaria, como a de Espanha. Mas entendemos que se trata de uma situação coyuntural que esperamos que se resolva rápido, mas a nível internacional a compra de materiais desde a central de Estambul já se vê afectada pela inflação motivada pelo contexto actual".
--Pagaremos mais pelos electrodomésticos da assinatura?
--"Entendemos que o utente tem que ser o que desfrute do produto e que não se veja prejudicado por uma situação que em outros aspectos de sua vida já sofre. A eficiência de nosso modelo de negócio poderá chegar até um limite e em alguns casos poder-se-ia ver repercutido tudo no preço, mas nossa intenção é que não repercuta. Procuramos ter produtos mais eficientes em produção e em prestações e oferecer assim uma poupança na compra".
--Tem tido um bico de demanda de produtos Beko depois de patrocinar a marca ao FC Barcelona?
--"Dentro do universo de Beko, em Ásia ou em América, um patrocínio deste tipo dá uma visibilidade brutal. O FC Barcelona tem sido uma plataforma importantíssima. De facto, em 2010 nossa posição no mercado era a número 23 e agora somos a terceira marca em unidades vendidas de Espanha".
--Os cocineros Michelin também apostam pela marca?
--"Temos como embaixador a Martín Berasategui e tanto em sua casa como em seus restaurantes tem nossos produtos e usamos suas equipas de I+D para que os provem e nos dêem seu feedback".
--Qual é o electrodoméstico rei do lar?
--"Eu acho que o frigorífico é o rei e é o que mais se vende no mercado. E, depois, estariam o forno e as placas de indução ou gás. No entanto, a lavadora é fundamental e a maioria de lares espanhóis dispõem deste electrodoméstico porque é uma necessidade. Enquanto, o lavavajillas é a categoria que agora mesmo mais cresce, em relação a como estava. Sua penetração dantes era mais pequena. E a secadora, ainda que têm incrementado as vendas, o principal inconveniente é a falta de espaço de algumas casas".
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