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Laura García (Sapato Feroz): "Nossa demanda sempre tem sido mais alta que nossas possibilidades"

A fundadora da empresa valenciana de calçado infantil fala sobre o novo site depois do desespero de seus clientes com a antiga bicha virtual para conseguir um produto da marca

Ana Carrasco González

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A marca valenciana de calçado infantil Sapato Feroz converteu-se em referência para muitos pais e mães. Isto tem provocado que a companhia se veja inmersa num aluvión de pedidos por seus produtos que superam a oferta que dispõem. Ante isso, a empresa criou uma bicha virtual, sobretudo para os dias de estréia de calçados novos. No entanto, as queixas pela longa espera e a incerteza tem levado a que sua fundadora, Laura García, se tenha visto obrigada a prescindir dela.

Calçado infantil de marca-a Sapato Feroz / SAPATO FEROZ

O 1 de fevereiro a companhia estreou a nova página com o sistema Shopify para evitar problemas de colapso ante a elevada demanda sem ter que fazer uso de um turno de espera para conseguir uns sapatos, como se se tratasse de umas entradas para Madonna. García fala com Consumidor Global sobre esta novidade e sobre lvos problemas de Sapato Feroz para atender toda a demanda que tem.

--Como tem sido a estréia do novo site de Sapato Feroz?

–Tem ido muito bem. Tenho investido muitíssimo no novo site e na nova logística para poder resolver o problema. Isto começou em 2016 com meu marido e comigo. No 2021 já vimos que se queríamos crescer tínhamos que começar a contratar gente. Agora somos uma equipa de dez pessoas. Trabalhamos sempre com os melhores podólogos. E o problema é que nossa demanda sempre tem sido mais alta que nossas possibilidades. A gente sempre me diz: "Por que não produzes mais?". Há que ver que quando tu vendes 25.000 sapatos num dia, precisas ter a estrutura para poder os enviar e poder satisfazer todas as queixas ou possíveis problemas.

--A solução para saciar a demanda, num primeiro momento, foi acrescentar a bicha virtual

–Quando vais tão ao limite pões a bicha virtual e se pode medeio controlar. Pode ter falhas. De repente o sistema com o armazém desligava-se e passavam pedidos ou não se cobrava. Era um suplicio para nós também a bicha virtual. Mas temos investido numa nova logística. A nova estréia foi todo maravilhoso. Com o site novo ninguém tem tido que fazer bicha. Não obstante, também tinha gente enfadada porque se esgotaram os sapatos.

--Quais são as vantagens de tirar a bicha virtual?

--O novo site que tem mais capacidade para que não tenham bicha eventual e que possam comprar sem ter que esperar. Com a bicha virtual tinhas o problema de esperar com incerteza ou que, de repente, teu computador tenha uma falha, te desligues e voltes a começar a bicha. Então gera-se muito estrés para todas as partes. Agora, o novo site o suporta tudo. Isso sim, à meia hora começa a se esgotar. Por exemplo, ligas-te às 8.00 horas e tentas comprar. Se esgota-se aos quatro minutos, ao dia seguinte às 8.05 já sabes que não terá. Tenta-lo outra vez, mas não tem essa longa espera nem a incerteza.

--Como para seus clientes, era insatisfactoria essa bicha virtual?

--Para nós essa espera também era tortuosa. Tinha mães e pais conectados às 22:00 horas, esperando para comprar desde as 08:00 horas. A mim se me caía o alma e estava com eles em Instagram contestando, porque também meus trabalhadores têm que ir a casa. A mim me davam vontades de chorar. Sempre a gente me dizia "parabéns, tens vendido 75.000 pares num dia". Mas a sensação nunca é satisfatória. Se há muita ansiedade, se faze-lo de coração, molesta-te que teus clientes tenham que esperar.

--O volume de demanda tanto faz tenha ou não tenha bicha virtual?

--É o mesmo volume. Muita gente pensava que íamos ter mais sapatos. Não, o único é que não se tem que esperar. Nem sequer dão-se números. Simplesmente entras e compras. E se há sapatos, podes comprá-los, e se não, pois há que provar ao dia seguinte, mas em cinco minutos o tens todo resolvido.

Calçado infantil de marca-a Sapato Feroz / SAPATO FEROZ

--Contemplam voltar a incorporar a bicha virtual em caso que tenha muita saturação?

--Não, não o contemplamos. Significaria uma má notícia. O sistema que temos agora, Shopify, teria que nos pesquisar porque passaríamos à história. É muito potente e nunca têm chegado a essa situação de que se tumbe um site. Pagamos uma comissão alta por Shopify para evitar-nos problemas.

--"Quando consiga turno a minha filha ter-lhe-á crescido o pé". Essa é a frase com a que Consumidor Global titulou a anterior reportagem sobre a marca. Essa frase já não poder-se-á associar a Sapato Feroz com este novo site?

–Exacto. Em 24 horas é difícil que cresça o pé. É curioso porque a bicha era para melhorar. Até a Generalitat tem uma bicha virtual para a vacunação. Não é uma coisa que nos inventámos. Cabe destacar que nos custava 2.000 euros ao dia. Era um serviço que lhe dava a meus consumidores, porque se não, ninguém podia comprar, porque a wifi vai muito lenta ou porque o site se colapsa. Era isso ou ninguém podia comprar.

--Lançam uma nova linha de produtos. Em que consiste?

--No dia 20 de fevereiro sacamos os sapatos de primavera-verão. Os produtos vamo-los melhorando a cada temporada porque temos uma relação directa com nosso cliente e isso é algo mágico. Por exemplo, este verão temos feito muitos estudos de laboratório com experientes de transpiración, de pés secos e de resistência. Esta temporada vamos oferecer blocos de borracha que são uma inovação nossa. Tentamos que durem o máximo possível dentro de condições extremas.

--Aparte do calçado infantil, oferecem sapatos para adulto.

--Sim, oferecemos sapatos desde a talha 19 à 46 desde 2021. Foi a primeira temporada que tivemos estes sapatos para adultos. Trabalhamos muito com podólogos, e os sapatos não são especialmente bonitos, isto é, são uns sapatos onde prima a forma do pé e a saúde para evitar juanetes.

--O calçado para adultos está só disponível em pré-venda?

--Sim, porque actualmente não damos abasto para o calçado infantil. Então, fazemo-lo baixo pedido desde janeiro e reproduzem-se em específico para recebê-lo a partir de março.