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Katy Muñoz, diretora da ZD: "Quem sabe apreciar a qualidade compra um pijama de 100 euros"

Entrevistamos a principal diretora da Zero Defects, que revela o que há por trás da confecção destas peças "únicas no mercado", e qual é a tendência atual para dormir

Katy Muñoz, diretora da ZD Zero Defects / CG
Katy Muñoz, diretora da ZD Zero Defects / CG

A marca espanhola ZD Zero Defects acaba de apresentar uma nova coleção de pijamas feitos com fio de fibra natural obtida de florestas virgens europeias, o que implica que estas peças são 100% sustentáveis. No entanto, dormir pode sair caro, é que os preços não baixam dos 82 euros e atingem, inclusive, os 103,50 euros.

A Consumidor Global entrevistou a diretora da ZD, Katy Muñoz, que revela o que está por trás da confecção desta nova coleção de seis pijamas, três deles da Modal e três de fio de Escócia, e sobre a tendência atual na hora de dormir.

-- Por que estes pijamas são "únicos no mercado"?

-- São únicos porque o tecido é único. O tecido é 100% algodão egípcio metalizado. Então tudo o que é a mercerização é um processo onde só os melhores algodões podem ser tratados, que são algodão de fibra longa, um algodão fino, um algodão de muita qualidade, um algodão que foi colhido no ponto óptimo de maturação. A mercerização dá ainda mais pele, ainda mais finura e um brilho extraordinário. Quando olhas para estes pijamas têm uma cor muito intensa e têm um tacto suave tipo seda. É um pijama de uma pureza extraordinária.

-- Poder-se-ia dizer então que Espanha é pioneira neste tipo de pijamas?

-- Pois não saberia dizer se somos pioneiros, o que sim que somos é únicos, porque hoje pijamas de 100% algodão há muitos no mercado. Seria como a matéria mais comum, mas de algodão mercerizado, ou o que é o mesmo, de fio da Escócia, pois provavelmente somos únicos porque é um processo que requer uma matéria-prima e uma qualidade que nem todas as marcas a têm, e depois é um processo caro que nem todos os tecelões são capazes de desenvolver devido a problemas técnicos ou de espaço económico. Hoje, em Espanha não há outra marca que o desenvolva.

-- Está dirigido só ao público masculino?

-- Sim, somente para público masculino. Somos uma marca eminentemente de cavalheiros. Nascemos nos anos 70 a fazer boxers masculinos de boxe. Isto tem sido assim durante os primeiros 40 anos, nos quais fomos muito inovadores. Não foi até há uns dez anos quando decidimos lançar a nossa colecção de mulher. Mas é uma colecção pequena de básicos, na qual temos cuecas, t-shirts e cuecas mestruais.

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Um pijama da ZD Zero Defects / Cedida por ZD

-- Os preços não baixam de 80 euros. Por que é tão caro?

-- Pelos materiais e o processo de confecção. Enquanto a relação qualidade-preço é óptima, também têm uma grande durabilidade. Os pijamas que fazem peeling e borbotos são pijamas que vão encolher na lavagem. Vemos isso nos pijamas baratos. Os nossos são pijamas de uma confecção artesanal onde a matéria-prima e o artesanato dá-lhes valor e não são fabricados em países terceiros.

--Acha que atualmente paga-se mais por um pijama, apesar que se utilize somente para estar em casa, ou pelo contrário, prefere-se um pijama de 10 euros quando muito?

-- Graças a Deus há de tudo porque, ainda que seja verdade que nem todas as pessoas têm capacidade económica para poder pagar por um pijama destas características, quem sabe apreciar a qualidade é capaz de comprar um pijama de 100 euros. Não nos esqueçamos que o que está em contacto com a pele é o mais importante. A pele é muito porosa e no final ter um tecido nobre, um tecido natural e dormir com ele fará que com que tu estejas melhor e te sintas melhor. Então há de tudo. Há target de público para pijama de poucos euros, mas também os há para pijamas entre 80 e 100 euros.

--Também há muitas pessoas que preferem utilizar para dormir um fatos de treino ou roupa que não é estritamente um pijama. Está a passar de moda o pijama?

-- Não. O pijama sempre vai estar.

-- Qual é a tendência deste ano?

-- A tendência deste ano é utilizar um pijama um pouco mais pesado por causa do aquecimento. Mas isto é muito particular. Há muita inovação, não como antes.

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Um pijama da ZD Zero Defects / Cedida por ZD

-- Mas, os pijamas que têm lançado não são "pesados", são de meia estação

-- Bom, é que são duas colecções. Nesta colecção estão os factos com fio de Escócia, e depois a colecção de pijamas da Modal. Cada um tem as suas características. Não são de meia estação. O de fio, é um pouco mais fresco, mas realmente serve para todo o ano.

-- Como foi a acolhida do público?

-- Muito boa. No final ZD é uma marca de prestígio e reconhecida. O facto de ampliar a colecção é graças a que temos consumidores muito fiéis, o que faz com que os lançamentos sejam bem acolhidos. São pijamas cómodos com os quais uma pessoa se sente a gosto e que o mercado os acolheu muito bem.

-- Além disso, valoriza-se mais o sustentável

-- Sim, já o vimos na pandemia. Mas não é uma moda. Eu acho que veio para ficar e nós somos uma marca de toda a vida de Mataró (Barcelona) de produção própria e com fabrico próprio 100% em Espanha. Isso é algo que nos beneficiou.

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