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Cédric Dufour (Rakuten TV): "Somos a plataforma grátis para o que se cansa de pagar Netflix e HBO"
O CEO e presidente da corrente de streaming fala de como têm adaptado sua oferta de conteúdos para atrair ao público que não pode se permitir assinaturas de pagamento
As assinaturas não se acabam nunca... Além do aluguer, a quota do carro e a factura da luz e do água, os cargos de Netflix , HBO Max, Amazon Prime Video, Disney+ ou Movistar sangran as contas correntes de milhões de espanhóis a princípios de mês. Seguramente por isso, porque a ninguém gosta de pagar a mais, a audiência de Rakuten TV cresce a um ritmo de dois dígitos em Espanha.
Entrevistamos ao director geral e presidente de Rakuten TV, Cédric Dufour, para conhecer como se diferencia sua plataforma de streaming, onde grande parte do conteúdo se pode desfrutar completamente grátis e sem registro nem compromisso algum, e daí outras estratégias tem utilizado para seduzir aos espectadores espanhóis.
--A televisão gratuita com anúncios é o presente e o futuro?
--A ideia não é substituir a parte de pagamento com conteúdo grátis. São complementares. Nossa proposta de valor consiste em que, se queres ver a última estréia, como Oppenheimer ou Barbie, tens que pagar, e se não queres pagar, tens acesso a milhares de filmes e conteúdo em general. Sem compromisso.
--Como se compete com Netflix, HBO Max, Prime Video e Disney?
--A gente agora se cansa de pagar. Pagam Netflix, HBO, Disney e não têm tempo de ver todo o conteúdo. Nós oferecemos discover streaming freedom. Cremos na importância do compromisso de oferecer um conteúdo de qualidade. Trabalhamos muito com os estudos para que nos dêem a possibilidade de pôr conteúdo na parte gratuita, onde temos mais de 5.000 filmes. Monetizamos através da publicidade e a cada vez dão-nos mais contido de qualidade, mais audiência.
--Em setembro de 2023 Rakuten TV suprimiu suas assinaturas, foi um passo atrás para dar dois para adiante?
--O bom que temos é que ao ser pequenos nesta indústria podemos nos adaptar muito rápido ao mercado. Lançamos a parte grátis em seis meses em 2019. Somos muito ágeis. O mesmo com a assinatura, que decidimos a fechar porque tinha uma evolução em Estados Unidos de gente que se cansa de pagar tantas assinaturas. Ademais, tinha tanta competição que decidimos centrar numa oferta diferente.
--E como evoluem vossas audiências?
--Temos um crescimento de dois dígitos versus ao ano passado a nível de audiência, tanto na parte grátis como na parte de pagamento. A gente vem a nossa plataforma para desfrutar da oferta gratuita de conteúdo e, de vez em quando, alugam algum filme ou série.
--Rakuten TV é a plataforma de streaming para a gente que não pode se permitir Netflix ou Prime Video?
--Totalmente. Nem pagar o gás, a electricidade... O contexto de inflação faz que a gente diga: 'Ok, não posso o pagar tudo'. E nós lhe dizemos: 'Vêem, oferecemos-te contido grátis de qualidade'. Temos 100 canais em Espanha e não queremos distribuir mais porque é mais importante a qualidade que a quantidade. Está de moda propor milhões de filmes e séries. Nós apostamos pela qualidade. Temos gente especializada na cada mercado, na cada país. É uma diferença entre nós e companhias mais globais. Tentamos ser muito locais e oferecer a metade de conteúdo global e a outra metade no idioma do país.
--Que vantagens competitivas tem Rakuten TV em frente a outras plataformas de streaming como Netflix ou HboMax?
--Nossa proximidade contribui-nos valor. É um tema de confiança. Por que os canais fast funcionam bem? Às vezes, a gente, quando há muito conteúdo, se senta no sofá e vê um conteúdo de qualidade em Rakuten TV. Especialmente nos canais. Essa qualidade diferencia-nos.
--'Vivem' pode-se alugar por 3,99 euros, mas Aquaman custa 12,99… Quem paga 13 euros para ver um filme em streaming?
--Há muitos cinéfilos que inclusive compram os filmes para poder as ver dezenas de vezes. A ideia é adaptar a nossos clientes. Há gente disposta a pagar e também temos uma oferta acessível para todo mundo.
--Como se imagina a Rakuten TV dentro de 5 anos?
--Adaptar-nos-emos ao mercado e teremos uma oferta adequada aos gustos e necessidades do consumidor. Agora estamos em todos os países de Europa. Em cinco anos talvez nos tenhamos expandido a outras regiões.
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