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Aurélie Lory (Häagen-Dazs): "Nas nossas lojas há quando muito 24 sabores e é por uma boa razão"

A diretora geral de franquias da Häagen-Dazs revela se os preços dos gelados irão subir este Verão e qual é a previsão de vendas da empresa

Estefania Oliver

A diretora Aurélie Lory com uma das lojas da Häagen-Dazs

Aurélie Lory é a diretora geral de franquias globais da Häagen-Dazs. Os gelados da popular marca são bem conhecidos, mas subirão de preço também pela temida inflação? Segundo Lory, a empresa procura o melhor equilíbrio depois de uns anos complicados marcados pelo Covid.

Por outro lado, os consumidores são, no geral, bastante clássicos nas suas escolhas e há uma razão de peso para incluir 24 sabores como máximo nas lojas da marca. Bom, na verdade, há duas.

--Pelo seu papel na empresa… conhecerá bem o mercado espanhol

--"Tento-o (diz entre risos). Espanha é um os mercados mais acelerados e estratégicos que temos. E os nossos planos são muito ambiciosos. Queremos continuar  a desenvolver o nosso novo conceito de loja, renovar mais espaços e abrir novos estabelecimentos. Agora em Espanha há 36 lojas Häagen-Dazs, 22 da quais já contam com o nosso novo desenho mais alegre e refrescante".

--Quantas lojas há em Portugal?

--"Agora mesmo em Portugal temos 13 lojas".

--Quais são os planos da companhia para os próximos anos?

--"Somos ambiciosos neste sentido. Só no ano passado tivemos 4 novas aberturas e 5 renovações em Espanha. E também temos um plano sólido para este ano. Na verdade, a ideia é abrir 10 lojas novas entre Espanha e Portugal em 2022 --com um total de umas 2-3 no país luso--. Todas sob o modelo franquia. Mas estamos a procurar localizações que possam encaixar com a marca Häagen-Dazs".

Uma das renovadas lojas da Häagen-Dazs

--Como se sabe que um franchisado é um bom embaixador da marca? Quanta investimento precisa?

--"A parte financeira é importante. Mas não é nosso único critério. Também nos fixamos na experiência e os antecedentes do franchisado. Procuramos pessoas que já tenham experiência no mundo empresarial e se é na indústria alimentar, melhor ainda. O gelado é um produto e uma categoria muito emocional, por isso, temos em Espanha alguns franchisados que levam conosco mais de 20 anos e quase conhecem a marca melhor que eu. E para Espanha ou Portugal as despesas de abertura são de 25.000 euros, e o investimento inicial é de, pelo menos, 120.000 euros".

--Como foram as vendas durante a pandemia e como estão agora?

--"A situação com o Covid tem sido extremamente difícil. Mas, felizmente, não tivemos encerramentos definitivos pela pandemia e isso foi um grande lucro. Espanha viveu no ano passado o melhor verão quanto a vendas de todos os países europeus. Portanto, o que antecipamos para este verão é voltar a atingir os níveis de vendas de 2019 em quase todas partes, ainda que deixaríamos Madrid de fora. Estamos a ver ainda em Madrid uma queda entre 10% e 15% das vendas pela escassez de turistas internacionais. No entanto, esperamos fechar um bom verão, ainda que ainda desconhecemos o impacto que terá nos turistas russos o conflito do país com Ucrânia. Veremos se podem viajar a lugares como Marbella ou Alicante. Mas, no general, esperamos uma dinâmica positiva".

--Que tem de diferente o gelado Häagen-Dazs?

"O gelado da Häagen-Dazs é premium e de qualidade, feito com ingredientes totalmente naturais, sem aditivos nem conservantes. E isso é exactamente o que vemos que o consumidor procura. Além disso, é importante ter diferentes sabores, bem como opções vegans, sem glúten e com menos açúcar. Na verdade, qualquer consumidor que entre numa das nossas lojas encontra um bom equilíbrio em termos de oferta e tamanho".

--Quais são os sabores mais populares?

--"No top 4 dos nossos sabores está primeiro o chocolate belga, depois o cookies and cream, o terceiro seria o de baunilha e quarto o de caramelo. Mas lançamos novos produtos no verão que as pessoas também querem provar".

--Quantos sabores podemos encontrar numa loja Häagen-Dazs?

--"Nas lojas oferecemos no máximo 24 sabores e há duas boas razões para isso. Por um lado, deve-se a algo tão racional como o espaço. As nossas caixas de gelados vão com 12 sabores e, às vezes, podemos pôr dois numa loja. E, por outro lado, 24 sabores fazem uma boa mistura. Mais de 90 % das necessidades dos consumidores ficam satisfeitas com este número de sabores"

Um dos espaços da Häagen-Dazs em Espanha

--Vão subir os preços dos gelados pela inflação?

--"Há uma inflação generalizada que afecta várias indústrias, inclusive ao packaging dos produtos. Mas este verão protegemos o preço. No entanto, ainda que nós não tenhamos subido aos franchisados, é possível que algum, pelas suas elevadas despesas, decida subir os preços dos gelados da sua loja. Afinal de contas são os donos. São os seus negócios. Eu não posso dizer ao consumidor que não pagará mais por um gelado da marca este verão. Mas falamos com eles para que sejam muito razoáveis com isso após dois anos de Covid".

--A Häagen-Dazs tem medo dos competidores?

--"Não temos medo. Temos consumidores muito fiéis e a marca é muito forte. Alguns clientes confessam que os nossos gelados lhes parecem um pouco caros, mas que oferecemos muito boa qualidade, pelo que se paga. A concorrência é boa para ver o que outros fazem, que novos produtos lançam e o que sucede no sector. A última tendência que vemos é que as pessoas consomem menos, mas melhores produtos".

--Tem falado de novas aberturas este 2022 em Espanha e em Portugal... mas, onde?

--"Em Espanha estamos a centrar-nos em Madrid, Barcelona, ​​Sevilha e Valência. E em Portugal estamos mais centrados em Lisboa. Todas as grandes cidades são do nosso interesse pela sua visibilidade e por serem uns bons pontos de atração".