Depois de ser finalista de MasterChef 8, Alberto Gras criou Deleito, uma hamburguesería nómada que passou por mercadillos de verão, festivais ou os Prêmios Ondas. No final de 2022, junto a seus sócios Rai Recoder e Gerard Moreno, abriu seu primeiro local na rua Sagués de Barcelona, e espera fechar no presente ano com quatro estabelecimentos.
"Não queremos ser o novo Vício porque nosso produto é diferente, mas sim seguir um pouco o caminho que têm iniciado", expõe a Consumidor Global o fundador de Deleito Alberto Gras, ao que entrevistamos para saber em que se diferenciam seus hamburguesas das de Goiko , Timesburg ou Five Guys, e lhe perguntar pela constante polémica dos riders de Glovo , empresa de delivery com a que trabalha.
--Por que Deleito? Deleite já estava apanhado?
--Jaja. Quando criámos nosso conceito de hamburguesería , nos surgiram mil ideias, mas nenhuma nos convencia. Até que demos com Deleito, que coincide à perfección com a ideia que queremos transmitir.
--Goiko, Vício, A Burguesa, Timesburg, Five Guys, Bacoa… Os espanhóis precisam mais correntes de hamburgueserías?
--Nosso formato pode ser de hamburguesería, mas entras ao local e é totalmente diferente. Numa hamburguesería sempre te encontras as mesmas cores: vermelho, negro, fogo… O nosso é um conceito mais limpo, com azuis e alvos, para deixar de ser a típica hamburguesería americana e ser mais mediterráneos.
--A Vício gosta Deleito?
--O curioso é que Aleix (dono de Vício) e eu fomos parceiros de andar. O é de fora de Barcelona e aluguei-lhe uma habitação. De modo que esperemos que sim.
--"Temos vindo a ser os bons do filme para que os maus se morram… de inveja", reza vosso manifesto. Quem são os maus?
--Seriam todos os que seguem o mesmo conceito de hamburguesería típica americana. No 90 % de lugares comes-te o mesmo tipo de hamburguesa mudando um ou dois ingredientes. Nós temos vindo a mudar a hamburguesería de toda a vida.
--Em que vos diferenciais?
--No produto. A burger Pato Pekin (10,90 euros), por exemplo, não podes ta comer em nenhum outro lugar. A de carrillera a baixa temperatura ou a de frango BBQ em tempura com salada de col (12,90 euros) são especiais. É fast food, sim, mas de qualidade. Não somos uma hamburguesería mais. Contribuímos esse deleite, esse Deleito.
--Qual é a que mais se vende?
--A mais vendida é a Burgerfoie (13,90 euros), e também destacaria a Pato Pekin, que está entre as mais quatro vendidas e a gente que a prova sempre repete.
--Não é contraditório oferecer uma hamburguesa de foie, cuja produção comporta a alimentação forçada do pato e está proibida em 15 países da UE, e uma de Heura?
--Bom, ao final, sempre digo o mesmo, queremos ter opções para que desfrute todo mundo. Estamos a trabalhar com Heura para sacar mais hamburguesas e acompanhamentos veganos em nossa carta. É uma questão de facilitar as coisas ao consumidor porque o delivery, às vezes, pede-se em grupo.
--"Os riders são fundamentais, temos aprendido dos erros do sector e por isso lhes oferecemos as melhores condições de trabalho possíveis", disseste…
--Em nosso local, os riders têm um espaço igual de grande que os comensales. Desde um início, tínhamos claro que queríamos solucionar o problema que têm muitos restaurantes: a falta de espaço para os riders, que faz que tenham que esperar fora com chuva, frio...
--Mas trabalhais com Glovo…
--Sim, trabalhamos exclusivamente com Glovo para delivery.
--Propondes-vos uma mudança depois de saber que Glovo acumula multas por 205 milhões de euros em Espanha por empregar a milhares de falsos autónomos e a trabalhadores estrangeiros de maneira irregular?
--Tentamos comunicar ao público que, através de nosso site, podem fazer seus pedidos e os recolher em nosso local. Ademais, vamos implementar um sistema de riders próprio proximamente.
--Será mais barato que pedir através de Glovo?
--O preço de nosso site e o de Glovo é e será o mesmo. Mas, se fazes o pedido através de Glovo, cobram-te as despesas de envio. Enquanto nós, no momento em que incorporemos aos riders, cobraremos o envio mais barato.
--Deleito quer ser o novo Vício?
--Para mim, Vício tem sido o referente de uma nova onda de gastronomia focada ao delivery. Têm criado uma marca e uma comunidade com um produto que já estava inventado. Não queremos ser o novo Vício porque nosso produto é diferente, mas sim seguir um pouco o caminho que têm iniciado e que a gente se possa sentir identificada com tua marca.
--Que comeremos em 2050?
--Acho que comeremos muita mais verdura. Sim, sei-o, às vezes sou de atirar-me pedras em meu próprio tejado.