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Adolfo De Prados (Clínica Juana Crespo): "Somos a primeira unidade especializada em fertilidad trans"

O responsável por esta pioneira unidade explica quais são os processos a seguir de uma pessoa transgénero para ter um filho, bem como os obstáculos aos que se enfrenta

Ana Carrasco González

El doctor Adolfo De Prados EQUIPO JUANA CRESPO

Em Espanha há mais de 10.000 pessoas transsexuais, das que em torno de 700 seriam jovens com disforia, isto é, pessoas que nascem com uns genitais que não sentem como próprios e não se correspondem com a identidade de género que querem desenvolver em sua vida. A clínica Equipo Juana Crespo, especializada em medicina reproductiva de alta complexidade, acaba de anunciar que tem incorporado a primeira unidade especializada em fertilidad trans de toda Espanha.

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Desde a clínica, o responsável pela pioneira unidade, Adolfo de Prados, conta a este meio que trabalham processos médicos alternativos e eficazes que evitam potenciar a disforia de género. O doutor também explica quais são os processos a seguir de uma pessoa transgénero para esperar um filho, bem como os obstáculos existentes. "Têm os mesmos direitos de formar uma família que o resto de população", sublinha.

--São a primeira unidade de fertilidad trans em Espanha. É o começo de um longo caminho?

--Queremos que a assistência a uma unidade transgénero não seja notícia, isto é, que seja exactamente igual que a abertura de uma clínica de reprodução assistida. Oxalá esta seja a primeira de muitas. Nós temos começado este caminho, conquanto, é verdadeiro que a unidade é de recente criação por parte da doutora Juana Crespo, levam muitos anos fazendo tratamentos em pacientes transgénero. Desde o colectivo médico lutamos para que se produzam todas as mudanças que consideramos que são necessários para que a comunidade transgénero tenha as mesmas oportunidades que a comunidade cisgénero para para formar uma família.

--Ao estar a abrir passo num terreno ainda desconhecido, quais são esses processos alternativos e inovadores que usais?

--A cada mudança da cada reasignación de género é único. Se falamos de mulheres transgénero à hora de preservação de fertilidad, teriam que recolher uma mostra de semen. Mas há mulheres trans que não se sentem cómodas com seus genitais e que não querem passar por isto. Dispomos de sistemas vibratorios ou inclusive em pequenas intervenções quirúrgicas menores que evitariam que a paciente se tenha que submeter a um trauma a uma masturbación que pode supor um trauma emocional que custe muito de consertar.

--E no caso do homem trans?

--Se falamos neste caso dos homens transgénero, quando fazemos uma preservação dos óvulos, igual que com uma mulher cisgénero, realizamos ecografías vaginales. Mas, se o homem transgénero que tenha um grande conflito com seus genitais, poderíamos fazer uma monitorização com uma ecografía abdominal, bem como analíticas semanais que permitir-nos-iam seguir o ciclo exactamente igual.

--Lhe dais importância à possível disforia de género que possa sofrer o paciente.

--Exacto. O primeiro que consideramos é que a atenção à comunidade transgénero não só tem que ser no momento da monitorização, sina que tem que ser desde o início. Trabalhamos para que não se sentam julgados. Para isso, é importante nessa primeira visita conhecer seu estado, saber que tipo de disforia tem com seus próprios genitais, qual é seu projecto de reasignación de género… Em definitiva, conhecer absolutamente todo para facilitar a adaptação dos interesses do paciente desde o início.

--Os tratamentos para a transição de género podem afectar à fertilidad. Qual é a percentagem de famílias trans que se asseguram ter uma família no futuro graças a esta unidade?

--Em estudos publicados, mais do 70 % da comunidade transgénero propõe-se formar uma família, mas só o 5 % se submete a tratamentos de reprodução assistida. Dantes de começar qualquer tipo de tratamento, temos que informar de que pode passar ou que possibilidades há para ter um filho. Os tratamentos médicos são reversibles e não afectam à fertilidad. Mas a cirurgia, por desgraça, é irremediable. Quando se faz uma extirpación de ovarios ou útero num homem transgénero já não há voltada atrás. E no caso de uma mulher transgénero, quando se extirpa o pene e os testículos é exactamente o mesmo.

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--Também é necessário manter informados aos pacientes não só ao inicio sina durante todo o processo, não?

--Temos que lhes explicar a cada passo e também ser conscientes de que com o passo do tempo também podem mudar os objectivos da pessoa.

--Como pode esperar um filho/a uma mulher trans?

--Uma mulher transgénero, a dia de hoje, não pode se ficar grávida ao não ter útero. Sim que é verdade que se está a propor o transplante de útero nestas mulheres transgénero, mas actualmente não é possível que tivessem um filho geneticamente, a não ser que estivesse com uma mulher cisgénero ou um homem transgénero a seu lado.

--E o homem transgénero?

--No caso do homem transgénero, ele mesmo poderia gestar, ou bem com seus próprios óvulos ou com os óvulos de seu casal se fosse uma mulher cisgénero. No caso de que fossem dois homens transgénero, poderiam gestar um com os óvulos do outro, e vice-versa.

--A que idade e até que idade recomenda realizar o tratamento?

--No caso da mulher transgénero, a idade recomendada seria por embaixo dos dos 40 anos para preservar correctamente a mostra de semen. Com respeito ao homem transgénero, seguiríamos as mesmas indicações que uma mulher cisgénero. Isto é, recomendamos a preservação de ovocitos por embaixo dos 35 anos.

--Quais são aproximadamente os preços? Há ajudas de por meio?

--Eu giro a parte médica e não posso falar de preços. Mas, faço finca-pé em que nou há diferença entre o preço para uma pessoa transgénero e para uma pessoa cis. Apesar de ser uma unidade especializada, não incrementa os custos porque parecer-nos-ia discriminatorio. Com respeito às ajudas, o problema é que desde o sistema da carteira de serviços da previdência pública, as possibilidades de preservação de fertilidad nestes pacientes e sobretudo seu posterior uso, são bastante limitadas.

--Para terminar, que dizer-lhe-ia a uma pessoa trans que quer ser pai ou mãe?

--O primeiro, que deve lutar contra um estigma social importantíssimo e que tem que saber é que eles e elas têm os mesmos direitos de formar uma família que o resto de população. Ademais, os meninos de uma família trans não têm nenhum problema de desenvolvimento psicológico nem de crescimento, que é algo que também preocupa muitas vezes à população trans. Portanto, o que recomendo é que se informem para poder tomar uma decisão.