Do 25 de maio ao 10 de junho, Laura Yubero e sua amiga Andrea Bravo teriam realizado sua periplo por Colômbia. Usa-se o condicional, pois essas duas semanas decorreram finalmente em Espanha. Pese a contar com os voos adquiridos através de eDreams e operados por Air Europa por 650 euros a cada uma, uma notícia inesperada, surgida a princípios de abril, alterou de maneira irreversível os planos.
A princípios de abril, Andrea descobriu que estava grávida. Inicialmente, ambas decidiram seguir adiante com a viagem. Mas, pouco depois, uma revisão médica confirmou que a gravidez era de risco. Um diagnóstico que veio com uma advertência clara do médico: Andrea não devia voar, já que o estrés e a altitude poderiam provocar um aborto. A recomendação foi documentada com um certificado médico oficial, assinado e sellado. No entanto, tanto Air Europa como eDreams pareceram ignorar por completo a seriedade da situação.
Objectivo: pedir o reembolso
Com o documento em mãos, Yubero e Bravo acharam que o processo de reembolso seria um trâmite singelo. Primeiro, puseram-se em contacto com eDreams para solicitar a devolução do dinheiro, contribuindo toda a documentação requerida. Mas em lugar de encontrar apoio, la agência informou-lhe que o reintegro dependia de Air Europa, a aerolínea com a que tinham os bilhetes. Sem perder tempo, Yubero dirigiu-se à companhia aérea, só para ser devolvida à agência de viagens de novo. Assim começou um interminável bucle de telefonemas e correios eletrónicos entre ambas empresas que eludiam sua responsabilidade.
"O pior de tudo é que quando lumes, te dizem que o sentem muito e que te vão passar com o departamento de reembolsos, mas em realidade te transferem a outro colega", comenta Yubero a Consumidor Global. "Sem exagerar, tenho realizado ao menos 15 telefonemas para conhecer o estado do assunto, mas não têm feito nada", acrescenta num tom mais baixo. "É muito frustrante saber que te corresponde esse dinheiro e que as companhias só jogam à técnica do desgaste. É inaceitável jogar com estes temas, especialmente quando não se voou por recomendação médica", insiste.
Sem seguro de viagem
Durante cinco longos meses, as duas amigas viram-se sumidas num estado de desespero por recuperar seu dinheiro, um total de 1.282 euros. No entanto, nesta história há um cabo solto: a viagem não contava com um seguro, uma decisão que assumiriam como própria. "Sabemos que quando não apanhas seguro as companhias não te devolvem o dinheiro, algo que assumimos sem problema. Mas neste caso tinha um documento médico oficial. Sentimos que é nosso direito", explica Yubero.
"Lamentamos as circunstâncias que lhe impediram utilizar seu bilhete na data reservada. Sua reserva foi gerida através de uma agência de viagens. Desafortunadamente, desde Air Europa não podemos processar devoluções de bilhetes emitidos por outras entidades". Esta foi a resposta que Air Europa proporcionou a Laura. No entanto, a companhia ofereceu uma versão diferente a Consumidor Global.
A resposta de Air Europa
Consumidor Global pôs-se em contacto com Air Europa para conhecer sua postura oficial ao respeito. Inicialmente, a companhia tem comunicado a este meio que "em casos de gravidezes de risco, apresentando um informe, damos a possibilidade de solicitar um vale pelo custo do bilhete ou uma mudança de datas. Nos casos de vendas indiretas, é a agência quem deve contactar com o departamento de suporte para este tipo de solicitações".
Não obstante, poucas horas depois, Air Europa pôs-se em contacto de novo para informar que "por parte da aerolínea já tem sido tramitado e autorizado o reembolso apropriado". Ao perguntar por esta mudança de postura, a companhia não tem eludido responder a Consumidor Global sobre este giro. Em todo o caso, as afectadas não sabem nada do possível reembolso.
Este meio também tem tentado contactar com eDreams, no entanto, ao termo desta reportagem não se obteve resposta alguma por parte da agência.