A Feira de Sevilla sempre dá muito de que falar. Nesta ocasião, as queixas vêm pelos preços dos VTC (veículos de transporte ou turismo com condutor). As redes sociais encheram-se de comentários que põem o foco nas tarifas que estão a aplicar Uber ou Cabify.
No sábado de pescaíto , Uber chegou a cobrar 100 euros por trajectos desde a capa do Real até o extremo da outra cidade, Sevilla Este. Desde o aplicativo se excusan que esses casos sozinho são um 1% durante estes dias. No entanto, os preços para percursos intermediários ficam em 30 e 50 euros nas horas com mais demanda.
A origem da polémica
A polémica começou no passado sábado quando uma utente criticou o suplemento (4,20 euros) que cobram os táxis durante a feira. Um tuit ao que o sector não duvidou em responder de forma tajante.
Rafael Baena, porta-voz de Elite Táxi Sevilla, explica a este meio que esse sobrecoste só se aplica durante a madrugada, desde as 00:00 até as 06:00 horas. Serve para compensar o percurso que tem que realizar o taxista até chegar à feira. Devem fazer a carreira em vazio, com o taxímetro apagado e sem a luz verde para que outros transeúntes não lhes parem previamente.
Comparativa de preços
Avenida Eduardo Dato - rua Virgen de Luján. Estes são os dois pontos de referência que vamos usar para ver quanto lhe custa a um utente ir à feira em táxi ou VTC em horário de pico (14:00 horas). A primeira das direcções é um ponto central da cidade enquanto Virgen de Luján é a rua mais próxima à capa da feira à que têm acesso os VTC.
Um trecho de uns 20 minutos que em Uber custa entre 30 e 40 euros durante esta quarta-feira. A cifra baixa até entre 11 e 16 euros (custos estimados) no aplicativo de táxis FreeNow. Se pomos o foco na segunda-feira e terça-feira de feira, os custos em Cabify disparavam-se até quase os 50 euros enquanto em Uber ultrapassavam os 55 euros.
Liberdade de preços
Fontes de Cabify explicam a este meio que têm liberdade para estabelecer os preços na plataforma. Assim nas horas com maior bico de demanda se põe em marcha o suplemento "Alta Demanda".
"Activa-se quando o volume de petições de veículos é muito elevado, e serve para equilibrar a oferta e a demanda dentro da plataforma, como mecanismo para incentivar uma maior oferta de carros, ajustando os preços para maximizar os rendimentos das flutuas colaboradoras", sustentam desde a companhia.
O caso de Uber
Uber explica a este meio que seus preços são uma combinação da tarifa básica, o tempo e a distância. No entanto, em grandes eventos como a Feira de Sevilla, recorrem a preços dinâmicos. Isto é, se há muita demanda, sobem os preços, e baixam quando aquela decae.
Desde o sector do táxi não compartilham esta visão. Baena afirma que muitos clientes "têm deixado sua carteira em mãos de uma multinacional, de um depredador e logicamente multiplicam o preço como lhes dá a vontade".
O volume de queixas
Desde Cabify sublinham que o volume de queixas sobre seus serviços relativas ao preço tem sido "muito similar ao de outros fins de semana, inclusive menor".
Destacam que durante estes dias o tráfico da cidade hispalense se está a ver muito alterado e a duração das viagens se multiplicam por três ou por quatro fazendo finca-pé em que mantêm o preço fechado. Isso sim, tendo em conta os custos de 50 euros, a ralentización do tráfico não parece ser uma perda de dinheiro para os VTC.
Um assalto às carteiras dos consumidores
O revuelo nas redes sociais tem dado lugar a todo o tipo de opiniões. "Faz dois anos que não uso esses serviços, prefiro mil vezes o #táxi. São uns engañabobos… o táxi mais mil vezes barato, mais fácil de usar e com uns preços regulados", defende um internauta em X.
Está claro que chegar à Feira de Sevilla não está a ser tarefa fácil. Do que também não há dúvida é de que há que rascarse bem o bolso para apanhar um Uber ou Cabify durante estes dias na capital andaluza. Trajectos que em táxi custam ao redor de 15 euros se triplican com os VTC.