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Ticketmaster irrita aos fãs de Harry Styles por inflar o preço das entradas até 250 euros

Os seguidores do artista britânico criticam que a promotora Live Nation modifique os preços segundo a demanda para os concertos de Madri e Barcelona em julho de 2023

Alberto Rosa

harry styles ep (1)

Já lhes tocou aos seguidores de Coldplay , agora é o turno dos de Harry Styles. O fenómeno dos concertos em massa e a dificuldade para conseguir entradas para um destes espectáculos se converteu numa autêntica odisea. Ticketmaster, o canal oficial de venda, abriu na sexta-feira a venda geral para os concertos do cantor britânico. No entanto, a plataforma tem indignado a muitos fãs por aplicar tarifas de preços dinâmicos e inflar as entradas mais demandadas até os 250 euros.

A promotora Live Nation anunciou nesta semana em suas redes sociais quais seriam os preços para desfrutar de Harry Styles o 12 de julho em Barcelona e o 14 de julho em Madri . Tanto na Cidade Condal como na capital, o preço máximo anunciado para as entradas mais próximas ao palco, as mais caras, era de 149 euros, aos que há que somar as famosas despesas de gestão, ao todo, 170,10 euros a cada uma.

Preços dinâmicos segundo a demanda

No entanto, muitos fãs encontraram-se na manhã desta sexta-feira essas mesmas entradas por um preço muito diferente ao original. E não tem sido em plataformas de reventa como Viagogo ou Milanuncios, sina no site oficial de Ticketmaster. "Estávamos ligados vários minutos dantes de abrir a venda e quando superamos a bicha virtual, as entradas tinham passado a se chamar Platinum", conta Ana P., uma das jovens que tem tentado se fazer com um ticket.

Tal e como explica esta utente a Consumidor Global, os preços tinham passado de custar 170 euros a 250. "Tenho visto alguma inclusive por 263 euros", acrescenta indignada. Isto se deve a que Live Nation, a promotora dos dois espectáculos, tem aplicado através de Ticketmaster um modelo de preços dinâmicos baseado na oferta e a demanda.

Evitar a reventa

Fontes de Ticketmaster consultadas por este meio explicam que "as entradas platinum são as mais solicitadas de um evento e se põem à venda em modalidade de preço dinâmico, ajustado em função da oferta e a demanda, como ocorre com as aerolíneas e o sector hoteleiro". A promotora faz questão de que o objectivo destes ajustes é lutar contra a reventa, já que "as localidades mais demandadas são as mais proclives a oferecer no mercado secundário".

Harry Styles durante um concerto / ISABEL INFANTES - PA WIRE

Não obstante, esta explicação não convence aos fãs que têm tentado adquirir um ticket deste tipo e têm enchido as redes sociais de críticas à promotora e a Ticketmaster. "Podeis deixar de ser tão sinvergüenzas e pôr as entradas que ficam a seu preço original? Bastante caras eram já pára que as vendais pelo duplo", escreve a utente @Eunmoyah em Twitter.

Ambigüedad e vazio legal

Na quinta-feira, um dia dantes da venda geral, Live Nation ofereceu a oportunidade aos fãs de Styles de aceder à pré-venda e conseguir "dantes que ninguém" as entradas. O verdadeiro é que nesse dia também teve colapso no site e, ademais, deixou com poucas opções de compra aos utentes que se esperaram à venda geral do dia seguinte. "Com a pré-venda vendeu-se muito e a gente está a tentar agora comprar as mais próximas ao palco, e claro, essas são as que voam e às que se lhes aplica o preço dinâmico", sustentam desde Ticketmaster.

Por outro lado, este tema vê-se afectado pela ambigüedad da legislação sobre comércio electrónico. O advogado e sócio de Círculo Legal Barcelona Antonio Pastor expõe a Consumidor Global que, de forma geral, "os recargos nas entradas não devem superar o 20% do preço original". Segundo opina o experiente, "é necessária a actualização da lei de comércio electrónico para regular os casos de espectáculos e concertos e evitar assim práticas abusivas que vulneram os direitos dos consumidores".