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Rosa e Alfredo, o casal que tem conseguido que a gente volte a seu povo "de conto"

As Veigas era uma aldeia fantasma situada em Astúrias bem perto de Galiza que agora é um centro de turismo rural que atrai a visitantes a cada ano

Ana Carrasco González

As Veigas, un pueblo de cuento RAFAEL CEJUDO FLICKR

Alfredo nasceu na casa de Pinos na pequena aldeia asturiana As Veigas, mas cedo abandonou seu querido povo para instalar-se no Bierzo, em León. Ali cresceu e conheceu a quem é sua mulher, Rosa. Ambos foram professores até sua aposentação. Enquanto, sua origem natal ia sumindo-se num completo abandono. O matrimonió, pese na distância, não tolerou o destino do lugar e com a mudança de século no ano 2000 trabalharam juntos numa motivação: rehabilitar a pequena aldeia que lhe deu a vida a Alfredo. Assim, a história de sua vida volta a seu começo para conseguir um bonito final.

As Veigas encontra-se no concejo de Somiedo, justo no vale de Saliencia, aproximadamente a oito quilómetros da villa de Taramundi. O povo está enclavado no meio de um bosque, ao lado do rio Turia. "Agora se considera um Centro de Turismo Rural e levamos trabalhando 23 anos para conseguir que a gente vinga a desfrutar de seus encantos", conta Rosa a Consumidor Global. "A cada ano chegam mais visitantes, mas tem sido uma transição que tem ido pouco a pouco", acrescenta.

Que há nas Veigas

"Temos ido pouco a pouco e agora já nos conhece a gente. Temos muita mais freguesia, gente que repete todos os anos, que volta às casas, que volta ao restaurante. Muitos converteram-se em bons amigos", relata a mulher de Alfredo que informa de que no povo têm três casas restauradas para poder dar refúgio aos forasteros: Casa Cortes dás Cabras (33 euros pessoa/noite), Casa do Cura (25 euros pessoa/noite) e, como não, a Casa de Pinos (27 euros pessoa/noite). Sim, a de nosso protagonista. As paredes das casas das Veigas são de pedra e suas portas e janelas de madeira. Também é possível apreciar antigos hórreos centenários, tanto de estilo galego como asturiano.

Interior de uma casa rural nas Veigas / AS VEIGAS

A aldeia situa-se no meio da Reserva da Biosfera de Oscos, Eo e Terras de Burón, declarada assim no ano 2007 e cuja extensão chega até Galiza. Na entrada do povo há uma pequena ponte com um cartaz que indica: "A ponte aguenta", dando a entender que há que seguir por aí para aceder à aldeia. Uma vez dentro, há um parking onde é possível estacionar o carro e percorrer o povo a pé, o que não leva mais de dez minutos. No povo também há um mesón tradicional, com platos que rondam os 10 euros e ideal para tomar sidra, que curiosamente se enfría no rio.

Um povo de conto

"Passaram anos até que a gente nos foi conhecendo pouco a pouco e todos os que visitam As Veigas nos dizem que é um povo de conto e que vale a pena o conhecer. O lugar agora está muito cuidado e bonito", expõe a este meio Rosa. "Vêm famílias, casais, grupos de jovens. Sobretudo famílias com meninos porque há muitos lugares para os mais pequenos. Costumam estar entre três e 15 dias, mas ninguém vive definitivamente aqui. Só vêm de férias", afirma.

Interior do povo das Veigas / AS VEIGAS

Aparte de Rosa e Alfredo, há um senhor aposentado que vive "de toda a vida" na pequena aldeia. Os demais só estão de passagem. Isso sim, no povo há lugar para todos e para todo menos para o fastio. "Entre as actividades que se pode fazer nas Veigas está o senderismo --já que estamos no meio da Rota do Água--, se pode visitar o Mesón-Museu tradicional e a taberna onde degustar comida caseira tradicional, o Museu dos Molinos de Mazonovo, a cuchillería em Taramundi, etc.", lista a quase interminável lista de regozijos.

"Também não quero massificações"

A melhor época para conhecer o povo "de conto" é, segundo seus anfitriões, durante a primavera. "Desaconsejo vir em verão porque há muitíssima gente, sobretudo, que é quando a maioria tem férias", comenta Rosa a Consumidor Global. "Não obstante, este setembro tem vindo muita gente. Não há dados de quantas pessoas visitam o povo ao ano, porque não as conto nem o levo numa lista", acrescenta.

"Eu também não quero saturações. Quero gente para sobreviver, mas também não quero massificações. Vive-se do turismo que chega, logicamente, mas quero o necessário para manter o povo", aponta nossa protagonista. Para chegar, a rota é fácil. "O trajecto em carro até As Veigas desde Oviedo é de duas horas e 10 minutos pela estrada A-8. Desde Lugo, o itinerario é de uma hora e 15 minutos pela estrada N-640. É uma rota singela para chegar, não tem problema algum", conclui Rosa.