O negócio do paddle: de desporto rico a um jogo para todos… por mais de 70 euros por mês

A pandemia acelera a procura desta actividade, cujos alugueres de pista custam mais que a mensalidade de um ginásio

Quadra de paddle / PEXELS
Quadra de paddle / PEXELS

Há anos as televisões começaram a dar visibilidade a um desporto pouco conhecido até então em Espanha: o paddle. À primeira vista, tratava-se de um exercício reservado às elites: tudo quanto sabíamos era que era praticado por pessoas com muitos recursos. Com o tempo, o paddle foi criando tendência graças à facilidade do seu jogo e a possibilidade de divertir-se em grupos de até 4 pessoas. A pandemia incrementou a sua popularidade: após o confinamento, é um dos desportos mais procurados graças à possibilidade de praticar no exterior sem se aproximar demasiado dos colegas.

Tudo isso levou a um aumento do número de clubes, pistas e pessoas que praticam todas as semanas este desporto. No entanto, é realmente tão acessível? Quanto nos pode custar apaixonarmo-nos pelo pádel?

Um negócio muito rentável

Antes de mais nada convém destacar que, obviamente, para jogar paddle precisamos de uma raquete e de uma pista em condições. Estas reservam-se, normalmente, por horas ou horas e meia, e o preço das mesmas costuma ser dividido entre 4 pessoas, o que à primeira vista pode parecer muito económico. No entanto, é fácil que qualquer jogador que pratique com frequência o paddle acabe a gastar mais de 70 euros por mês apemas com o aluguer da pista.

Jugador de pádel en pista/ PEXELS
Jogador de paddle em pista/ PEXELS

Este é o caso de Madri Central Padel, um clube situado no distrito de Vicálvaro onde reconhecem que "com a pandemia o paddle tem sido uma via de escape pára muitas pessoas, ao ser um dos primeiros desportos que podia ser praticado ao ar livre e ser bastante seguro". Esta possibilidade animou muitos utilizadores a experimentar este jogo, o que aumentou a procura. "É uma oportunidade de negócio muito grande", admite Antonio Salgas, proprietário do centro. E este negócio, quanto dinheiro se leva?

Mais caro que uma mensalidade de um ginásio

Ainda que Salas defenda que "não é mais caro que qualquer outro desporto" e que "já qualquer um joga e há material acessível para todos", a verdade é que o aluguer de uma pista de paddle no Madri Central Pádel para uma hora e meia de segunda-feira a sexta-feira pela tarde chega aos 9 euros por pessoa, 36 ao todo. Se jogamos uma hora e meia todas as semanas, isso implicaria gastar 36 euros por mês, 72 se lhe dedicamos duas tardes de uma hora e meia a cada semana. E os clubes novos criados com o aumento da procura de paddle, afirma Salas, "fez subir os preços".

Mais barato é o Pádel 2.0, um estabelecimento em Móstoles (Madrid). Gonzalo Pérez, gerente do local, também considera que o paddle é acessível. "Eu acho que é o desporto mais praticado em Espanha agora mesmo. Não é de ricos: em qualquer urbanização há paddle e podes jogar perfeitamente com uma raquete da Decathlon". Mas, quanto custa alugar uma pista de paddle durante uma hora e meia neste centro? O preço mais caro, de segunda-feira a sexta-feira a partir de 17 horas e fins de semana e feriados de 8:30 a 14 horas, são 30 euros, o que significa 7,5 euros por pessoa uma sessão de hora e meia, 15 euros duas sessões à semana, o que representa 60 euros por mês.

Também os há baratos

No Clube Alameda, situado na Alameda de Osuna (Madrid), desde 2019 que não sobem os preços. Ali também notaram um "incremento incrível" na quantidade de pessoas que joga o paddle, aumento que, segundo José Pérez, coordenador do clube, vai para além da pandemia.

Neste caso, para jogar uma hora e meia numa pista sem ser sócio, os 4 jogadores devem pagar um total de 12 euros em horário de pico (dias úteis de 14 a 16 horas e fins de semana e feriados de 12 a 14 horas), o que implica gastar 6 euros por 3 horas de paddle por semana e 24 ao mês. Uma opção mais acessível e competitiva com os preços dos ginásios.

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