Ainda que os donos de Instagram e Facebook não queiram, o momento de normalizar todas as partes do corpo feminino é agora. Isso é o que pretendem exposições como a que se pode ver nestes dias no Museu Erótico de Barcelona.
Trata-se da segunda edição da exposição mais saco do mundo, criada pela sexóloga Mariona Gabarra e pela plataforma de divulgação sobre sexología e educação sexual As Regras do Sexo, que se pode ver até finais de junho de 2024 numa das salas do museu da Rambla, 96.
As obras de arte
A mostra recopila mais de 20 obras de fotografia, pintura, desenho gráfico e arte digital que interpretam a vulva com o necessário objectivo de que a visão de uma vagina não incomode nem escandalice a ninguém.
Assim, sem tabus, as artistas Sandra Torralba, Olivia Caballero e Noemí Montero, entre outras, tentam normalizar a imagem da vulva através da arte. Ademais, cabe destacar que se trata de uma iniciativa que quer dar voz a projectos censurados com os que o público se pode chegar a sentir muito identificado.
Desconhecimento e fobias
Como sexóloga e educadora sexual, "me surpreende a quantidade de pacientes que têm uma espécie de fobia para as vaginas. Minha consulta enche-se de mulheres de todo a faixa de idades que jamais se olharam sua vagina. Mulheres com inseguranças porque pensam que suas vulvas são raras ao não seguir o canon da pornografía, mulheres com complexos e, portanto, insatisfeitas sexualmente", expõe Mariona Gabarra.
Por sua vez, Sarah Rippert, directora do Museu Erótico de Barcelona, afirma que estão "encantadas de oferecer um espaço para exposições de qualquer tema relacionado com a erótica e a sexología, e onde os diferentes pontos de vista podem ser expressar livremente".
Empoderamento feminino
"A sexualidad feminina ainda tem muito caminho por percorrer. Rodeada de tabus e preconceitos, as mulheres não sentem a mesma liberdade sexual que os homens… é mais, lhas condena por empoderarse sexualmente, tomar as riendas de sua vida e ser fiéis a si mesmas", opina Sílvia Rúbies, responsável por Gleeden em Espanha e impulsora da exposição.
"Numa sociedade na que se perdoa mais ao homem e se condena à mulher em questões sexuais e em temas de infidelidad, desde Gleeden nos parece imprescindível contribuir nosso granito de areia na luta por derrubar preconceitos e tabus, e por fazer evoluir a mentalidade para uma visão mais aberta e desinibida do amor e das relações de casal", conclui Rúbies.