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David Bowie e as icónicas fotografias que quase acabaram no fogo
O Colégio Oficial de Arquitectos de Madrid acolhe a estreia mundial de uma exposição sobre a etapa mais criativa do Duque Blanco sob o olhar do fotógrafo britânico Brian Duffy
"Estas fotografias que vão ver aqui hoje poderiam ter acabado no fogo. É o material que se salvou da queima de negativos que fez o meu pai", reconhecia nesta terça-feira Chris Duffy, filho de Brian Duffy, o fotógrafo que acompanhou David Bowie na sua etapa mais criativa. Agora, esses negativos que poderiam ter acabado em cinzas se expõem em estreia mundial em Madrid.
Bowie Taken by Duffy é o nome desta inovadora montra que poder-se-á visitar desde 15 de março até 25 de junho no Colégio Oficial de Arquitectos de Madrid (COAM). Através de mais de 150 peças entre as quais se encontram fotografias, câmaras, esquemas, desenhos ou desenhos de vestuário, este arquivo pretende refletir os processos criativos de dois dos artistas mais icónicos do século XX.
Uma mostra inédita
"Esta exposição é toda uma viagem cronológica sobre a conexão e o trabalho de duas pessoas tão criativas como foram o meu pai e David Bowie", explicou Chris Duffy em conferência de imprensa. O também comissário da montra detalhou que para ele foi a "etapa mais interessante" da carreira de Bowie, entre 1972 e 1980.
Durante esses anos, ambos os artistas foram artífices de um processo criativo que determinou a camaleónica imagem de um dos músicos mais importantes da história do pop. "No dia em que se conheceram estabeleceram uma ligação perfeita e isso marcou o desenvolvimento criativo desses anos", diz Duffy. Sem dúvida, esta etapa foi protagonizada por cinco sessões fotográficas que deram fruto às personagens que melhor definiram a carreira de Bowie: Ziggy Stardust, Thin White Duke, Ladger, Scary Monsters e o icónico Aladdin Sane.
A história por trás do 'Aladdin Sane' e o famoso raio
Precisamente a foto de capa do Aladdin Sane, a do famoso raio vermelho e azul que se converteu um ícone da cultura popular, é a jóia desta montra. O próprio Duffy lembra como se desenvolveu esta sessão. "O processo de criação foi na verdade muito rápido. Não houve adereços, só Bowie com o cabelo tingido de cor vermelha e o raio". Um raio que se converte na "chave" desta fotografia mística que "tem mais perguntas que respostas".
Essa figura apoderou-se de todo o tipo de produtos de merchandising, capas de telemóveis, t-shirts, chávenas e até um Banksy da rainha Isabel II. "Todo esse marketing que acabou em tantas partes é fruto de uma única cópia que está exposta aqui", acrescentou o comissário da exposição.
"Trancada a sete chaves"
Sobre o possível valor que poderia ter no mercado essa fotografia original do Aladdin Sane, Duffy admitiu que "é uma peça que está guardada a sete chaves", evitando responder à pergunta sobre que preço poderia ter hoje uma das imagens mais famosas da história da música popular.
Rafael Lozano, consultor de arte e avaliador de arte, explica à Consumidor Global que são vários os factores a ter em conta, começando pela identidade do artista que está por detrás. "Está claro que Duffy é um fotógrafo que é pago. O valor da obra depende também da tiragem e o número de cópias", acrescenta. Para apontar uma referência, a empresa de leilões britânica Bonhams vendeu em 2021 uma das fotografias do Aladdin Sane, com os olhos abertos, por 41.153 euros, sendo a primeira de uma tiragem de 5 cópias.
Entradas por 14,90 euros
Bowie Taken by Duffy estará aberta ao público desde 15 de março até o5 de junho no Colégio Oficial de Arquitectos de Madrid (COAM). O preço da entrada geral é de 14,90 euros e podem-se adquirir no site da exposição. O horário de visitas é de terças-feiras a domingo de 10:00 a 21:00.
Finalmente, da produtora da exposição Sold Out, informaram de que "há intenção de levar esta exposição para mais cidades do mundo", sendo Madrid a encarregada de acolher a estreia mundial.
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