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O Bernabéu, a nova meca dos macroconciertos: como Karol G ou Taylor Swift arrasam em vendas
O remodelado estádio do Real Madri pretende ser o maior pólo de espectáculos a nível nacional para além do futebol, e os dados dos concertos anunciados até agora o demonstram
Madri converteu-se numa supercapital dos concertos em massa e a agenda programada para 2024 é prova disso. Karol G, Taylor Swift, Duki, Aitana, Luis Miguel ou Manuel Carrasco. Todos estes artistas, de diferentes géneros e públicos, compartilham uma coisa: ser os primeiros em actuar no remodelado estádio Santiago Bernabéu.
O icónico campo do Real Madri tem sido nestes meses o foco de atenção para promotores, artistas e, como não, público, que esgota entradas em matéria de horas e a preços não precisamente populares. Desde o anúncio do concerto de Taylor Swift para o próximo 30 de maio até as três datas de Karol G em julho para as que não há nem um sozinho ticket disponível, são prova de um fenómeno em massa em torno deste recinto icónico.
Concertos para 65.000 pessoas
Também artistas espanhóis. Aitana encheu o Bernabéu em 72 horas e para Manuel Carrasco também não fica nem uma entrada. O movimento de Florentino Pérez por converter o novo estádio num pólo de espectáculos referente a nível nacional parece ver seus frutos. E, ainda que terá que observar sua evolução, o arranque tem sido brutal.
O novo estádio contará com um aforo de 65.000 pessoas para os concertos (10.000 mais que o Cívitas Metropolitano do Atlético de Madri e 9.000 mais que o Estádio Olímpico Lluís Companys de Barcelona ainda que, no caso do coliseo da Castelhana, o novo teto retráctil permite que todas as localidades estejam cobertas). Taylor Swift será a primeira artista em actuar sobre o costuro branco e sua saída a venda foi o primeiro grande exemplo da máxima expectación e colapso que tinha em torno do estádio. Sem tirar mérito à cantora que, logicamente, é o principal factor para mover a tantas massas.
O Bernabéu como recinto icónico
Está claro que há um fenómeno emocional que gira em torno destes concertos com outro grande protagonista além do artista: o estádio. Jordi Oliva, experiente em indústria musical e professor na Universitat Oberta de Cataluña (UOC), explica as três grandes explicações à "loucura" gerada por estes espectáculos. "Há uma necessidade sociopsicológica da gente de ter uma via de escape a actividades que gerem emoções positivas. Não paramos de receber más notícias por todos lados e os concertos ajudam a sair daí", assinala.
O outro grande papel que influi no fenómeno Bernabéu é a indústria. "Há uma necessidade tremenda por gerar rendimentos e sacar produtos que dêem a maior rentabilidade. A indústria joga oferecendo uma experiência única que não se vai repetir e que como fã ou público não te podes perder. A isso há que somar a novidade (o novo Bernabéu). Os promotores aproveitam-se das novidades para gerar maiores experiências e expectativas", aponta.
Um espaço para o lazer que maneja milhões
O último espectáculo que se deu no Santiago Bernabéu foi um concerto de Operação Triunfo em 2018 e a última estrela internacional em passar por ele foi Bruce Springsteen. Daí que tenha tantas vontades por voltar a esse recinto. Tal e como explica Jordi Oliva, a obsesión por converter o Bernabéu num espaço de lazer para além do futebol é um "grande movimento inteligente" que tem feito o Real Madri.
"Ao Bernabéu interessa-lhe muito diversificar seus serviços. Para um estádio de futebol é ouro poder diversificar-se e que não ofereça sozinho futebol. Florentino Pérez é um maestro das finanças e dos grandes movimentos. Tem procurado rodear-se de gigantes da indústria para isso", opina o gestor cultural.
"Um repto maiúsculo"
Por sua vez, Ticketmaster tem sido a companhia encarregada de levar a cabo algumas das grandes vendas de entradas do ano no Bernabéu como têm sido os shows de Taylor Swift, Luis Miguel, Karol G e Duki.
"Gerir uma saída à venda com artistas com esta popularidade a nível mundial leva implícito uma demanda de entradas altísima. Ademais, o repto é maiúsculo num estádio recentemente renovado, como é o caso do Bernabéu, o que requer de um nível de tecnologia, inovação e personalização muito alto", explica a Consumidor Global Ana Valdovinos, directora geral de Ticketmaster Espanha.
58 eventos ao ano
Todas as expectativas estão postas no futuro estádio, ao que só lhe ficam uns meses para se inaugurar. O Real Madri prevê organizar um evento a cada seis dias, uns 58 ao ano. Com eles facturar centos de milhões de euros cada temporada. Uma autêntica máquina de fazer dinheiro que o clube vai explodir para rentabilizar o investimento na remodelagem da mão de duas multinacionais especializadas na gestão de eventos: Legends e Sixth Street.
A indústria dos concertos é uma mina de ouro que os responsáveis têm sabido ver. As cifras recordes de venda de entradas apesar dos preços desorbitados são prova disso. A gente quer ir a concertos, em especial aos em massa e o novo Bernabéu vai ser a meca em Espanha. Disso já não há dúvida.
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