Se tens mais de 100.000 seguidores nas redes sociais, afecta-te a nova mudança legislativa

Os conceituados utentes de especial relevância "deverão ter um mecanismo fácil e acessível para facilitar o direito à rectificação", tem advertido o Governo

influencers fotos

O Governo segue subindo degraus na escada de sua polémica luta contra os bulos: o Conselho de Ministros, preocupado pela influência que as fake news têm no debate público "e em general a democracia" tem aprovado o anteprojecto da Lei Orgânica Reguladora do Direito de Rectificação, que inclui, pela primeira vez, aos influencers.

O ministro da Presidência, Justiça e Relações com as Cortes, Félix Bolaños, tem assegurado que esta medida será positiva "também para que se amplifiquem as boas práticas dos meios de comunicação a outros que, no dia a dia, com demasiada frequência publicam factos, informações que são inexatas ou que são directamente falsas". Ficam, não obstante, muitos interrogantes e aspectos por especificar.

Inovações da lei

A nova lei atenda às novas formas de informação e de comunicação e tem em conta, por tanto, o meio digital. Entre as novidades mais relevantes, o ministro Bolaños tem destacado que se amplia o prazo para apresentar a solicitação de rectificação de 7 a 10 dias, para que os agraviados pelas mentiras ou ofensas tenham mais margem de actuação.

Una chica mira su móvil / FREEPIK - wayhomestudio
Uma garota olha seu móvel / FREEPIK - wayhomestudio

"Hoje por hoje, a remessa do escrito de rectificação tem de ir dirigida necessariamente ao diretor do meio de comunicação. Esse requisito, na nova lei, será potestativo", tem agregado.

Mais de 100.000 seguidores

A novidade "mais importante" é que esta nova lei fala dos utentes relevantes de redes sociais, isto é, aqueles que tenham mais de 100.000 seguidores numa rede social ou mais de 200.000 somando todas as plataformas e redes sociais. Terá, por tanto, muitas pessoas cujas afirmações passarão a estar baixo o radar, ainda que não está do todo claro como sancionar-se-lhes-á em caso que propaguem bulos. É um regulamento delicado e, pelo momento, ambigua.

"Estas pessoas têm difusão nas informações que propagam maior que muitos meios de comunicação tradicionais. E há profissionais do bulo e da mentira que todos os dias enfangan nosso debate público com mentiras e com falsidades. Também contra eles poder-se-á exercer o direito de rectificação pelos cidadãos que vejam que lhes afecta alguma mentira ou alguma inexactitud", tem especificado o ministro.

El ministro de la Presidencia, Justicia y Relaciones con las Cortes, Félix Bolaños / FERNANDO SÁNCHEZ - EUROPA PRESS
O ministro da Presidência, Justiça e Relações com as Cortes, Félix Bolaños / FERNANDO SÁNCHEZ - EUROPA PRESS

Sem contestação por escrito

O ministro tem detalhado que a norma suprime o requisito da contestação por escrito da demanda, de tal maneira que "os trâmites do julgamento verbal continuarão e poderá ser bem mais rápida a sentença judicial que reconheça o direito à rectificação".

Na actualidade, deve-se publicar ou difundir a rectificação, mas agora a lei vai um passo para além: "Na nova lei estabelecem-se também medidas para que se inclua um aviso de que a informação inexata ou falsa tem sido rectificada e que também, por suposto, se possa enlaçar com a rectificação íntegra à que tem direito o cidadão que se veja afectado por uma notícia falsa ou inexata", tem sublinhado.

Influencers mais relevantes

É de supor que os influencers mais expostos serão os que tendem a falar dos assuntos mais delicados, como a política ou a saúde, ainda que o alcance da lei é ainda uma incógnita e resulta impossível vaticinar seus efeitos.

Em qualquer caso, estes são, segundo a Fundação Marqués de Oliva, os influencers mais importantes de Espanha:

  1. Marta Díaz
  2. María Pombo
  3. Georgina Rodríguez
  4. Ibai Planos
  5. Aida Domenech (Dulceida)
  6. Paula Gonu
  7. Laura Escanes
  8. Ester Expósito
  9. Alexandra Pereira
  10. Manuel Rios Fernández
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