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Alsa vende bilhetes sem disponibilidade real em seus autocarros: "Não me deixaram subir"
A companhia de transporte de origem asturiano, integrada em National Express, deixa atirados a clientes que tinham adquirido sua passe previamente por falta de espaço
"Após comprar um bilhete no site, aquela manhã chegou à parada o autocarro no que deveria me ter subido". Rosa María Fernández fez o amago de subir o primeiro degrau, no entanto, um gritou freou-a. O condutor de Alsa comunicou-lhe com exagerados aspavientos que não podia subir ao autocarro, pois já estavam completos.
A passageira, ao princípio, não compreendeu a situação e lhe ensinou seu respectivo bilhete para demonstrar que tinha direito a viajar no autocarro. "Disse-me que não podia fazer nada", aponta Fernández, a quem lhe fecharam a porta sem consideração. "Pela má gestão e a pouca empatía de Alsa não cheguei a tempo a meu destino, já que tive que esperar uma hora e meia para apanhar o seguinte autocarro. Por que vendem bilhetes se não têm praças?", questiona. Isso, por que?
Alsa não compensa
Sergio do Olmo Rodríguez, ao viver em Cabanillas da Serra, apanha assiduamente o autocarro desta companhia de transporte para chegar ao centro de Madri. "Não pode ser que te cobrem a viagem quando chegam tarde –algumas vezes mais em media hora– ou que, em muitas ocasiões, não te deixem subir porque o autocarro está cheio", destaca também do Olmo. "Quando alguém faz mau seu trabalho, se compensa. Alsa não te compensa de jeito nenhum", enfatiza.
"O autocarro que vai de Barcelona a Berga às 16.50 horas (no dia 5 de maio) se salta paradas obrigatórias como a de Passeio de Graça, porque supostamente vai cheio. Não avisa apesar de que há um montão de gente esperando na parada. Menuda vergonha de serviço", promulga com indignação uma passageira em sua conta pessoal da rede social X, baixo o seudónimo de Lady Croissant.
Esperar para o seguinte autocarro
Anna Vila é uma mais na lista de afectados pela má gestão de Alsa. Em princípio, ela saía desde As Marinhas (Roquetas de Mar) em direcção a Almería com seu bilhete já comprado. "O primeiro, destacar que é de vergonha que chegue o autocarro de Alsa meia hora tarde, mas que depois não pare porque vai cheio e tenhas que esperar outra hora para poder ir a um lugar…". Não consegue terminar a frase ante tal irritação com a empresa de origem asturiano.
"Através do site de Alsa tenho comprado uma viagem que saía às 9.00 horas do aeroporto de Astúrias e chegava a Leão às 12.15 horas. Quando tem chegado meu turno, o condutor me disse que estava cheio, que não me podia montar. O seguinte chegava numa hora", comenta Cristina G. A retahíla de queixas se amontonan, enquanto Alsa se escuda numa frase repetida: "Sentimos enormemente o ocorrido. No caso de querer reclamar, podes fazê-lo no seguinte enlace".
A explicação de Alsa
Consumidor Global pôs-se em contacto com Alsa para conhecer a razão de vender bilhetes sem disponibilidade real, mas remetem-se ao que põe em sua página site, a companhia de transporte faz finca-pé em que "só se pode seleccionar os serviços com praças disponíveis. Se o serviço desejado já está completo, aparecerá a mensagem 'Não há praças disponíveis' e não poderá ser seleccionado".
Ao realizar compra-a através do aplicativo "despregar-se-á um plano do autocarro com os assentos numerados. Os assentos em verde são as praças que ficam livres no autocarro". Em pontos de venda ou máquinas de autoventa informar-se-lhe-á " em caso que existam praças disponíveis para o serviço indicado". Então, se o cliente tem sua praça, como pode estar completo o autocarro?
Uma ruleta russa
"A hipótese é que existe um verdadeiro desvio entre o que se vende on-line e o que se vende físico", considera o advogado Iván Rodríguez do bufete Advogado em Cádiz. "Provavelmente não se devem sincronizar bem o número de praças vendidas site e fisicamente. Há um descontrolo detrás que ocasiona isto. Também terá que se perguntar que critério usam à hora de deixar passar a alguém e a quem não. Desconhece-se que regras usam para dar prioridade", reflexiona.
"Do mesmo modo, não se pode pretender que o utente jogue à ruleta russa e tenha a responsabilidade de comprar um bilhete quando todas as praças estejam ocupadas. Alsa deveria pôr outro autocarro ou compensar como é devido ao utente", conclui Rodríguez.
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