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De 'Outlander' a 'O conto da criada': estes são os livros proibidos em Estados Unidos

Entre as para perto de 3.000 obras censuradas destacam manuscritos de Stephen King ou Margaret Atwood, passando por clássicos de Huxley ou Tolstoi

Teo Camino

Fotograma de la película Farhenheit 451

"Não faz falta queimar livros se o mundo começa a se encher de gente que não lê, que não aprende, que não sabe…", é uma das frases mais recordadas de Fahrenheit 451, a novela distópica do escritor Ray Bradbury publicada em 1953. Em suas linhas, apresenta-se uma sociedade estadounidense do futuro na que os livros estão proibidos e existem 'bombeiros' que queimam os que encontram a seu passo.

Agora, setenta anos mais tarde, a distopía se cumpriu e para perto de 3.000 livros têm sido proibidos e têm desaparecido das bibliotecas das escolas públicas de Estados Unidos.

De 'Outlander' a 'O conto da criada'

A onda de proibições, que se perpetrou em 41 estados, afecta a obras como O conto da criada de Margaret Atwood, Outlander de Diana Gabaldon, Cometas no céu de Khaled Hosseini, Olhos azuis da ganhadora do prêmio Nobel de Literatura Toni Morrison, ou Persépolis de Marjane Satrapi. Mas também a clássicos da literatura como Anna Karénina de Lev Tolstoi, O homem invisível de H.G. Wells, ou a distopía de Aldous Huxley Um mundo feliz.

Segundo o PEN Clube America, ao longo do curso escoar 2023 ao redor de 1.500 livros têm desaparecido das estanterías de salas e bibliotecas. Os motivos de dita censura, que não o são, fazem referência à temática das publicações, que abarcam desde os abusos políticos, a identidade de género ou o colectivo LGTBIQ+.

Stephen King dixit

"Dezasseis de meus livros, proibidos? Devo de estar a fazer algo bem?", tem publicado o escritor Stephen King na rede social Twitter.

A escritora canadiana Margaret Atwood, depois de lançar uma nova edição do conto da criada, advertiu: "Esperemos que alguns livros resultem impossíveis de queimar, que viajem sob terra, como os livros proibidos na URSS".

O Clube dos Livros Proibidos

Longe de aceitar uma censura literária que começou durante a pandemia, ao percatarse de que determinadas obras desapareciam das estanterías, algumas estudantes de secundária de uma escola de Texas têm fundado O Clube dos Livros Proibidos, onde lêem e compartilham obras de autores 'proibidos'.

Por sorte, maestros e bibliotecários, inclusive artistas como a cantora Pink, que tem presenteado 2.000 livros 'proibidos' durante seus últimos concertos, também têm decidido alçar contra a censura e a combater prestando as publicações afectadas. Porque a leitura não pode ser clandestina: é um direito. E 451 graus é a temperatura à que os livros nunca deveriam arder.