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Gambas e salmón: as receitas de Garzón contra a desigualdade que indignam aos consumidores
O Ministério de Consumo publica um livro culinario com platos saudáveis junto à 'influencer' Boticaria García e à chef María José San Román, mas as redes criticam que não é nada realista com os preços
Depois da polémica do chuletón, o Ministério de Consumo acapara outra vez titulares. O ministro Alberto Garzón tem apresentado nesta semana um recetario titulado Comida rápida, barata e saudável, para o que tem contado com a participação da farmacêutica e nutricionista Marián García, mais conhecida como Boticaria García, e a chef ganhadora de uma estrela Michelín María José San Román.
O objectivo, a priori, é demonstrar que "mudar os hábitos de consumo é possível" e que comer de maneira saudável está ao alcance de todos os bolsos, já que o preço das receitas eleitas oscila entre um e dois euros por ración. No entanto, a proposta, que tem sido apresentada baixo o lema 40 receitas para combater o sobrepeso e a desigualdade, tem recebido todo o tipo de críticas e tem sido objeto de infinidad de memes nas redes sociais.
"Bochornoso"
"Se quero aprender a cozinhar tenho uma oferta infinita de livros e várias páginas site. Não preciso pagar com meus impostos a ministérios que me digam como tenho de viver", tuiteaba Alberto Salinas sobre o controvertido livro. Ditador Coreano, um perfil de memes de Instagram , escrevia em seu perfil: "Não sê que é mais bochornoso, que o Ministério de Consumo saque um livro de receitas realfooding, que chamem 'receitas' a triturar coisas ou fazer ao ferro, ou que o tenha escrito uma influencer que não tem cozinhado em sua puta vida". Ao que outro utente lhe contestava: "O bochornoso é que metam na mesma frase sobrepeso e desigualdade e que fiquem tão a gosto quando durmam pelas noites".
A tudo isto, o ministro já assinalou na apresentação do recetario que não pretende obrigar a ninguém a comer o que o livro prega, sina que a iniciativa nasce com o propósito de "divulgar e dar conselhos que contribuam à educación nutricional e a combater a desinformación".
"O salmón não custa dois euros"
Um dos atractivos do livro é que a maioria das receitas podem se cozinhar em menos de dez minutos e sua elaboração, com ingredientes disponíveis em qualquer supermercado, é singela. Ademais, são baratas --o 35% está por embaixo de um euro e o 90% por embaixo de dois euros--. Também são saudáveis e seguem as pautas das guias nutricionais mais actuais, como o famoso Plato de Harvard.
Mas para os utentes de Twitter não todos os platos respondem ao orçamento que o Ministério de Consumo destaca. "Lubina com verduras dois euros por ración? Em que mundo vivem?", pergunta-se Claudia em Twitter. Raquel, outra utente, acrescenta: "Anda que salmón a três euros a ración e eu compro salmón para mim sozinha e de seis euros não me baixa...". Por isso, Gemma do Caño, boticaria e experiente em segurança alimentar, explica a Consumidor Global que "esta iniciativa" lhe parece "necessária, mas teria que o ter focado a rápido, não ao barato".
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