Volta o momento de fazer a declaração da renda. A partir de 7 de abril, os espanhóis terão que revisar seus rendimentos, deduções, ajudas e outros complementos para pôr ao dia com Fazenda. E terão até o 30 de junho, quase três meses, para fazê-lo.
No entanto, o 2020 tem sido um ano pandémico bastante estranho em muitos sentidos, com milhões de espanhóis afectados por Expedientes de Regulação de Emprego Temporários (ERTE), fechamentos de locais e o cesse de várias actividades. Assim, muitos autónomos têm recebido algum tipo de prestação que terá que se ter em conta à hora de fazer a declaração.
Incluir as ajudas ou prestações
Os cidadãos que se viram em situação de ERTE no passado ano contaram, além do salário de sua empresa, com a prestação do Estado. "Um grande número de contribuintes em ERTE não estarão isentos de fazer a declaração. É mais, muitos terão que pagar agora", assinala Álvaro Falones, co-CEO e cofundador de TaxDown.
De facto, e segundo este experiente, muitas destas pessoas não chegavam a superar o limite dos 22.000 euros anuais para fazer a declaração da renda. Mas, "como agora têm um segundo pagador aparte da empresa, o SEPE, esse limite se reduz até os 14.000 euros anuais", enfatiza Falones. Mas, por se fosse pouco, "à grande maioria tocar-lhes-á abonar uma quantidade maior por alguns erros nos trâmites", assinala José María Mollinedo, secretário geral do Sindicato de Técnicos do Ministério de Fazenda (Gestha). Mais especificamente, alguns espanhóis têm "recebido estas ajudas inclusive após ser readmitidos na empresa e voltar a trabalhar, pelo que agora terão que devolver ditas quantidades", enfatiza Falones.
Mais declarantes pelo rendimento mínimo vital
Fruto da pandemia, o Governo ofereceu um rendimento mínimo vital com o que muitos cidadãos sobreviveram no passado ano. No entanto, "todos os contribuintes que contem com esta ajuda estão obrigados a fazer a declaração de 2020", assegura Falones. E isso provocará "um aumento de declarantes". No entanto, este facto em si não significa que o contribuinte tenha que pagar, sina que também lhe pode sair a devolver.
"Estas prestações não contam com nenhuma retenção, pelo que se consideram como um salário em bruto ", assinala Verónica Villar, responsável pela Assessoria V. Villar.
Autónomos e fechamentos de negócios
Os autónomos, em especial os que estão em módulos, "não tributarão o mesmo neste ano que em 2019", comenta Villar. Muitos viram-se obrigados a fechar seu negócio, pelo que não terão que declarar por esses dias que cessaram sua actividade.
No entanto, em paralelo, este colectivo viu-se obrigado a pedir algum tipo de ajuda ou prestação do Estado para seguir adiante. E a grande maioria destes impulsos económicos recebidos dever-se-ão acrescentar na declaração. "Qualquer incentivo que receba um autónomo se considera como outras rendas de trabalho ou trabalhistas" assegura a Consumidor Global Mollinedo. Assim mesmo, dado o contexto actual a Administração facilitará todas as ferramentas que possa para evitar que os contribuintes vão aos escritórios e possam tramitar sua declaração da rende via telemática ou por telefone.