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Porque contratar a um detective para apanhar uma infidelidade é mais caro se és homem

Pagar 2.000 euros a um investigador para que lhe faça um rastreamento a teu parceiro e descubra um adultério é um serviço que sobrevive nos tempos do Tinder

Un corcho con información sobre una investigación PEXELS
Un corcho con información sobre una investigación PEXELS

As ausências são cada vez mais prolongadas. Também os silêncios. Tudo são desculpas. O que aconteceu com as carícias? Agora, de repente, é a pessoa mais presumida do mundo. Mas fecha as suas redes sociais. Muda de conduta e sempre chega tarde. Quem és e que tens feito com o meu parceiro? "É a crónica de uma morte anunciada. Há pessoas muito torpe", expõe o investigador privado da Tesca Detectives, Carlos Manuel Argüelles, que se dedica a apanhar infidelidades nas Astúrias desde há mais de 30 anos, entre outros encargos de diferente índole e conta. Trata-se de um serviço que sobrevive em tempos do Tinder e que costuma ser mais caro para os homens.

Un detective sigue a una pareja / PEXELS
Um detective segue um casal / PEXELS

"O sujeito objeto da investigação tem 46 anos. Chama-se Enrique Deita Campos e é diretor de uma empresa de consulting que mudou três vezes de nome nos últimos cinco anos", assim começa o primeiro relatório que recebeu Elena --a protagonista da novela A solidão era isto, de Juan José Millás-- sobre o seu marido. Mas poderia ser qualquer um dos relatórios escritos diariamente por empresas como Unipol (Málaga), Grupo Herta (Madrid), Detectives Pagès & Gassó (Barcelona) ou o citado Tesca Detectives, depois de fazer um rastreamento à procura de uma infidelidade.

O 'modus operandi' dos detectives

A suspeita de infidelidade "gera angústia e sempre há alguém que te diz 'preciso saber a verdade'. Nós damos essa verdade", resume o criminalogista e investigador privado Ferran Gassó, sócio do escritório que leva o seu nome. O primeiro a fazer, segundo este perito, é dimensionar a investigação mediante a informação e os detalhes que possa proporcionar o cliente. A partir de aqui, desenha-se um dispositivo de rastreamento que se adapte às rotinas do sujeito pesquisado e ofereça as máximas garantias de sucesso no menor tempo possível.

Un hombre le muestra a otro una fotografía de un sujeto a seguir / PEXELS
Um homem mostra a outro uma fotografia de um sujeito a seguir / PEXELS

"Não gostamos de alongar as gestões, por isso é de grande utilidade quando vem uma cliente e te diz: 'às sextas-feiras sai do trabalho a tal hora e chega de madrugada'. Assim fazes um rastreamento em massa e dás no prego", explica Argüelles, que assegura que as mulheres costumam ser mais perceptivas e intuitivas. E isso encurta o tempo e as tarifas. "Pedem-nos provas fotográficas. Beijar, por exemplo, para garantir e identificar quem é a pessoa que está com o seu parceiro", enfatiza Gassó.

Temporada de infidelidades

Tanto na primavera como na verão as relações sociais são muito activas e "afloram as infidelidades", aponta o veterano detective da Unipol, Juan Rojas. Segundo este investigador, cuja agência tem 10 casos de infidelidades em curso, há uma reviravolta durante o Verão. As infidelidades representam "20% de nosso volume de trabalho", detalha Rojas, que assegura que antes, quando demonstrar um adultério facilitava o processo de divórcio , as deslealdades amorosas ocupavam 40% do seu tempo.

Un corcho con información sobre una investigación / PEXELS
Um quadro de cortiça com informação sobre uma investigação / PEXELS

Na mesma linha, da Detectives Pagès & Gassó e da Tesca asseguram que antes "se faziam muitas infidelidades", mas que agora, ao ser menos trascendental a nível matrimonial e por uma questão sociológica e laboral, "baixou bastante" e mal representa 15 % do seu trabalho. "A traição acontece, mas muito raramente", aponta Argüelles. Com WhatsApp, Tinder, Grindr, as redes sociais e as páginas de contactos, "muita pessoas optam por procurar as provas no telemóvel do seu parceiro e inclusive alguns instalam uma aplicação ou um programa espião, o que é ilegal, a propósito", explica Gassó.

Sem um preço máximo

As tarifas horárias dos quatro gabinetes de detectives consultados oscilam entre os 50 e os 90 euros, em função de se o rastreamento requer um úico detective ou de um dispositivo duplo. Um serviço pode resolver-se em 3 ou 4 horas de trabalho ou em mais de uma semana. "É raro que com um rastreamento de 3 ou 4 dias não haja um momento no qual o pesquisado tente ver a sua amante", aponta o detective Rojas.

Un detective / FREEPIK
Um detective / FREEPIK

Por isso, contratar a um detective privado para descobrir uma infidelidade "vai desde um mínimo de 300-400 euros até um máximo que não me atrevo a pôr. Entre 6.000 e 8.000 euros?", detalha  Argüelles, de Oviedo, que explica que, às vezes, terminaram um rastreamento em Marbella com várias noites de hotel. Em média, com uma duração de 3 a 5 dias, estes serviços costumam custar entre 1.500 e 3.000 euros. "Eu digo sempre que o cliente tem o travão de mão em seu poder e que o relatório é um fato feito à medida", acrescenta Argüelles.

Por que os homens pagam mais por estes serviços?

Quem contrata um detective privado para que espíe o seu parceiro? Antigamente, "75% dos clientes que procuravam estes serviços eram mulheres. Agora está nivelado", aponta o detective Rojas. "Tal e qual", concorda Argüelles. "Nosso escritório ainda vêm bastantees mais mulheres que homens", difere Gassó.

Una mujer encuentra un pelo sospechoso en el pantalón de su pareja / PEXELS
Uma mulher encontra um cabelo suspeito nas calças do seu parceiro / PEXELS

Estes investigadores concordam na hora de valorizar que as mulheres tendem a ser mais astutas que os homens, pelo que, quando se pesquisa um homem, a percentagem de sucesso costuma ser mais elevada. "Há 75% de sucesso se a cliente é mulher e 50% se o cliente é homem", resume Gassó, que explica que as mulheres, no geral, dão muita mais informação sobre o rastreamento a realizar. E claro, "quando a informação, além disso, se corresponde com a suspeita, a investigação pode resolver-se em poucas horas", aponta Rojas. Se não concorda, o rastreamento amplia-se e a conta se dispara.

O último passo

"Quando vêm ter connosco, é porque esgotaram todos os recursos e somos a sua única opção", expõem do Grupo Herta, uma agência de detectives privados estabelecida em Madrid. Que pensa uma sexóloga de casais sobre o facto de contratar um detective privado para destapar uma infidelidade?

Antes de dar esse último passo, "é imprescindível esgotar as vias da comunicação e falar directamente com o parceiro sobre a insegurança que se vive", explica a psicóloga Silvia Sanz. Segundo esta perita, também seria interessante perguntar que desfez a confiança, que é o pior que pode suceder e enfrentar os medos, que se está disposto a aceitar e daí não, e se uma relação na qual não há confiança vale a pena. "Se te propões a contratar um detective, é porque os alicerces da relação não são sólidos", conclui.

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