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Pagar até 250 euros pelo roaming em Andorra: vigia se vais ao país vizinho estas férias
As operadoras de telefonia podem aplicar certas tarifas aos clientes, ainda que alguns o desconheçam, se se ligam a uma rede móvel local durante sua estadia em Andorra
25 anos com a mesma companhia telefónica dá que pensar. Por que mudar de contrato se todo está bem? "Desde que tive meu primeiro móvel, sempre tenho estado com Vodafone. Até fiz que minhas filhas e minha mulher se viessem à companhia", conta Abel Campos. No entanto, uma simples viagem a Andorra tem mudado a percepção deste consumidor. "Cobraram-me até 250 euros mais na factura pelo roaming", detalha.
Este valenciano dispunha-se a passar uns dias em família junto a sua mulher e suas duas filhas no país vizinho, mas a viagem terminou num importante "sablazo" na factura do móvel. Tudo por culpa do roaming. Este serviço, que permite usar a rede no estrangeiro com a mesma tarifa de origem, só se aplica aos países que fazem parte do Espaço Económico Europeu. E… Atenção! Andorra não se encontra nessa listagem.
O roaming é de pagamento em Andorra
Ao invés do que ocorre quando se viaja a países da União Européia, tanto receber e fazer telefonemas como navegar por internet em em o país vizinho tem um custo extra que as operadoras cobram. "Chamamos à companhia desde um povo em Cataluña, dantes de entrar, para perguntar se tínhamos incluído o roaming e a teleoperadora confirmou-nos que sim", relata Abel Campos.
Segundo conta este utente a Consumidor Global, "a trabalhadora disse-nos que as quatro linhas que temos contratadas com a companhia tinham o roaming incluído e que podíamos desfrutar da rede móvel como sempre, inclusive nos deu os passos para o activar uma vez entrássemos ao país". No entanto, os 250 euros que se encontrou Campos na factura do mês seguinte confirmaram que, efectivamente, o roaming em Andorra não é gratuito.
Desinformación por parte das operadoras ou despiste dos clientes?
Quatro móveis ligados a uma rede local estrangeira durante quatro dias. Isto supôs uma importante despesa já que, ainda que com poucos telefonemas, assegura Campos, sim teve muito consumo de dados móveis, "sobretudo minhas filhas que, com 19 e 20 anos, se ligam de forma contínua a Internet". A família reclamou a Vodafone por esse "erro" da teleoperadora, mas não puderam fazer nada porque não tinham dita telefonema gravado.
Esta desinformación por parte das operadoras que denunciam alguns consumidores não se reduz só ao caso de Vodafone. Ixone Núñez conta que uma teleoperadora de Movistar lhe confirmou "muito convencida" que Andorra pertencia a Europa e, por tanto, as tarifas eram iguais que em Espanha. Mas não é assim. No entanto, algumas companhias e organismos fazem questão de que os utentes e consumidores já deveriam de conhecer esta informação de antemão.
As tarifas se viajas ao país vizinho
Segundo lamenta Núñez, foram necessárias até cinco telefonemas com diferentes teleoperadores para conhecer o que em realidade custa o roaming em ali com, por exemplo, Movistar: 9 euros por 3 gigas de dados móveis. Núñez relata que, ao final, se decantó por contratar um cartão prepago para "evitar sustos".
No caso de Orange , o preço por megabyte consumido é de 12,10 euros. A companhia oferece um bono de 100 megas por 7 euros diários. Enquanto, Vodafone faz 6,05 euros o megabyte e seu bono Viaje Mundo permite usar 2 gigas diários e telefonemas ilimitados por 15 euros ao dia. Quanto ao custo dos telefonemas, todas as companhias cobram em torno de 1,82 euros o minuto, além de 1,21 euros de estabelecimento de telefonema.
As operadoras devem notificar se há uma mudança de rede
Mariano Ibáñez, técnico de uma dos escritórios do consumidor de Espanha, explica a este meio que "mais que por desinformación, os casos de queixas que se dão pelo roaming em Andorra têm que ver com as conexões involuntarias à rede por viagens em estrada cerca do país". E é que existe a possibilidade de que se uma móvel passa para perto de a fronteira se ligue a uma antena local.
Nesses casos, as operadoras devem notificar aos clientes que se ligaram a outra rede diferente à nacional. "O que se valoriza nas arbitragens deste tipo para comprovar se o utente tem razão é ver se essa informação se garantiu por parte das operadoras", remarca Ibáñez. Daniel Escalona, chefe do Serviço de Mediação, Reclamações e Arbitragem do Conselho Andaluz de Consumo, coincide em que "a chave aqui está em se se lhe tem informado ao cliente por SMS" e recorda que, ainda que se tenham unificado as tarifas na UE, as queixas por roaming seguem à ordem do dia, "sobretudo em zonas fronteiriças e cruzeiros".
Uma questão política e económica
O roaming responde a um sistema económico e de acordos entre operadoras móveis no que se cobra por prestar serviços fora da União Européia. "Não é uma questão de tecnologia, sina de acordos económicos. Num país como Andorra, teu operador em Espanha pode te facilitar o serviço com seus antenas sem problema", explica María Guijarro, professora da Faculdade de Informática da Universidade Complutense de Madri.
Guijarro opina que uma das opções que pode resultar mais económica nos casos nos que se viaja países que não pertencem à UE, é contratar um cartão SIM virtual com um operador local, "ainda que desta forma estamos a duplicar nossos dados e nossa informação para que mais operadoras nos tenham localizados", conclui. Em definitiva, algo que há que sacrificar em qualquer caso.
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