Já não é tabu. Está na ordem do dia. Por fim, aproveitar os avanços da ciência para estar bem com o próprio corpo está acima do que dirão. Sim, derrubaram-se barreiras, e a cirurgia estética está é cada vez mais aceite do ponto de vista social. Uma realidade que se deduze da procura crescente de tratamentos de beleza.
"Sem dúvida, teve um avanço significativo. Agora já não se esconde", expõe à Consumidor Global o cirugião plástico do Hospital Universitari Sagrat Cor de Barcelona, David Priego, que explica que a procura de cirurgia corporal aumentou durante a pandemia, mas "sobretudo incrementaram os tratamentos nas zonas faciais que se vêem com a máscara posta".
As cirurgias estéticas mais procuradas
O tratamento mais procurado "agora e sempre" é a cirurgia mamária, refere o médico da Quirónsalud , que afirma que entre 60 e 70% das cirurgias que realiza são aumentos de seios, reduções dos mesmos, mastopexia (elevação mamária) e reconstruções. Os aumentos dos seios, no geral, costumam realizar-se em mulheres entre os 20 e os 30 anos, enquanto as reduções levam-se a cabo em qualquer idade e a mastopexia costuma fazer-se em mulheres entre os 40 e os 50 anos.
Entre os homens, que representam entre 10 e 20% das pessoas que vão à consulta por temas de cirurgia estética, a lipoaspiração é o tratamento mais procurado.
Os tratamentos que mais crescem
Desde a chegada da pandemia, o especialista enfatiza que se produziu uma mudança significativa de tendência. "Na minha prática diária, a procura por cirurgias como otoplastia (correção do formato das orelhas), blefaroplastia (correção de pálpebras caídas) e rinoplastia são as que mais cresceram", diz Priego.
Tanto homens como mulheres "aproveitam para fazer cirurgias faciais, especialmente na zona dos olhos, e também optam pela cirurgia estética corporal", acrescenta o médico da Quirónsalud, que explica que os tratamentos odontológicos relacionados com a estética também aumentaram.
Outro tratamento em ascensão
O cirurgião plástico do Hospital Universitari Sagrat Cor também destaca que os tratamentos com fios tensores, que consistem num procedimento que se faz sem cirurgia em meia hora, também se tornaram muito populares.
Com os fios tensores "o resultado é mais evidente que com outros tratamentos, e, ao mesmo tempo, não é tão agressivo como um lifting. É um ponto intermediário", aponta Priego, que recomendaria esta opção a pessoas que rondam os 50 e começam a ter certa flacidez no rosto pela queda de tecido, mas que ainda não precisam de um lifting.
Uma cirurgia muito menos invasiva
Os avanços científicos no campo da cirurgia plástica são uma realidade que se traduz em tratamentos menos invasivos, em reconstruções mais precisas e em pós operatorios mais curtos.
"Do meu ponto de vista, o facto de poder utilizar a tecnologia de ultrasons para uma rinoplastia, por exemplo, ou o aparecimento de novas tecnologias como o laser para a lipoaspiração, são avanços significativos que representam grandes vantagens para o paciente", afirma Priego.