"Onde estão os 80.000 camareros que temos perdido depois da pandemia?". Assim, lançando esta inquietante pergunta, tem começado sua conferência a consultora, investigadora e analista de tendências no canal Horeca Eva Ballarín durante a apresentação da feira Alimentar & Hostelco 2024, que celebrar-se-á do 18 ao 21 de março no recinto Grande Via de Fira de Barcelona.
A esta pergunta responde o último relatório apresentado por Arcano Research e elaborado pelo analista Leopoldo Torralba. Segundo este economista, até 82.000 camareros têm demitido desde 2020, e a falta de mão de obra converteu-se na principal preocupação do sector da restauração e a hotelaria.
"Não temos pessoal"
"Não temos pessoal. Os camareros que tinha dantes do Covid não têm voltado. Onde estão? Muitos bares e restaurantes baixaram a persiana e não têm voltado a abrir", adverte Ballarín, quem se mostra preocupada pelo que passará em 2030.
"Poderemos seguir sendo a melhor hotelaria do mundo em 2030? A hotelaria tem que se adaptar às novas gerações de trabalhadores, que pedem flexibilidade, bons salários e possibilidades de crescimento. Há que tomar medidas. Este é nosso grande repto", expõe a especialista.
Mercaurantes e delivery ao alça
"Temos mudado. A hegemonía que tinham os restaurantes já não a têm. Enquanto os mercaurantes e o delivery sobem. Estamos numa nova realidade marcada pela incerteza", analisa Ballarín.
"Somos a indústria da felicidade. Vendemos desfrute. Mas temos que nos repensar nosso romantismo e ser mais eficazes. Mudar o modelo, quiçá optar por cartas e horários mais reduzidos, e ser mais competitivos para ter modelos mais felizes", sentencia a analista de tendências no canal Horeca.