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Este é o popular lubrificante da Durex que os especialistas desaconselham
A famosa marca de preservativos britânica comercializa "o pior gel íntimo do mercado" a um preço elevado
O fim do estado de alarme teve lugar a 9 de maio de 2021, e no final desse mês a venda de preservativos e lubrificantes tinha disparado a tal ponto que Espanha passou a liderar o ranking dos países da Europa com uma maior procura destes produtos. A marca britânica Durex domina junto à Controle o mercado dos preservativos, e ainda que também é muito conhecida no referente a lubrificantes e geles íntimos, os especialistas jamais aconselhá-la-iam.
Os lubrificantes da Durex estão nos supermercados, nos bazares, nas lojas eróticas e até nas farmácias. "São os mais acessíveis, mas é frequente ter problemas com o seu uso", expõe à Consumidor Global o ginecologista e diretor do Centro Integral de Atenção em Ginecologia (Ciago) de Múrcia, José Martínez Mas, que explica que os geles da marca britânica --que pertence à multinacional Reckitt Benckiser-- não brilham precisamente pela sua qualidade.
Durex e o pior lubrificante do mercado
"75% das pessoas que vem com irritações, candidíase vaginal (fungos) e descompensação da flora vaginal usam lubrificantes Durex", aponta a responsável pela rede de lojas eróticas Lovesexing, Marina Argemí. Além disso, assegura que os de efeito frio, efeito calor e os de sabores, ou o que é o mesmo, os clássicos, "são os piores do mercado".
Segundo esta especialista, a marca aproveitou o nome dos preservativos para encher o bolso. "Nós não vendemos lubrificantes Durex porque são de má qualidade", concorda a sexóloga e responsável pela loja erótica Vibracions, Montse Iserte.
Os riscos de alguns lubrificantes
A menopausa, as alterações hormonais, a gestação, o puerpério e determinados tratamentos podem fazer com que uma mulher precise o uso de lubrificantes vaginais. Seja por um tema de secura vaginal ou por uma questão lúdica, o uso destes geles íntimos pode comportar uma série de riscos para a saúde.
Os clássicos da Durex podem ter um efeito lubrificante no princípio, mas "utilizam formulações com um alta carga química, e os conservantes que usam são irritantes", alerta o doutor Martínez, que explica que muitas das suas pacientes acham que são alérgicas ao látex quando na verdade é que são intolerantes a alguns dos produtos que levam estes lubrificantes. "Podem gerar um desequilíbrio na flora vaginal, desconforto durante as relações sexuais, coceira, inflamação da mucosa e até patogénicos como o vírus do papiloma humano", alerta o ginecologista. "Como médico, não posso aconselhar um lubrificante da Durex", sublinha.
Alternativas mais saudáveis
Em várias lojas de brinquedos eróticos explicam que têm os geles íntimos da Durex só porque as pessoas os pede. "80% dos jovens é o único que conhecem", aponta Argemí, que explica que quando os clientes perguntam por estes lubrificantes "ttentamos redirecioná-los e aconselhamos alternativas mais saudáveis".
Em todas as lojas especializadas em sexualidade afirmam que os da marca espanhola Nuei, que são feitos sem parabenos (conservantes), sem açúcar, sem glúten, não são testados em animais e contêm aloe vera para cuidar a pele, são muito cuidadosos com as suas formulações e têm uma alta tolerância. Da mesma forma, o Naturalub de Biolove ou o Toko da marca Shunga também são alternativas mais respeitosas com a pele e a mucosa, segundo os especialistas consultados.
Diferença de preço importante
Enquanto os de efeitos e sabores da Durex custam cerca de 10 euros e contêm 50 mililitros, o lubrificante Naturalub da Biolove, que é 100% natural de base acuosa e ecológico, sai por 13 euros o frasco de 100 mililitros.
Por sua vez, os geles Inlube da Nuei de base de água, tanto os neutros como com aromas, vendem-se por 12 euros numa embalagem de 100 mililitros na maioria de lojas eróticas espanholas, ou seja, quase 50% mais económicos que os da Durex. Também é importante destacar que enquanto os da Nuei e os da Biolove detalham os ingredientes que contêm na embalagem, os de sabores e efeitos da Durex não o fazem.
Como identificar um bom lubrificante?
Há que evitar os lubrificantes que contenham álcool porque ressecam e podem produzir uma mudança de ph na pele. Também há que evitar tudo o que sejam conservantes, óleos, açúcares e perfumes porque podem produzir efeitos adversos.
Na hora de identificar um bom lubrificante, o ginecologista Martínez aconselha, mais que olhar o rótulo, que também, "jcoloque uma gota entre os dedos e verifique se não notamos atritos nem no momento nem depois de alguns minutos". Ao separar os dedos, o lubrificante "deve manter o contato entre uma superfície e outra, ser pegajoso e afiado", recomenda este especialista.
Lubrificante sim ou não?
Se uma mulher apresenta problemas de secura, o primeiro será consultar um ginecologista para que realize uma exploração, identifique a causa do problema e recomende um produto ou outro. "Comprar lubrificante sem conselho médico resolve o problema, mas com o passar do tempo pode agravar-se", alerta Martínez.
Quando uma paciente vai a consulta com secura nas relações, "tentamos tratar com algum produto de ácido hialurónico, que são hidratantes e económicos", aponta o especialista, que explica que, no caso de receitar um lubrificante, sempre opta pelos que ajudam a aumentar a espessura natural da mucosa vaginal e hidratá-la em profundidade, "algo que os da Durex não fazem", diz
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