Sempre to remarcaban após comer: devias esperar ao menos duas horas para voltar a zambullirte no água por medo a ter um corte de digestión. Não obstante, o conselho converteu-se num mito e não está claro se realmente é uma boa recomendação ou era só uma estratégia de teus pais para evitar que nadasses baixo seu atenta mirada.
Segundo Rosa Pérez, coordenadora da Sociedade Espanhola de Urgências e Emergências (Semes), "o corte de digestión, em si, não existe". Ainda que conhece-se como corte de digestión, em declarações a CuídatePlus "a realidade é que não se corta nada no estômago, nem passa nada com a comida dentro do corpo". O que ocorre é que o processo de digestión é complexo e requer de um contribua extra de sangue no estômago, o que faz que o resto do corpo se veja mais exposto às mudanças de temperatura.
Que é o corte de digestión?
Pedro J. Tárraga, membro do Grupo de Trabalho de Digestivo da Sociedade Espanhola de Médicos Gerais e de Família (SEMG), assinala que "a digestión é o processo biológico pelo que os organismos adquirem os nutrientes necessários para realizar suas funções vitais. Nele, nosso corpo sofre uma série de modificações como o aumento da temperatura corporal como o aparelho digestivo liberta mais calor para absorver os alimentos consumidos".
O acto em si de absorver os nutrientes, explica Tárraga, "implica uma maior quantidade de sangue que se dirige para o sistema digestivo, fazendo que outras partes do corpo baixem a afluencia de sangue". Por isso, é normal que sintamos frio quando fazemos a digestión e é por isso pelo que, apesar de que a temperatura de nosso corpo aumenta, notemos frio após comer.
O perigo
Se durante este processo (digestión) metemos-nos de forma brusca em água e está fria, como na praia ou a piscina, pode ocorrer que se interrompa a digestión "dando lugar a um desequilíbrio dentro do organismo e aos sintomas próprios de uma hidrocución" (o que coloquialmente denominamos corte de digestión), explica Pérez.
Esta situação em si não é grave e costuma ser passageira, mas o problema é quando se produz dentro do água. Neste caso, alerta Pérez, "o risco de ahogamiento é muito elevado". Por isso é importante saber que existe a hidrocución e que há formas de evitar que ocorra.
Duas horas?
Sobre a recomendação ou não de esperar duas horas desde que temos terminado de comer até zambullirnos no água, Pérez acha que "é acertada", sobretudo se temos feito uma comida muito copiosa. Há que ter em conta que "o processo de digestión pode durar entre 30 minutos e várias horas, dependendo dos alimentos que tenhamos ingerido".
"As comidas grasientas, com muita proteína animal, por exemplo, fazem que o corpo trabalhe mais e precise mais sangue para o processo". Se temos comido muitas gorduras ou muita comida destas características "é recomendável esperar, ao menos, uma ou duas horas dantes de submergir no água, sobretudo se está fria".
A outra alternativa
Se a pessoa não quer esperar esse tempo, apesar de ter comido demasiado, a recomendação de Pérez é "entrar na água poucoa poc ou, submergindo a cabeça em último lugar". Desta forma, o corpo vai-se esfriando pouco a pouco e dá-se-lhe tempo ao sangue a chegar onde deve quando deve.
O objectivo, como aponta Tárraga, "é minimizar a diferença de temperatura entre o corpo e o água. Por isso, em vez de zambullirnos, é melhor se meter pouco a pouco, não tomar o sol nem fazer exercício físico dantes de se banhar e, se a comida tem sido copiosa, esperar dantes de entrar no água".