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Diamantes sintéticos 'made in Spain': este é o revolucionário negócio que cativou DiCaprio

As pedras preciosas artificiais, estão cada vez mais na moda, são 30% mais baratas e, segundo os especialistas, parecem "idênticas" às naturais

Leonardo DiCaprio no filme 'Blood Diamonds' / FILMAFFINITY
Leonardo DiCaprio no filme 'Blood Diamonds' / FILMAFFINITY

Marilyn Monroe dizia que o melhor amigo da mulher é um diamante. Uma frase um tanto infeliz tendo em conta que a maioria delas nem sequer vê um em toda a sua vida. Na verdade, está mais na moda uma experiência como a de Audrey Hepburn em Café da manhã com Diamantes, quando entra sorrateiramente na Tiffany's para sentir o tato de uma destas pedras na sua pele. Mas as divas do ecrã não são as únicas que caíram rendidas ao encanto de uma boa "pedra" e, é que os diamantes sempre levantaram paixões.

O mais famoso de todos, sem lugar a dúvidas, é o Koh-i-Noor ou "a pedra mais infame do mundo", como é popularmente conhecida. Hoje encontra-se no centro da coroa da rainha de Inglaterra depois que hindus, mongóis, persas, afegãos e sikhs lutaram por ele deixando para trás um rastro de cadáveres e traições. Mas este não é o único diamante com um passado escuro, e se não, que perguntem a Leonardo DiCaprio, que desde que rodou Diamantes de sangue ficou tão emocionado com o tema que quis contribuir a sua parte para a causa e impulsionar a indústria de diamantes sintéticos. O resultado? Em 2023 abrirá a sua primeira fábrica na Europa em Trujillo, Cáceres.

O que são os diamantes sintéticos?

A natureza demora vários milhares de anos a criar debaixo de terra um diamante, um mineral muito precioso em joalharia e também muito útil para a indústria pelas suas propriedades como semiconductor. "O diamante é formado por carbono, o mesmo material que o grafito dos lápis ou a madeira queimada, e se se tem carbono pode-se criar diamantes. O único inconveniente é que são precisas pressões e temperaturas muito altas", explica Adelina Homedes, licenciada em Física, professora de Matemáticas e gemóloga pela Universidade de Barcelona.

Mas algumas empresas tecnológicas já encontraram o método exato para imitar este processo natural e apenas em 6 semanas. O resultado? "Um diamante idêntico ao natural", segundo afirma a gemóloga. Homedes indica que os sintéticos são mais pequenos e possuem algumas diferenças "só visíveis para os especialistas". Na verdade, até o Instinto Gemólogo Espanhol reconhece que nalguns casos "a identificação só está ao alcance dos laboratórios mais especializados".

Diamantes sintéticos / PEXELS
Diamantes sintéticos / PEXELS

O projecto de DiCaprio

A companhia americana de diamantes sintéticos Diamond Foundry construirá a sua primeira fábrica europeia na cidade de Trujillo, na província de Cáceres, a três horas de Madrid. O sol e a energia fotovoltaica foram determinantes para a eleição do enclave da Extremadura, é que a empresa californiana produzirá as pedras preciosas através da energia solar.

Na verdade, o seu objectivo é "produzir diamantes acessíveis, sem impressão de carbono, sem financiar conflitos, sem movimento de terras, sem afetar a vida selvagem, nem água subterrânea contaminada", explicam fontes da empresa. Uma filosofia muito alinhada com os valores de um dos seus mais conhecidos investidores e assessores, o ator Leonardo DiCaprio.

Uma nova indústria

A Pandora, principal fabricante de jóias no mundo por volume, ainda que por trás da Cartier e Tiffany's em vendas, anunciou em maio o lançamento da sua primeira coleção com diamantes sintéticos. O seu objectivo? "Chegar a todo o tipo de clientes e demonstrar o seu compromisso com o meeio ambiente", explicaram num comunicado.

Mas a Pandora não foi a única marca a dar este passo. De Beers, pertencente a Anglo American e com um monopólio quase absoluto até há umas décadas sobre a oferta e os preços dos diamantes, lançou uma linha destes minerais fabricados em laboratórios. Ainda assim, mantém aqueles extraídos das minas para os anéis de compromisso.

Será a democratização dos diamantes?

Usar um anel de diamantes sintéticos é uma realidade cada vez mais palpável. Mas esta situação pode levar a dois caminhos segundo o relatório Global Diamond Report 2020-2021, elaborado pelos Bain & Company e o Antwerp World Diamond Centre (AWDC).

Este aumento da produção está a fazer com que os preços dos diamantes sintéticos caiam, o que pode convertê-los num produto mais acessível para o comum dos mortais. Na verdade, tal como explica Homedes, "hoje custam 30% do que custaria um natural". No entanto, o estudo também levanta o facto de que os sintéticos estão cada vez mais presentes no segmento de luxo para compensar a queda da oferta dos extraídos nas minas. Daí que a especialista insista na criação de métodos e ferramentas para evitar "a venda de falsificações".

 

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