Desde o lançamento em setembro de 2021 do iPhone 13, os utilizadores têm informado de diferentes erros ou falhas no funcionamento do último modelo da Apple, que ronda os 1.000 euros. É que alguns consumidores afirmam que o seu dispositivo sobreaquece ao abrir o Instagram ou o Facebook.
"Não podemos descartar que se trate de um problema de fabrico, mas seria muito estranho", expõe o subdiretor da Faculdade de Engenharia da Universidade Autónoma de Barcelona especialista em computadores e sistemas operativos, Antoni Espinosa, que explica que o sobre-aquecimento de alguns terminais do iPhone 13 está relacionado com a guerra entre a Apple e a Meta.
O problema dos instagramers com o iPhone 13
"Tenho notado que o meu iPhone 13 Pro comprado há cinco dias aquece ao usar o Facebook e o Instagram", aponta uma internauta no fórum da Comunidade da Apple. Com o iPhone 11 "jamais tive estes problemas de temperatura", acrescenta a afetada.
Também no fórum da empresa norte-americana estabelecida em Cupertino, Camila Méndez explica que comprou o iPhone 13 Pro Max na semana passada "e sobreaquece com um uso normal". Como pode ser que um terminal de gama alta sofra, com uma ação tão básica, este tipo de problemas?
A guerra entre a Apple e a Meta prejudica o consumidor
Esta falha sucede porque tanto a Apple como o Facebook, Instagram e até certo ponto o WhatsApp "viram-se obrigados a permitir que como utilizadores possamos decidir um pouco mais o que fazem as aplicação com os nossos dados", aponta Espinosa, que explica que, por este motivo, as ditas apps estão em constante revisão e utilizam códigos novos, o que faz com que sejam mais pesadas. Ao pôr este tipo de barreiras e não poder obter determinados dados dos internautas, "os programadores põem-se a procurar a forma de aceder a outros dados semelhantes, e para isso precisam de mais operações, o que se traduz numa app com mais código e mais capas", acrescenta o especialista.
Assim, ainda que as mudanças na aplicação sejam impercetíveis, agora ao realizar uma ação que antes se executava sem maior dificuldade gera o sobre-aquecimento do terminal. "Os iPhone sobreaquecem sobretudo ao início, quando configuras o dispositivo, mas também com as aplicações da Meta por culpa dos cálculos na hora de executar o processamento", concorda o programador e desenvolvedor de software , Bogdan Macris. No final, "a guerra entre a Apple e a Meta com os dados como a tela de fundo prejudica o utilizador do iPhone", resume Espinosa.
Como afeta o dispositivo o sobre-aquecimento?
Esperar que tenha novas versões e atualizar o WhatsApp, Instagram e Facebook fará com que o funcionamento do telefone melhore, segundo os especialistas, que afirmam que se trata de um problema "pontual". Enquanto isso, o que faz o sobreaquecimento deste tipo de dispositivos "é reduzir a vida útil da bateria, que será mais curta e terá que a mudar antes, com as complicações e custos que isso implica", alerta Espinosa, que afirma que a priori este problema não deve ter outros efeitos sobre o dispositivo.
Os efeitos deste sobreaquecimento sobre o terminal concordam com outra das queixas principais dos utilizadores. "A bateria dos iPhones é um motivo de queixa recorrente por parte dos consumidores", lembra este especialista em sistemas operativos.
Os problemas de bateria do iPhone
Na Comunidade da Apple e em outros fóruns vários utilizadores da empresa da maçã lamentam o mau funcionamento da bateria do iPhone 13. "Consome metade da bateria de noite sem utilizar o dispositivo", "acabo de estrear o meu iPhone 13 e a bateria cai de 96% a 94 num par de minutos" ou "é muito frustrante carregar muitas vezes a bateria porque esgota-se muito rápido" são só alguns exemplos disso.
No último modelo da Apple "a bateria não funciona como deveria. Degrada-se antes do previsto", aponta Espinosa, que considera que quando muitos utilizadores têm um mesmo problema com um único modelo há que se pôr em contato com o suporte técnico e pedir soluções.
A postura da Apple e possíveis soluções
Quando as queixas são muitas, a especialista em redes sociais, marketing e novas tecnologias, Agustina Chiaravalli, explica à Consumidor Global que a marca tem duas opções: "encontrar uma solução para o problema ou fazer uma troca do equipamento adquirido".
Quando o resolve o problema ao utilizado , "este agradece, partilha o bom comportamento da marca e o problema inicial converte-se numa excelente campanha de branding", aponta Chiaravalli. Questionados sobre sobreaquecimento de alguns iPhone 13, fontes internas da Apple explicam a este meio que "o utilizador deve pôr-se em contacto com o suporte técnico, e que este, depois de avaliar caso por caso, oferecerá uma solução".