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O iPhone 12 mantém o preço (por enquanto) pese a sua retirada no França pelo nível de radiação

Apple já tem descatalogado este modelo após apresentar o iPhone 15, motivo pelo que os experientes asseguram que tem baixado seu valor e não pelas radiações detectadas no país galo

Alberto Rosa

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É o tema do momento. Ao menos para os amantes da tecnologia, os móveis e em especial da maçã mordida. Apple tem tido que deixar de vender seu telefone iPhone 12 no França por ordem das autoridades galas, após detectar que o modelo da famosa companhia tecnológica supera o limite permitido de emissões.

Ainda que Apple defende que seu terminal cumpre os níveis de segurança e considera que o que tem falhado é a metodologia empregada pela Agência Nacional de Frequências (ANFR) francesa, não poderá comercializar o telefone até que se corrijam essas magnitudes de emissões de ondas. De facto, a empresa dirigida por Tim Cook já prepara uma actualização de software para aqueles utentes franceses que tenham um iPhone 12.

O anúncio coincide com a apresentação do iPhone 15

Apesar do alarme gerado entre muitos utentes, já que essas emissões de ondas de radiofrequência poderiam acordar preocupação por possíveis problemas para a saúde, iPhone 12 não tem sofrido notáveis mudanças de preço, ao menos por esse motivo. "Tem baixado de preço principalmente pela apresentação do iPhone 15 e não pela retirada no França", opina Mikel Cid, experiente em tecnologia e telefonia e fundador do portal tarifasde.com.

iPhone 15 Pró / APPLE

E é que, ainda que é verdadeiro que há revendedores como Amazon ou MediaMarkt que têm o móvel de Apple rebajado em torno de um 10 % em alguns modelos do 12 com respeito à semana passada (600 euros), a redução tem mais que ver com a apresentação do novo produto. "Apple já tem descatalogado de suas lojas oficiais o iPhone 12, é um móvel que leva três anos no mercado e é normal que as vendas se possam ver afectadas e os revendedores rebajen seu preço", explica.

Um modelo em retirada

Para Emili Vizuete, professor de economia na Universidade de Barcelona (UB), a situação de alarme gerado no França não vai fazer que Apple baixe preços por uma questão de marca. "Apple não baixará seus preços porque então estaria a admitir em parte que seus móveis incumprem os regulamentos de segurança, algo do que eles estão completamente seguros", explica a Consumidor Global.

Vizuete resta importância à notícia e acha que não afectará demasiado à reputação de Apple, ao menos por enquanto. "O iPhone 12 é um modelo em retirada que se ficou para um público determinado, que é fiel a Apple, mas com menor poder adquisitivo. O dano em vendas que vai provocar é residual. Se tivesse ocorrido com o último, o 15, se teria um problema grave", expõe o professor.

Apple, uma marca de fãs

Félix Martín, CEO e cofundador do portal especializado em compra de móveis Aliqindoi, pensa que sim é possível ver uma queda de preços no iPhone 12, ainda que não imediata. "Existe uma preocupação entre os revendedores de que caia a demanda. Eu acho que vamos ver uma baixada de volume e isso impactará no preço. Facilmente, seu preço poder-se-ia erosionar uns 50 euros, duvido que mais", vaticina o especialista.

O iPhone 12, que Europa estuda proibir / UNSPLASH

Por outro lado, Vizuete remarca que, para uma marca normal, este tipo de episódios supõe um "problema grave" porque "pode romper a confiança dos clientes". No caso de Apple, "uma empresa que mais que clientes tem fãs", os danos em vendas são muito pontuas e em curto prazo.

Uma actualização de 'software' pendente

Em qualquer caso, tal e como assinalam os experientes, "só estamos no princípio desta história" e terá que ver como responde a actualização que prepara Apple para que seus móveis cumpram o regulamento de emissões baixo o protocolo que empregam as autoridades francesas.

"É uma situação muito anómala. Todos os dispositivos devem superar estes controles dantes de pôr à venda e é muito estranho que três anos depois não o faça este modelo", explica Cid, quem também quer transmitir uma mensagem de tranquilidade. "Há que deixar claro que não supõe um problema para a saúde. Os valores permitidos estão 50 vezes por embaixo do que se considera daninho e neste caso é como se estivesse 48 vezes", conclui.