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A inflação volta a subir depois de dois meses de quedas: assim afecta aos preços
O IPC acelera no arranque de ano ao 3,4%, mais três décimas, devido ao encarecimiento da electricidade
A inflação resiste-se a perder seu papel protagonista na cesta de compra-a. O Índice de Preços de Consumo (IPC) sobe um 0,1% em janeiro em relação ao mês anterior e eleva três décimas sua taxa interanual, até o 3,4%, devido ao encarecimiento da electricidade, segundo os dados avançados nesta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que tem precisado que, em sentido contrário, os preços dos combustíveis baixam em janeiro.
Com o avanço do IPC interanual no arranque do ano, a inflação volta a registar ascensões depois de dois meses consecutivos de quedas e situa-se em seu nível mais alto desde o passado mês de outubro, quando atingiu o 3,5%.
A inflação subjacente
O INE incorpora no avanço de dados do IPC uma estimativa da inflação subjacente (sem alimentos não elaborados nem produtos energéticos), que em janeiro baixa duas décimas, até o 3,6%, taxa duas décimas superior à do IPC geral e a mais baixa desde março de 2022.
Trata-se do primeiro dado que oferece o INE com a actualização das novas ponderações das rubricas que compõem o índice, como já tinha adiantado o escritório estatístico que faria ao começo deste ano. Na nova estrutura os grupos que ganham mais peso são lazer e cultura, hotéis e restaurantes, transporte e comunicações, e os que mais perdem são moradia, menaje e alimentos.
Medidas de apoio
O ministro de Economia, Comércio e Empresa, Carlos Corpo, tem afirmado nesta terça-feira que "a inflação se mantém contida no meio de 3%" e que a subjacente "continua se moderando", até atingir "seu valor praticamente mínimo nos últimos dois anos".
"Com todo isso segue esta senda de moderación da inflação que está a ser compatível com a manutenção das medidas de apoio aos lares e empresas mais afectados pela subida dos preços", tem destacado Corpo. "Estamos a demonstrar desde o Governo que é possível conjugar crescimento económico, criação de emprego e medidas destinadas à protecção social e ao bem-estar de cidadãos", tem concluído.
Índice de Preços de Consumo Harmonizado
No primeiro mês de 2024, o Índice de Preços de Consumo Harmonizado (IPCA) situou sua taxa interanual no 3,5%, duas décimas acima da do mês anterior. Por sua vez, a variação mensal estimada do IPCA foi de 0,2%. O INE publicará os dados definitivos do IPC de janeiro o próximo 15 de fevereiro.
Quanto à nova estrutura de ponderações do IPC para o ano 2024, lazer e cultura é o grupo que mais peso vontade, passando de uma percentagem do 7,87 ao 8,59, seguido de restaurantes e hotéis (de 13,24 a 13,93), transporte (de 13,80 a 14,38), comunicações (de 3,24 a 3,35) e vestido e calçado (de 3,93 a 3,95).
Os que perdem peso
Pelo contrário, moradia é o grupo que mais peso perde, passando de representar uma percentagem do 12,68 em 2023 ao 12 em 2024; figurando a seguir muebles e artigos do lar (do 5,84 ao 5,35), alimentos e bebidas não alcohólicas (do 19,58 ao 19,16) e previdência (do 5,98 ao 5,79).
Outros grupos que também perdem peso na estrutura do IPC são bebidas alcohólicas e fumo (de 4% ao 3,85%), ensino (de 2% ao 1,88%) e outros bens e serviços (de 7,84% a 7,79%).
Gasolina, azeite e carros ganham
Entre as subclases que ganham peso no IPC figuram restaurantes e cafés (+0,41 pontos percentuais), automóveis novos (+0,25 pontos), serviços de comida rápida e para levar (+0,18 pontos), gasolina (+0,12 pontos) e azeite de oliva (+0,11 pontos).
Em mudança, as subclases que ponderan menos no IPC desde este ano são electricidade (-0,26 pontos), gasóleo (-0,16 pontos), serviços médicos especialistas (-0,15 pontos), serviço doméstico (-0,14 pontos), cigarros (-0,11 pontos) e pescado fresco ou refrigerado (-0,11 pontos).
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