Os preços de quase tudo seguem ao alça. Assim o confirma o Índice de Preços de Consumo (IPC), que subiu três décimas em agosto com relação ao mês anterior, mas moderou sua taxa interanual três décimas, até o 10,5 %, se mantendo em níveis nunca vistos desde faz mais de 30 anos, segundo os dados definitivos publicados nesta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
O organismo tem elevado numa décima o dado que avançou no final do mês passado, quando estimou um IPC do 10,4 %. Também tem elevado duas décimas o aumento mensal adiantado, desde o 0,1 % ao 0,3 %.
O IPC modera-se, mas menos do esperado
O dado de agosto é três décimas inferior ao bico de inflação atingido no passado mês de julho, quando o IPC se situou no 10,8 %, seu nível mais alto desde setembro de 1984.
Com a moderación de três décimas registada pelo IPC interanual em agosto, a inflação acaba com uma racha de três meses consecutivos de ascensões em sua taxa interanual: em maio escalou até o 8,7 %; em junho superou os temidos dois dígitos (10,2 %) e em julho disparou-se até o 10,8 %. Agosto é, por tanto, o terceiro mês consecutivo no que a inflação supera as duas cifras. Segundo o INE, a moderación do IPC interanual até o 10,5 % deve-se, principalmente, à baixada dos preços dos combustíveis. De facto, o grupo de transporte moderou mais de 4,5 pontos sua taxa interanual, até o 11,5 %, devido ao abaratamiento das gasolinas e lubrificantes.
O preço dos alimentos, desbocado
Por contra, em agosto subiram os preços da electricidade e dos alimentos. Estes últimos registaram em agosto uma subida interanual do 13,8 %, taxa três décimas superior à de julho e a mais alta desde o começo da série, em janeiro de 1994. Destaca, especialmente, o encarecimiento da carne, o pão e os cereais e o leite, o queijo e os ovos.
No grupo de moradia, a taxa interanual aumentou quase dois pontos em agosto com respeito ao mês anterior, até o 24,8 %, pela subida dos preços da electricidade, maior que a registada um ano dantes. Mais especificamente, a electricidade tem-se encarecido no último ano o 60,6 % incluindo as rebajas impositivas aplicadas à factura. Descontando ditas rebajas fiscais, a subida interanual do preço da luz seria de 75,3 % em agosto, quase 15 pontos mais.
Os que mais disparam seus preços (e os que menos)
No último ano, agosto de 2022 sobre o mesmo mês de 2021, o que mais tem subido de preço têm sido os combustíveis líquidos (+79,1 %); outros azeites (+71,2 %); a electricidade (+60,6 %); as farinhas e outros cereais (+39 %) e a mantequilla (+31,8 %).
Pelo contrário, o que mais se tem abaratado desde agosto de 2021 são as portagens e estacionamentos (-20,5 %); os serviços de telefonia móvel (-6,3 %); as equipas de telefonia móvel (-5,1 %); as equipas audiovisuais (-4,9 %), e os computadores pessoais (-4,6 %).
Também sobem
Por rubricas, a calefacção, o alumbrado e a distribuição de água têm-se encarecido um 47,2 %; os azeites e gorduras têm elevado seus preços um 24 %; os ovos são o 22,4 % mais caros; o leite custa o 25,6 % mais, e os cereais, o 21,7 % mais. O transporte pessoal, por sua vez, é o 11,6 % mais caro que faz um ano pelo preço das gasolinas.
Ademais, muitos alimentos registam subidas de dois dígitos em seus preços, como as frutas frescas (+12,1 %); o pão e a carne de vacuno (ambos um 15,2 % mais caros); a carne de ave (+17,6 %); os produtos lácteos (+15,8 %); as batatas (+15,9 %); os legumes e hortaliças frescas (+14,8 %); café, cacau e infusiones (+13 %), a carne de ovino (+10,6 %), e o açúcar (+10,7 %).